quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ANO-LUZ














O que é um ano-luz?

Ano-luz é uma unidade de distância. Apesar de não fazer muito sentido porque "ano-luz" contém a palavra "ano", que normalmente é uma unidade de tempo, anos-luz medem a distância.

Estamos acostumados a medir as distâncias tanto em centímetros/metros/quilômetros ou polegadas/pés/milhas, dependendo de onde moramos. Sabemos o tamanho de um metro ou de um pé. Estamos acostumados com estas unidades porque as usamos todos os dias.

Porém, quando os astrônomos usam seus telescópios para olhar para as estrelas, as coisas são diferentes. As distâncias são gigantescas. Por exemplo, a estrela mais próxima da Terra (sem contar o nosso sol) fica a cerca de 38.000.000.000.000 km de distância. E isso é a estrela mais próxima. Existem estrelas que estão bilhões de vezes mais longe que isso. Quando se começa a falar desse tipo de distância, o quilômetro simplesmente não é uma unidade prática para se usar porque os números ficam grandes demais. Ninguém quer escrever ou falar em números que têm 20 dígitos!

Então, para se medir distâncias realmente grandes, usa-se uma unidade chamada ano-luz. A luz viaja a 300 mil km/s. Portanto, um segundo-luz é igual a 300.000 km. Um ano-luz é a distância que a luz pode viajar em um ano, ou:

300.000 quilômetros/segundo * 60 segundos/minuto * 60 minutos/hora * 24 horas/dia * 365 dias/ano = 9.460.800.000.000 quilômetros/ano

Um ano-luz é igual a 9.460.800.000.000 km. Isso é uma distância enorme!


CALCULANDO A VELOCIDADE DA LUZ

Na antiguidade a ideia dominante era que a luz tinha uma velocidade infinita, ou seja, o que acontece num determinado local podia ser visto logo instantaneamente noutro local sem ter decorrido tempo algum, por muito distante que o observador estivesse.

O primeiro a tentar medir experimentalmente a velocidade da luz foi Galileu. O método que ele propôs foi o seguinte: destapava uma lâmpada e assim enviava um sinal luminoso a um assistente seu que estaria a uma determinada distância. Quando esse assistente visse a luz, ele destaparia uma segunda lâmpada que estaria na sua posse, enviando por sua vez um sinal luminoso como retorno. O intervalo de tempo entre o envio do primeiro sinal e a recepção do sinal de retorno, para a distância entre os dois intervenientes na experiência e levando em conta o tempo de reacção do assistente, iria determinar a velocidade da luz. Essa experiência seria realizada com distâncias cada vez maiores, para verificar qual o aumento do intervalo de tempo entre o momento em que Galileu destaparia a lâmpada e o instante em que recebesse o sinal de retorno, supondo que o tempo de reacção do assistente fosse o mesmo.
Galileu ainda tentou fazer essa experiência numa distância de dois quilómetros, porém não conseguiu resultados dado que a velocidade da luz é demasiadamente elevada para que seja notório o intervalo de tempo num espaço tão curto.

Um pouco mais tarde, em 1675, foi a vez do astrónomo dinamarquês Olaus Roemer tentar determinar a velocidade da luz. Este astrónomo observou que as épocas dos eclipses dos satélites de Júpiter sofriam variações consoante a variação da distância da Terra a Júpiter. Vamos imaginar a seguinte situação: a Terra está a uma determinada distância de Júpiter no momento em que um dos satélites é ocultado por esse planeta. Entretanto, devido ao movimento de translação da Terra, esta vai-se afastando de Júpiter. Ao mesmo tempo que a Terra se afasta, o satélite de Júpiter completa outra volta ao redor do planeta sendo mais uma vez eclipsado por este. Quando se dá a segunda ocultação do satélite, a distância entre a Terra e Júpiter aumentou, como tal a luz teve que percorrer uma distância maior para chegar à Terra fazendo com que o período de translação do satélite pareça ser maior do que é na realidade. Essa diferença na medição das duas translações do satélite, levando em conta a diferença das distâncias entre a Terra e Júpiter entre as duas ocasiões, indicaria a velocidade da luz.
O valor a que Roemer chegou foi que a velocidade da luz seria de 220.000 km/s, hoje sabemos que o valor real é superior, mas é necessário levar em conta que na época este astrónomo não possuía dados precisos sobre a distância entre a Terra e Júpiter.

Com o passar do tempo outros cientistas tentaram medir a velocidade da luz com mais precisão. Em 1728 foi a vez do astrónomo inglês James Bradley efectuar suas medições que levaram a um resultado muito próximo do real. Em 1849, o físico francês Armand Hippolyte Fizeau fez também sua medição com base nas ideias apresentadas anteriormente por Galileu, ainda que a experiência em si fosse um pouco diferente. Em 1862, Jean Foucault aperfeiçou o método utilizado por Fizeau e encontrou um valor mais preciso. Mais tarde, por volta de 1925, esse mesmo método foi ainda aperfeiçoado por A. Michelson que conseguiu um resultado mais preciso ainda.
Posteriormente, os avanços da tecnologia permitiram chegar a um resultado muito rigoroso, sendo que actualmente considera-se que o valor correcto para a velocidade da luz é de 299 792,458 km/s, que segundo a teoria da relatividade de Einstein, é a velocidade limite, insuperável para qualquer corpo no nosso Universo.

ANTARES


Perto de Antares, (a grande estrela do lado superior esquerdo da imagem) estende-se uma grande área onde podemos observar os 3 tipos de nebulosas mais comuns, emissão, absorção e reflexão. Na imagem, a fina poeira iluminada pelas estrelas produz as nebulosas de reflexão azul. Nuvens de gas interestelar, exitadas pela luz ultravioleta de estrelas próximas, emitem os tons vermelhos formando as nebulosas de emissão. Nuvens escuras bloqueiam a luz das estrelas ao fundo, produzndo as nebulosas escuras. Antares, uma estrela supergigante vermelha é uma das estrelas mais brilhantes do céu. Rho Ophiuchi está no centro da nebulosa azul a direita da imagem. O aglomerado globular M4 aparece logo abaixo de Antares e próximo a Sigma Scorpii, que está envolta numa bela nebulosa de emissão vermelha.

NEBULOSA TRÍFIDA


Uma beleza indescritível pode ser encontrada na Nebulosa Trífida. Também conhecida como M21, esta nebulosa fotogênica está visível através de bons binóculos na direção da constelação de Sagittarius. Os processos energéticos de formação estelar criam não apenas as belas cores mais também o caos. O gás brilhante em vermelho resulta da luz estelar irradiando o gás hidrogênio. Os filamentos de poeira cósmica escura que enlaçam a M20 foram criados a partir das camadas externas expulsas de frias estrelas gigantes vermelhas e dos escombros de explosões de supernovas. Quais são as estrelas brilhantes que iluminam a nebulosa de reflexão azul é ainda um assunto que está sob investigação. A luz da M20 que vemos hoje a deixou cerca de 3.000 anos atrás, embora a distância exata permaneça desconhecida. Sabemos, no entanto, que a luz leva 50 anos para cruzar a nebulosa M20.

NOSSA VIAGEM ESPACIAL É AQUI MESMO













23/09/2009 - 16h22
Expansão do universo traz limites para exploração humana
Quão longe um astronauta conseguiria viajar em seu tempo de vida? Resposta: bilhões de anos-luz, mas é preciso ter cautela na viagem de volta. Desde que os astrônomos descobriram que a expansão do universo está acelerando, muitos tentaram imaginar o quanto isto iria restringir o que podemos ver com telescópios no futuro.

A imagem do projeto GigaGalaxy Zoom mostra a área central da Via-Láctea; a aceleração da expansão do universo limita a exploração de regiões distantes do universo, estas vão acabar por se expandir tão rápido que a luz de qualquer objeto de lá pode jamais nos alcançar.Da mesma forma, a energia escura --a força misteriosa por trás da aceleração-- coloca um limite na exploração humana do universo, diz Juliana Kwan, da Universidade de Sydney em New South Wales, Austrália, que agora refinou este limite de nossas viagens.Mesmo com foguetes que pudessem nos levar para perto da velocidade da luz, a expansão acabaria por nos deixar para trás.O mais distante que a luz emitida por nosso Sol hoje poderia alcançar, como ela avança em vão para ultrapassar a expansão acelerada do universo, atualmente estaria por volta de 13,7 bilhões de anos-luz de distância, que são as dimensões atuais do universo --o Sol tem cerca de 4,5 bilhões de anos.Quando a luz chegasse nos atuais limites, as dimensões então já seriam o dobro, esclarece Caius Lucius Selhorst, físico da Universidade do Vale do Paraíba.

Superfoguete - de acordo com cálculos anteriores feitos por Jeremy Heyl, da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, e publicados em artigo no periódico Physical Review, um "foguete super-avançado" poderia fazer todo este percurso em um tempo de vida humana.Uma aceleração por volta de nove metros por segundo a cada segundo poderia conseguir alcançar 99% do caminho para o "horizonte" da expansão. Apesar da vasta distância, isto iria tomar cerca de 50 anos para o astronauta de referência, porque o tempo passaria mais lentamente na Terra devido à relatividade.

Agora, em um artigo que aparece no Publications of the Astromical Society of Australia, Juliana Kwan e seus colegas descobriram que a viagem poderia levar ainda menos tempo. Baseados nos valores cósmicos mais recentes para a energia escura e outros parâmetros, eles mostraram que um astronauta poderia fazer a jornada em apenas 30 anos.Mas seus cálculos também sugerem que fazer a tripulação retornar para casa já seria um desafio em si. Mesmo pequenas incertezas na força da energia escura ou a densidade total de matéria no universo poderia fazer com que uma espaçonave não pudesse alcançar a Terra por milhões de anos-luz.Começar a desaceleração apenas um segundo mais tarde poderia fazê-la ultrapassar a Via Láctea, diz Kwan: "Você efetivamente ficaria perdido no espaço".Além disso, mesmo se você parasse no lugar certo, você ainda ficaria desapontado no retorno. Cerca de 70 bilhões de anos teriam passado na Terra, então o Sol já teria acabado há muito tempo, levando a Terra com ele, e a paisagem estaria praticamente toda escura.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

EQUINÓCIO DE SATURNO


Imagem feita pela sonda Cassini e divulgada pela Nasa mostra o equinócio de Saturno, quando o disco solar fica exatamente em cima do equador do planeta. O evento ocorre apenas uma vez a cada 15 anos AP.

23/09/2009 - 10h40
Nasa divulga imagem de Saturno feita pela sonda Cassini
A cada 14 anos e 8 meses, os anéis de Saturno se alinham entre si, exatamente ao lado do Sol, criando um raro espetáculo que a sonda espacial Cassini testemunhou de perto, pela primeira vez, na primeira semana do mês de agosto.O baixo ângulo de iluminação escurece os anéis --e até a porção mais iluminada à esquerda seria invisível caso os engenheiros não usassem processos de computador para iluminá-las.Outras imagens feitas durante o raro alinhamento mostraram pequenas nuvens de poeira provenientes de meteoritos se chocaram com os anéis --o que pode ajudar os cientistas a estimar a sua idade e a sua velocidade de erosão.


sábado, 19 de setembro de 2009

100 ANOS DA TEORIA DA RELATIVIDADE















Há cem anos atrás, no dia 21 de setembro de 1909, o jovem Albert Einstein apresentou pela primeira vez em público, em Salzburgo, sua revolucionária teoria da relatividade, que havia sido publicada em 1905.

Seu estudo, que inaugurou uma nova era nas ciências exatas, foi recebido friamente por seus colegas na época.

A célebre fórmula E=mc2 não causou muito impacto nos pesquisadores das ciências naturais que estavam reunidos no ginásio da escola Andrae, onde acontecia a reunião científica.

Após a intervenção de Einstein, que havia discorrido detalhadamente sobre a natureza da matéria e da radiação, o físico alemão Max Planck, um dos mais respeitados da época, deu início a uma animada discussão em meio à platéia de futuros ganhadores do prêmio Nobel.

Planck conhecia o trabalho de Einstein --que viria, ele mesmo, a ganhar um Nobel em 1921--, pois havia analisado sua teoria na época da publicação, quatro anos antes em Berlim.

Apesar das discussões, Einstein, que então contava apenas 30 anos e participava de seu primeiro congresso, permaneceu à margem do reconhecimento internacional.

Naquele tempo, o jovem cientista trabalhava em um escritório de patentes em Berna e acabara de ser nomeado professor na capital suíça. Pouco depois, foi chamado para dar aulas em Zurique, de onde voltou para Berlim para continuar seus estudos. Em 1933, imigrou para os Estados Unidos para escapar da perseguição nazista.

VENTO SOLAR





18/09/2009

O sol bombardeia a Terra com rajadas de partículas - o chamado vento solar - mesmo quando sua atividade parece estar em baixa, afirmaram cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR, na sigla em inglês) e da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Segundo os cientistas, a conclusão vai de encontro à noção de que a atividade solar pode ser medida apenas pelas manchas em sua superfície - nos ciclos de aproximadamente 11 anos, os períodos em que a atividade solar parece mais "quieta" coincidem com a fase em que há menos manchas na superfície.

Até agora, essas manchas eram usadas para medir as mudanças de impacto do sol sobre a Terra durante esses ciclos de 11 anos.

Nas fases de maior atividade, o número de manchas aumenta. Neste período, o sol lança intensas chamas diariamente e tempestades geomagnéticas atingem a Terra frequentemente, derrubando satélites e interrompendo redes de comunicações.

"O sol continua a nos surpreender", disse a líder da pesquisa Sarah Gibson, do Observatório de Alta Altitude do NCAR. "O vento solar pode atingir a Terra como uma mangueira de fogo, mesmo quando não há praticamente nenhuma mancha em sua superfície."

O estudo, financiado pela Nasa e pela Fundação Nacional da Ciência, está sendo publicado nesta sexta-feira no Journal of Geophysical Research.

Manchas
Há séculos os cientistas se baseiam nas manchas solares - áreas de campos magnéticos concentrados que aparecem como manchas escuras na superfície solar - para determinar o ciclo de aproximadamente 11 anos.

Desta vez, Gibson e sua equipe se concentraram em outro processo pelo qual o sol libera energia, analisando rajadas de vento solar de alta velocidade, que carregam turbulentos campos magnéticos para fora do sistema solar.

Quando essas rajadas chegam perto da Terra, elas intensificam a energia no cinturão de radiação em torno do planeta. Isso aumenta a pressão no topo da atmosfera e pode afetar satélites de meteorologia, navegação e comunicação, em órbita nessa região, além de ameaçar os astronautas da Estação Espacial Internacional.

Os cientistas analisaram informações coletadas por instrumentos espaciais e baseados na Terra durante dois projetos, um em 1996 e outro em 2008. O ciclo solar estava em sua fase de atividade mínima durante os dois períodos.

No passado, cientistas acreditavam que essas rajadas de vento praticamente desapareciam nos períodos de quietude do sol, mas quando a equipe comparou o efeito do vento solar de agora com o de 1996, último período de calmaria do astro, concluiu que a Terra continuou sendo intensamente afetada no ano passado.

Apesar de o sol apresentar menos manchas em sua superfície do que em qualquer período de baixa dos últimos 75 anos, o efeito do astro sobre o cinturão de radiação em torno da Terra - medido pelos fluxos de elétrons - foi mais do que três vezes maior no ano passado do que em 1996.

Os cientistas também concluíram que, apesar de o Sol apresentar ainda menos manchas atualmente do que em seu período de calmaria de 1996, os ventos solares eram mais fracos 13 anos atrás.

Impacto
No momento de pico, o impacto acumulado das rajadas de vento durante um ano pode injetar tanta energia na Terra como as erupções maciças da superfície solar durante um ano no período de alta atividade do sol, afirma a co-autora do estudo Janet Kozyra, da Universidade de Michigan.

Segundo Gibson, as observações deste ano mostram que os ventos parecem finalmente ter diminuído, quase dois anos depois de as manchas terem chegado ao mínimo deste último ciclo.

Os cientistas, no entanto, afirmam que são necessários mais estudos para entender os impactos dessas rajadas de vento sobre o planeta. Para Gibson, o fato de que o sol continua afetando intensamente as atividades magnéticas na Terra nestes períodos de calma pode ter implicações para satélites e outros sistemas tecnológicos.

"Isso deve manter os cientistas ocupados tentando juntar todas as peças", afirma ela.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

NEMESIS







02 de junho de 2003

Em 1980, a revista Science publicou um artigo do prêmio Nobel Luis Alvarez, seu filho Walter Alvarez, Frank Asaro e Helen Michel, da universidade de Berkeley, que, sob o nome de Causa extraterrestre da extinção cretácio-terciario, expunha pela primeira vez a possibilidade de que corpos externos a nosso planeta foram os causadores das diversas extinções massivas da história da Terra. No caso particular dos dinossauros, se mencionava o choque com um meteorito como causa mais provável para sua extinção, a cerca de 65 milhões de anos.

A evidência que apoiava esta tese era a existência de irídio em uma fina camada de argila na fronteira que marca o período Cretácio e Terciário nos estratos geológicos. Como o irídio é raro em nosso planeta foi levantada a possibilidade de que tivesse origem extraterrestre.

Mas, a extinção destes répteis gigantes não foi a única que atingiu nosso planeta... e aí entra Nemesis, que surgiu como hipótese para explicar o mecanismo causador das extinções em massa na Terra. Conforme esta tese, a cada 25 ou 30 milhões de anos, nosso planeta se vê exposto a um aumento do número de cometas que cruzam sua órbita, aumentando assim a probabilidade de um choque contra a Terra.

Este fenômeno funcionaria como uma tempestade espacial que duraria de 100 mil a 2 milhões de anos. Estima-se que durante este período aconteceriam em média dez grandes impactos a intervalos de 50 mil anos. Estes choques poderiam desencadear uma série de processos ecológicos que teriam como conseqüência a destruição da maior parte da vida no planeta, fosse animal ou vegetal.

Nemesis, uma estrela girando em torno do Sol?
Nosso Sol é de certo modo uma estrela atípica por ser solitário, já que aproximadamente 50% das estrelas do Universo constituem sistemas duplos. Nemesis seria a hipotética companheira do Sol nesse hipotético sistema duplo de estrelas. Nemesis se moveria em uma órbita elíptica em torno do Sol com um período de cerca de 30 milhões de anos.

Este astro nunca foi visto. Assim, se existir deve ter uma luminosidade extremamente baixa, podendo se tratar de uma estrela anã marrom pré-seqüência principal (uma estrela cuja massa não alcança a massa mínima estelar para iniciar a queima de hidrogênio, fonte de luminosidade das estrelas). Mas "ver" um astro não é o único modo de provar que ele existe, efeitos gravitacionais também nos permitem inferir a existência de corpos espaciais, mas nem disto há evidências para comprovar esta teoria.

Supõe-se que a massa de Nemesis perturbaria gravitacionalmente nosso Sistema Solar: aproximadamente a cada 30 milhões de anos, a estrela atravessaria a Nuvem de Oort, uma zona situada nos confins de nosso sistema solar, de onde saem muitos dos cometas que nos visitam. Sua trilha afetaria as órbitas destes cometas, lançando muitos deles contra a Terra, produzindo assim esse aumento periódico de atividade cometária contra nosso planeta.

A primeira referência científica sobre Nemesis foi publicada na revista Nature em 1984, em um artigo o astrofísico Richard Muller, da universidade de Berkeley, que levantou grande polêmica. Atualmente, Muller junto com os físicos Carl Pennypacker, Frank Crawford e Roger Williams procuram evidências da existência desta estrela.

Por outro lado, é sabido na comunidade científica que as órbitas das estrelas dos sistemas binários se aproximam entre si com o passar dos anos. Eventualmente estes corpos se chocam devido à perda de energia e momento angular por radiação de ondas gravitatórias. Logo, se Nemesis existir realmente como companheira binária do Sol, deveríamos poder observar uma mudança significativa ao longo dos anos na órbita desta estrela, como podemos fazer no sistema binário PSR1913+16.

Até agora, não há evidências da existência de tal estrela e muitos fatos demonstram o contrário, como ocorre sempre em Ciência, na qual a evidência empírica é o único juiz. Até que tenhamos uma prova incontestável, Nemesis não passara de uma hipótese.


domingo, 13 de setembro de 2009

WR-104, O VERDADEIRO ARMAGEDON.













A maior parte das detonações de raios gama são feixes de energia de alta radiação produzidos pelo colapso de estrelas maciças
17 de abril de 2009

Uma brilhante detonação de raios gama pode ter causado um evento de extinção em massa na Terra 440 milhões de anos atrás - e catástrofe celestial semelhante poderia acontecer de novo, de acordo com um novo estudo.

A maior parte das detonações de raios gama, de acordo com os cientistas, são feixes de energia de alta radiação produzidos quando acontece o colapso de uma imensa quantidade de de massa, como a explosão de uma estrela maciça.

O estudo apresenta um novo modelo de computador segundo o qual um feixe de raios gama dirigido à Terra, desde uma distância de até 6,5 mil anos-luz, poderia ter causado desgaste na camada de ozônio, provocando chuva ácida e iniciando um período de resfriamento global.

Um desastre como esse poderia ter sido responsável pela extinção em massa de até 70% das criaturas marinhas que viviam durante o Período Ordoviciano (de 488 milhões a 443 milhões de anos atrás), sugere o diretor científico do estudo, o astrofísico Brian Thomas, da Universidade Washburn, no Kansas.

A simulação também demonstra que mais ou menos uma vez a cada bilhão de anos uma detonação de raios gama de escala significativa pode acontecer ao alcance da Terra, ainda que os feixes de radiação precisariam estar alinhados de uma maneira muito específica para que atingissem o planeta. No momento, a WR104, uma estrela maciça a oito mil anos-luz de distância, na constelação de Sagitário, está em posição que a torna potencialmente ameaçadora, disse Thomas.

Mas o estudo, que foi submetido ao Jornal Internacional de Astrobiologia, não está necessariamente causando pânico entre os demais astrofísicos.

"Certamente não há nada de errado em estudar o que uma detonação de raios gama poderia causar, se acontecesse perto o bastante de nós, como fez o autor deste trabalho. É assim que a ciência funciona", disse David Thompson, astrofísico da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) e vice-diretor de projeto no Telescópio Espacial Fermi, que opera na banda dos raios gama.

Mas Thompson compara o risco de uma futura detonação de raios gama para a Terra com "o perigo que eu correria de encontrar um urso polar dentro do meu armário em Bowie, Maryland". "Não é não possa acontecer, mas é tão improvável que não vale muito a pena se preocupar com isso", acrescentou.

Danos persistentes
Adrian Melott, antigo orientador do autor do estudo, foi o primeiro a propor, em 2004, que uma detonação de raios gama perto da Terra teria eliminado a vida no Período Ordoviciano. Desde então, os dois pesquisadores vêm trabalhando com aspectos diferentes desse enigma.

De acordo com seus mais recentes modelos, a radiação gama de uma detonação próxima extirparia rapidamente a maior parte da camada de ozônio que protege a Terra, permitindo que mais radiação ultravioleta do sol atingisse a superfície do planeta.

Em prazo mais longo, as reações químicas na atmosfera produziriam gases escuros, com base em nitrogênio, que bloqueariam o calor do sol e deflagrariam o aquecimento global, enquanto os raios gama continuariam a desbastar a camada de ozônio e permitir maior entrada de raios ultravioleta, sugerem os autores.

Parte dessa poluição se precipitaria sobre a superfície na forma de uma devastadora chuva ácida, capaz de causar severas perturbações a ecossistemas.

A atmosfera conseguiria se recuperar em uma década, e uma alta nos danos ao ADN causados pela exposição ampliada à radiação ultravioleta poderia desaparecer dentro de alguns meses ou anos, apontam os pesquisadores. Mas os demais impactos biológicos ¿a exemplo da produtividade reduzida dos oceanos- poderiam persistir por período desconhecido, disse Thomas.

O problema com os trilobitas
Bruce Lieberman, paleontologista da Universidade do Kansas, ajudou a desenvolver a teoria inicial sobre a extinção no ordoviciano, mas não é co-autor dos trabalhos mais recentes.

A idéia prevalecente é a de que uma era glacial causou o evento de extinção, ele diz, mas questiona que essa hipótese explique todos os acontecimentos. "Houve outros momentos nos quais aconteceram eras glaciais sem extinções em massa", ele diz.

Além disso, a era glacial do ordoviciano foi comparativamente curta, durando apenas 500 mil anos antes que o clima retornasse a um ciclo quente - quase como se algo de incomum tivesse deflagrado o frio.

Até agora, Thomas e Melott conseguiram descobrir um padrão de radiação ultravioleta mais elevada durante a extinção do ordoviciano que poderia se equiparar a um bombardeio cósmico por sobre o Polo Sul. E Lieberman acredita que o desaparecimento dos trilobitas, artrópodes extintos aparentados aos caranguejos, possa estar vinculado ao evento do ordoviciano.

Ainda que a maioria dos trilobitas vivesse no lodo do fundo do oceano, os jovens de algumas de suas espécies tinham um estágio de vida que os levava a flutuar em águas rasas, o que os tornaria vulneráveis à radiação ultravioleta.

Mas como Thompson, da Nasa, Lieberman acrescenta que a preocupação quanto a uma futura detonação de raios gama "não é algo que me faça perder o sono".

Em lugar disso, ele aprecia o novo trabalho por apontar que a Terra é uma parte vulnerável do cosmos. "Isso nos oferece uma nova perspectiva sobre coisas como a seleção natural e a adaptação", diz.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

NEBULOSA DE MARIPOSA





















Fotografia tirada em 27 de julho e cedida hoje pela Nasa mostra uma estrela moribunda, com massa cinco vezes superior à do sol, rodeada por gases de 19.982 graus centigrados. A nebulosa chamada de Mariposa foi captada pela nova câmara do telescópio espacial Hubble Nasa/Divulgação

O SOL SEM MANCHAS


SONDA INDIANA CHANDRAYAAN-1


29/08/2009 - 12h11
Índia perde contato com sonda lunar "Chandrayaan-1"


Nova Délhi, 29 ago (EFE).- A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) perdeu hoje o contato por rádio com a sonda lunar "Chandrayaan-1", lançada em outubro do ano passado da baía de Bengala para traçar um mapa tridimensional da lua e estudar seus minerais."Perdemos a comunicação com a nave no início do sábado. As tentativas de restabelecer contato foram inúteis. A missão pode ser dada por perdida", disse o diretor de relações públicas e porta-voz da agência espacial, S. Satish, citado pela agência "Ians".Satish disse que a antena da "Chandrayaan-1" parou de funcionar e que os cientistas do ISRO, com sede na cidade indiana de Bangalore, não conseguem estabelecer contato nem obter resposta."Talvez tenhamos que abandonar a nave se não formos capazes de estabelecer contato por rádio de novo. Continuará em órbita ao redor da lua a 200 quilômetros. Se não for controlada, pode cair contra a superfície lunar", acrescentou Satish.Horas antes das declarações do diretor da ISRO, um comunicado da organização espacial, divulgado pela agência indiana "Ians", informou que o último contato com a sonda foi estabelecido às 1h30 local (17h de Brasília da sexta-feira) e os últimos dados foram recebidos uma hora antes.Os cientistas estão revisando os dados telemétricos para determinar o estado dos subssistemas da nave."A nave espacial completou 312 dias em órbita, realizou 3,4 mil órbitas ao redor da lua e ofereceu um amplo volume de dados de sofisticados sensores", assegurou a ISRO na nota, na qual acrescentou que se cumpriu a maioria dos objetivos para os quais foi lançada.

Noticias - EFE - Ciencia

terça-feira, 8 de setembro de 2009

GALÁXIA DE ANDRÔMEDA


03/01/2009


A galáxia de Andrômeda, mais conhecida pelos astrônomos como M31, não é a maior, nem a mais brilhante, mas é a mais próxima da Via Lactéa, a uma distância de 2,5 milhões de anos-luz.
Robert Gendler capturou esta imagem que se tornou a fotografia de mais alta resolução já feita de uma galáxia espiral ; até agora; 21.904 x 14.454 pixels .
A versão original consome mais de um gigabyte de espaço em disco para ser armazenada. A foto permite dar zoom para ver detalhes das estrelas e outras galáxias .

É esta a foto, porém aqui está postada com a resolução de 1200 x 792 pixels.

ANDRÔMEDA E O CANIBALISMO GALÁCTICO


03/09/2009 - 09h35
Astrônomos dizem ter identificado provas de "canibalismo galáctico"
Astrônomos canadenses sugerem que a galáxia Andrômeda, vizinha da Via Láctea, parece ter expandido por "canibalismo", isto é, digerindo estrelas de outras galáxias.Em um estudo publicado na edição mais recente da revista cientifica Nature, a equipe da Universidade de Western Ontário, no Canadá, mapeou a Andrômeda e afirmou que identificou restos de galáxias anãs absorvidas ou desmembradas.A equipe internacional de astrônomos utilizou um telescópio Canadá-França-Havaí para observar os arredores de Andrômeda, situada a 2,5 milhões de anos-luz da Via Láctea.O mapeamento realizado pela equipe foi o mais detalhado já feito da galáxia e revelou estrelas que, segundo os cientistas, não poderiam ter se formado dentro da Andrômeda por falta de densidade suficiente.A partir desta análise, os astrônomos sugerem que as estrelas só poderiam ter sido "engolidas" de galáxias anãs. Modelo hierárquico De acordo com a equipe, os resultados "confirmam os princípios de base do modelo hierárquico de formação de galáxias". O modelo prevê que galáxias grandes devem ser cercadas por restos de galáxias menores consumidas pela maior. Segundo a astrônoma Pauline Barmby, uma das autoras do estudo, o padrão da órbita das estrelas identificadas pela equipe revelou a origem das mesmas."A Andrômeda está tão perto que podemos mapear todas as estrelas", disse ela à BBC. "Quando observamos um grupo de estrelas tão distantes e com a mesma órbita, sabemos que elas não estiveram lá sempre", afirmou.Aproximação A equipe identificou ainda uma fila de estrelas da galáxia chamada de Triângulo que estaria se aproximando da Andrômeda, o que pode significar que estas podem estar "alimentando" a galáxia vizinha.Segundo o astrofísico Scott Chapman, da Universidade de Cambridge, também envolvido na pesquisa, "as duas galáxias podem se fundir completamente"."Ironicamente, a formação das galáxias caminha lado a lado com a destruição delas", afirmou. De acordo com o astrofísico Nickolay Gnedin, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, o estudo canadense mostra "a arqueologia galática em ação".

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

OS ANÉIS DE SATURNO


Estados Unidos - 23/05/2007 - A partir de novas imagens enviadas à Nasa pela sonda espacial Cassini, cientistas americanos verificaram que a massa total dos anéis de Saturno foi subestimada, podendo ser maior do que o imaginado até então .

Os anéis de Saturno podem ser mais massivos do que se pensava anteriormente, e potencialmente muito mais velhos, de acordo com cálculos que simulam a colisão de partículas na órbita do planeta e a erosão por meteoritos. Esses resultados dão apoio à possibilidade de os anéis terem se formado há bilhões de anos, talvez na mesnma época em que grandes impactos escavaram os "mares" da Lua.

A descoberta sugere, ainda, que muitos planetas gigantescos localizados fora do Sistema Solar também poderão ter anéis.

Os resultados foram apresentados pelo pesquisador Larry Esposito, durante o Congresso Europeu de Ciência Planetária, que é realizado nesta semana em Munster, na Alemanha. Esposito é op principal cientista de um dos instrumentos da sonda Cassini, que está estudando Saturno, suas luas e anéis.

"Tanto as observações da Cassini quanto os cálculos teóricos permitem que os anéis de saturno tenham bilhões de anos. Isso significa que os seres humanos não são sortudos por estarem vendo os anéis. E isso pode nos levar a esperar ver anéis massivos também ao redor de planetas gigantes em órbita de outras estrelas", disse Esposito.

Os colegas de Esposito calcularam a atração gravitacional e as colisões entre mais de 100.000 partículas, representando uma amostragem das que compõem os anéis.

Eles seguiram a órbita e a história de cada partícula individual, e calcularam a quantia de luz estelar que passaria através do anel. Essas estimativas foram comparadas a observações da Cassini sobre a luz estelar bloqueada pelos anéis, que tradicionalmente é usada para estimar a quantidade de matéria no sistema.

Em 1983, Esposito usou o método da luz filtrada para estimar que os anéis contêm tanto material quanto uma das luas de Saturno, Mimas, com cerca de 400 km de diâmetro. As novas simulações mostram que as partículas agregam-se em aglomerados, o que levaria a estimativa anterior a estar errada por um fator de 3 ou mais.

Embora o planeta Saturno tenha 4,5 bilhões de anos, eles são tão brilhantes que cientistas já defenderam a idéia de que os anéis seriam muito mais jovens, com cerca de 100 milhões de anos, pois ainda não teriam tido tempo de escurecer - o que faria com que a espécie humana tivesse a sorte de ter evoluído a tempo de vê-los.

Mas os novos cálculos mostram que, se os anéis têm mais massa, eles manteriam uma aparência "limpa", juvenil, por mais tempo, e poderiam ser proporcionalmente mais velhos.