quinta-feira, 22 de julho de 2010

O SONHO DE COPÉRNICO




Telescópio acha 140 planetas que podem ter vida
22 de julho de 2010

Kepler descobre planetas quando eles passam em frente a sua estrela, assim como registra Vênus ou Mercúrio ao passarem em frente ao Sol
Foto: Nasa/Divulgação

Cientistas anunciaram a descoberta de 140 novos planetas parecidos com a Terra encontrados nas últimas semanas. Com os novos dados, os cientistas acreditam que existam cerca de 100 milhões de planetas parecidos com o nosso e que possam abrigar vida apenas na Via Láctea. As informações são do Daily Mail.

Os achados foram feitos pelo telescópio espacial Kepler, que procura novos planetas desde que foi lançado, em janeiro de 2009. Segundo o astrônomo Dimitar Sasselov, os planetas têm tamanho parecido com o da Terra. O cientista descreveu a descoberta como a "realização do sonho de Copérnico", em referência ao pai da astronomia moderna.

Novos planetas fora do sistema solar são descobertos quando eles passam em frente a sua estrela. O telescópio não capta uma imagem direta, mas registra a minúscula diminuição do brilho do astro quando o planeta passa em frente. Essa passagem causa "piscadas" na luz. Pelo cálculo da diminuição de brilho, do tempo entre as "piscadas" e da massa da estrela, os astrônomos conseguem descobrir o tamanho do planeta.

O Kepler continuará pesquisando o céu dia e noite, sem interrupção, pelos próximos quatro anos, segundo o cientista. Sasselov afirma que nos últimos 15 anos cerca de 500 exoplanetas foram descobertos, mas nenhum foi considerado parecido com a Terra, ou seja, com a possibilidade de abrigar vida.

"Vida é um sistema químico que realmente necessita de um planeta pequeno, água e pedras e uma grande quantidade de complexos químicos para surgir e sobreviver. (...) Tem um monte de trabalho para fazermos com isso, mas os resultados estatísticos são claros e planetas como a nossa Terra estão lá fora. (...) Nossa própria Via Láctea é rica nesse tipo de planetas", disse o astrônomo durante a apresentação dos resultados do Kepler na conferência TEDGlobal, em Oxford, no Reino Unido.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

BOLHA GIGANTE





Astrônomos detectam bolha gigante insuflada por buraco negro

Concepção artística mostra a bolha e o buraco negro

07/07/2010

Com ajuda do telescópio VLT, do Observatório Europeu do Sul (ESO) e do Chandra, da Nasa, astrônomos encontraram o par de jatos mais potente já visto no espaço, saindo de um buraco negro. O objeto, também conhecido como microquasar, expele uma bolha de gás aquecido com o diâmetro de 1.000 anos-luz, uma dimensão duas vezes maior e uma potência dez vezes superior ao dos microquasares conhecidos.

A descoberta foi anunciada na edição desta semana da revista "Nature".

O buraco negro está localizado a 12 milhões de anos-luz de distância, nos subúrbios da galáxia em espiral NGC 7793. Pelo tamanho e pela velocidade de expansão da bolha, os astrônomos acreditam que os jatos estão ativos há pelo menos 200 mil anos.

"Ficamos surpresos com a quantidade de energia injetada no gás pelo buraco negro", afirmou o autor do estudo Manfred Pakull. O buraco negro tem uma massa equivalente a alguns sóis, mas é mínimo em relação aos quasares mais poderosos e às radio galáxias, que contêm buracos negros com massas milhares de vezes maiores que o nosso Sol.

Sabe-se que os buracos negros lançam uma quantidade grande de energia enquanto engolem matéria. Os pesquisadores acreditavam que a maior parte dela era em forma de radiação, predominantemente raios-X. Mas novos achados indicam que alguns buracos negros podem produzir tanta energia, ou até mais, na forma de jatos de partículas em movimento acelerado.

Os fatos incidem sobre o gás interestelar que está ao redor, aquecendo-o e fazendo com que ele se expanda. A bolha resultante contém uma mistura de gás quente e partículas velozes a diferentes temperaturas. Observações em diferentes comprimentos de onda ajudaram os astrônomos a calcular em qual proporção o buraco negro aquece o espaço ao redor.

Os astrônomos puderam observar os pontos nos quais os jatos atingem o gas ao redor do buraco negro, e descobriram que a bolha é inflada a uma velocidade de aproximadamente 1 milhão de quilômetros por hora.

"O comprimento dos jatos no NGC 7793 é incrível, comparável ao tamanho do buraco negro de onde eles foram lançados", disse o coautor do estudo Robert Soria. Para explicar a dimensão, ele conta que se o buraco negro tivesse o tamanho de uma bola de futebol, cada jato teria a distância da Terra a Plutão.