terça-feira, 30 de junho de 2015

NOSSA PEQUENA VILA

Situado em um dos braços da Via Láctea, o Sistema Solar é formado por uma única estrela "o Sol" e por mais de 1.700 corpos celestes menores, entre cometas, asteroides, planetas e seus satélites. A imagem mostra a órbita dos planetas e de Plutão (um planeta anão), em torno do Sol, em alinhamento fictício de caráter didático, que dá noção de suas proporções. Nasa


Na mitologia entre os antigos romanos, Mercúrio recebeu o nome do mensageiro dos deuses, porque se move mais rápido do que qualquer outro planeta. Getty Images


Os astrônomos da Antiguidade consideravam Vênus dois objetos diferentes, por ser possível avistá-lo em dois momentos do dia (de manhã cedo e à tarde). Assim, o planeta teve inicialmente dois nomes: Lúcifer e Vésper. Desfeito o engano, o planeta recebeu o nome de Vênus, a deusa da beleza da mitologia latina, devido à sua luminosidade. Nasa


A Terra é usada como referencial para a comparação com os outros planetas. Até onde se sabe, é o único astro do Sistema Solar com condições de abrigar a vida da forma como a conhecemos. NASA/NOAA


Devido à coloração avermelhada, este planeta recebeu o nome de Marte, o deus da guerra da mitologia latina. Antes da exploração espacial, acreditava-se na possibilidade de Marte abrigar vida extraterrestre. Os astrônomos pensavam ver linhas retas na sua superfície, o que induziu à crença popular de que ali existiam canais de irrigação construídos por seres inteligentes. Wikimedia Commons


Por ser o maior do sistema solar, o quinto planeta a partir do Sol recebeu o nome do pai dos deuses latinos, Júpiter. Caso este planeta fosse oco, poderiam caber mais de mil Terras dentro dele. Planeta gigante, Júpiter é o centro de um sistema de satélites que parece uma miniatura do sistema solar, só que abriga 63 luas em vez de oito planetas. NASA/ESA/A. Simon


Último planeta visível a olho nu da Terra, Saturno foi batizado com o nome do pai de Júpiter, ambos deuses da mitologia latina. Muito do que se sabe sobre este planeta se deve às fotos de alta definição da missão espacial Voyager. Foram elas que permitiram aos cientistas descobrirem o material da composição básica de seus famosos anéis: gelo. NASA/ESA/Hublle Heritage Team


A descoberta de Urano se deve ao astrônomo William Herschell. Ele, porém, pensou que se tratasse de um cometa e batizou-o de Georgium Sidus (estrela de Jorge), em homenagem ao rei Jorge III, da Inglaterra. Isso não agradou aos cientistas de outros países, e o alemão Johann Elert Bode passou a chamá-lo de Urano (um deus latino) - nome que se notabilizou. Nasa


A descoberta de Netuno se deve a cálculos matemáticos e ao trabalho de pelo menos três astrônomos: os franceses Alexis Bouvard e Urbain Le Verrier, e o alemão Johann Gottfried Galle, que o avistou em 1846. O britânico John C. Adams também reivindicou a autoria da descoberta, mas, como se soube em 1998, ele baseava seus cálculos nos do americano Olin J. Eggen. Nasa

Plutão foi descoberto pelo norte-americano Clyde Tombaugh em fevereiro de 1930. Seu nome é o do deus das profundezas da mitologia latina. Até 2006, Plutão era considerado o nono planeta do sistema solar. Novas considerações científicas fizeram que ele perdesse esse status e fosse considerado um planeta anão. Nasa


Dos 63 satélites de Júpiter, os quatro primeiros a serem descobertos foram avistados por Galileu Galilei em 1610. Por isso, são chamados de Luas de Galileu ou galileanas. Fotam batizadas como nomes de amores do mitológico Júpiter: Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Ganimedes é a maior delas e tem um diâmetro 20% menor que o do planeta Marte. Nasa








domingo, 14 de junho de 2015

CLÁUDIO PTOLOMEU



Cláudio Ptolomeu
Cientista greco-egípcio

90 d.C., Ptolemaida Hérmia (Alto Egito)
168 d.C., Canopo (Oeste do Delta do Nilo)



Ptolomeu: astrônomo, matemático, físico e geógrafo
Cláudio Ptolomeu é um cientista de origem grega, nascido, talvez em 90 d.C., na cidade de Ptolemaida Hérmia, no Egito sob domínio romano. Morreu em Canopo, também no Egito, por volta do ano 168 d.C. A única informação que temos de sua vida é que ele trabalhou em Alexandria entre 120 e 160 d.C., período esse determinado com base em observações astronômicas anotadas por ele.

Ptolomeu foi o último dos grandes cientistas gregos, responsável por sintetizar a obra de seus predecessores, estudando não só astronomia, mas também matemática, física e geografia.

A obra principal de Ptolomeu é A grande síntese, geralmente citada com o título da tradução árabe: Almagesto. Nesse livro, o cientista adota o sistema geocêntrico: a Terra encontra-se no centro do universo, e em torno dela giram Mercúrio, Lua, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno.

De acordo com Platão e Aristóteles, as órbitas desses astros seriam círculos perfeitos. Mas a observação astronômica forneceu elementos incompatíveis com esse esquema. Por isso, Ptolomeu inventou um complicado sistema de oitenta epiciclos em que se movimentariam esses astros. Segundo Ptolomeu, um epiciclo é a órbita circular descrita por um planeta, enquanto o centro dessa órbita descreve outra, igualmente circular, ao redor da Terra.

A idéia do astrônomo foi adotada pelos teólogos medievais, que rejeitavam qualquer teoria que não conferisse à Terra o lugar de centro do universo. O sistema de Ptolomeu foi mantido e ensinado durante quase 14 séculos. Só no século 16 Copérnico o substituiu pelo sistema heliocêntrico, depois confirmado por Galileu. No começo do século 17, Kepler removeu as últimas dificuldades, demonstrando que os planetas não giram em círculos, mas em elipses.

Matemática, física e geografia
Ptolomeu também desenvolveu trabalhos matemáticos e foi um notável geômetra. Os cronistas antigos mencionam várias obras de sua autoria, infelizmente desaparecidas: por exemplo, Sobre a dimensão, na qual ele procura provar que só pode haver espaço tridimensional, ou Analemma, em que discute detalhes da projeção ortogonal dos pontos da esfera celeste sobre três planos e propõe nova demonstração para o postulado das paralelas de Euclides.

Na área da física, temos duas de suas obras: Óptica, em que ele trata da refração, e Harmonias, na qual se refere à acústica e à teoria matemática dos sons empregados na música grega.

Mas Ptolomeu também foi geógrafo. Sua obra Introdução à geografia exerceu profunda influência nas gerações seguintes. Inúmeras edições foram publicadas. Erasmo de Roterdã editou o texto grego em 1533. Dividida em oito livros, a Introdução contém 27 mapas. Apesar de numerosos erros, foi considerada obra clássica até o século 16.

Foi através da obra de Ptolomeu que a civilização medieval fez seu primeiro contato com a ciência grega. Os árabes, que o consideravam um grande mestre, traduziram do grego os seus livros e foram os responsáveis pela preservação do Almagesto.



RESUMO


Principais estudos e teorias


- Defendeu o geocentrismo, no qual o planeta Terra encontra-se no centro do Universo, sendo que os planetas e a Lua giram em torno dele.

- Sistema de Epiciclos – o epiciclo é a órbita feita por um planeta. O centro desta órbita descreve outra que também faz um movimento circular, porém, ao redor da Terra.

- Propôs nova demonstração para o postulado das paralelas de Euclídes.

- Defendeu a forma esférica da Terra, provando ser impossível o formato plano.

- A luz das estrelas sofre um desvio quando passa pela camada de ar terrestre.

- Os planetas, o Sol e Lua possuíam movimentos naturais. Porém, o planeta Terra ficava em repouso no centro do Universo. Desta forma, Ptolomeu confirmava o sistema astronômico de Aristóteles.

Principais obras:


- Almagesto (também conhecido como Grande Síntese) - treze livros sobre Astronomia, Geometria e Trigonometria. Nesta grande obra, Ptolomeu fez estudos sobre o movimento do Sol e da Lua, Trigonometria Esférica, descrição do Astrolábio, eclipses da Lua e do Sol, conjunções de planetas e catalogação de estrelas.

- Hipóteses Planetárias – apresenta um calendário com as horas em que várias estrelas aparecem e desaparecem no céu.

- Geografia – fez a descrição e medicação do planeta Terra.

- Harmônica – estudos de acústica e a matemática dos sons da música grega de sua época.

- Sobre a dimensão – estudos sobre a tridimensionalidade do espaço.

- Óptica – estudos dos raios luminosos e refracção.

Você sabia?

- Os estudos geocêntricos de Ptolomeu foram tomados como base por pesquisadores católicos na Idade Média. Estes estudos eram usados para comprovar a teoria geocêntrica defendida pela Igreja Católica no período.

- Foi somente no século XVI, com Copérnico, que o sistema ptolomaico geocêntrico começou a ser abandonado. A partir de então, o Heliocentrismo foi comprovado cientificamente e aceito, embora a Igreja Católica ainda persistisse na teoria geocêntrica, inclusive perseguindo os que eram contrários.


quinta-feira, 4 de junho de 2015

LUAS DE PLUTÃO


03/06/2015

Luas de Plutão trazem mistérios que ainda não conseguiram ser explicados

Mark Showalter/JPL/NASA, SETI Institute via AP
Ilustração fornecida pelo Instituto SETI, da Nasa (agência espacial norte-americana) representa Plutão e suas cinco luas de uma perspectiva oposta ao Sol. A imagem foi adaptada de uma ilustração para a missão Voyager I a fim de chamar atenção para as semelhanças entre os sistemas de Plutão e Júpiter

As luas que orbitam em torno do planeta anão Plutão no nosso sistema solar podem se comportar como "adolescentes teimosas" com movimentos caóticos - de acordo com pesquisadores que analisaram imagens do telescópio Hubble.

Ao longo dos últimos dez anos, o Hubble descobriu quatro luas minúsculas - Styx, Nix, Kerberos e Hydra - em órbita ao redor de Plutão e Caronte.

Plutão e Caronte formam um sistema binário de planetas: dois corpos, semelhantes em tamanho, orbitando em torno de seu centro de gravidade comum. As quatro pequenas luas estão orbitando ao redor da dupla Plutão-Caronte.

Com o apoio de fotografias, os pesquisadores analisaram o brilho destes pequenos planetas. "Nix e Hydra parecem ter uma superfície brilhante como Caronte, enquanto Kerberos é muito mais escura, levantando questões sobre a forma como o sistema plutoniano foi formado", observa o estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.

"Supunha-se que, no passado distante, um meteorito tenha batido em Plutão e suas luas se formaram a partir da nuvem de detritos (como o sistema Terra-Lua)", explicou à AFP Mark Showalter, do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) na Califórnia e co-autor do estudo.

"Nós esperávamos que luas fossem iguais. Agora sabemos que não é o caso", disse o cientista.

"A formação do sistema de Plutão continua sendo um mistério, mas nós conseguimos fazer algumas descobertas a caminho de mais esclarecimentos", resumiu Mark Showalter. "Nós somos um pouco como arqueólogos que acabam de escavar alguns pedaços de cerâmica antigos, mas que não sabem como juntá-los", explica o pesquisador.

Os resultados sugerem igualmente que as órbitas de três luas - Styx, Nix e Hydra - estão presas umas as outras.

O fenômeno lembra o sistema que liga as luas Io, Europa e Ganimedes a Júpiter. Io realiza quatro revoluções ao redor de Júpiter enquanto que Europa faz duas e Ganimedes uma só.

O estudo mostra que a estes movimentos orbitais surpreendentemente previsíveis e estáveis, estão somados outros movimentos de rotação de luas mais aleatórias, por vezes até caóticas. "As luas de Plutão são como adolescentes teimosos que se recusam a seguir as regras", brinca Douglas Hamilton da Universidade de Maryland, co-autor do estudo.

Mesmo que os novos dados não permitam desvendar o mistério da criação de Plutão e suas luas, pelo menos agora "qualquer pessoa que apresentar com uma nova explicação deverá levar em conta estas observações", conclui Mark Showalter.