terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Eclipses de Fobos ajudarão a localizar Curiosity


Eclipses da maior lua de Marte ajudarão a localizar robô Curiosity

17/12/2012

A localização do robô Curiosity poderá ser feita a partir de estudo dos eclipses de Fobos, a maior das luas de Marte, segundo artigo publicado nesta segunda-feira (17) na revista científica Monthly Notices, da Real Sociedade Astronômica britânica.

Até agora, esta localização era feita graças aos dados emitidos pelas antenas do robô ou a partir das imagens enviadas pelas sondas que orbitam o planeta vermelho.

Uma equipe da Universidade Complutense de Madri desenvolveu um modelo matemático para prever e observar os eclipses a partir da superfície de Marte, que poderá ser utilizado para saber a localização do robô.

Não é comum as antenas do Curiosity falharem, mas caso isso ocorra, uma alternativa para localizá-lo seria usar os eclipses observados pelo robô, explicou Gonzalo Barderas, pesquisador da universidade.

"Os eclipses de Fobos oferecem um método alternativo para determinar a posição de onde o Curiosity os observou. Ao se saber quando se inicia e termina a movimentação da lua é possível determinar onde está o robô."


Para usar este método é necessário que alguma das câmaras do robô ou outro sensor de radiação captem o fenômeno.

Com apenas dois minutos de observações, utilizando os dados dos tempos de contato inicial e final dos eclipses percebidos nos dias 13 e 17 de setembro, é possível reduzir o erro na localização de quilômetros para metros.

O modelo matemático para prever os eclipses de Fobos foi criado dentro do projeto MetNet, que tem como objetivo enviar uma rede de sondas meteorológicas para a superfície de Marte. O método é aplicável para qualquer outra sonda sobre a superfície do planeta que tenha capacidade para realizar observações ópticas.

Segundo o modelo matemático, os próximos trânsitos da lua marciana serão entre os dias 3 e 8 e 13 e 20 de agosto de 2013. O Curiosity terá novas oportunidades de observá-los, e os cientistas de seguir comprovando o método de localização.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

VULCÕES DE VENUS

Impressão artística mostra como seria um vulcão ativo em Vênus
Foto: ESA/AOES/Divulgação

Observações indicam que vulcões de Vênus estariam ativos

03 de dezembro de 2012

Observações feitas pela sonda Vênus Express durante os seis anos da missão indicam grandes mudanças na quantidade de dióxido de enxofre na atmosfera do planeta. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), responsável pelo satélite, uma explicação para o fenômeno seria atividade vulcânica.

A atmosfera de Vênus tem uma grande quantidade de dióxido de enxofre - cerca de 1 milhão de vezes mais que a Terra -, mas ele está preso embaixo da pesadas nuvens da segunda rocha do Sistema Solar. Quando esse gás tóxico entra em contato com a radiação do Sol, ele é destruído. O dióxido de enxofre que a sonda registrou estava sobre as nuvens, ou seja, havia sido formado recentemente.

O planeta tem diversos vulcões em sua superfície, mas os cientistas discutem se eles ainda estão ativos, e as observações da Express podem dar uma pista sobre a resposta. Outras pistas já indicavam que a atividade vulcânica continua em Vênus. Um desses registros, feito em infravermelho, foi do que pode ser fluxos de lava na região de um vulcão. Como a composição era diferente dos arredores, os pesquisadores acreditam que esses fluxos ocorreram em uma erupção recente.

Logo que chegou a Vênus, em 2006, a espaçonave registrou um aumento significativo do gás na atmosfera superior, seguido por um forte decréscimo. Uma das sondas da missão Pioneer, da Nasa, que orbitou o planeta entre 1978 e 1992, também registrou uma forte queda no gás.

"Se você ver dióxido de enxofre na atmosfera superior, você sabe que algo trouxe ele para cima recentemente, porque as moléculas individuais são destruídas pela luz do Sol após alguns dias", diz Emmanuel Marcq, do Laboratoire Atmosphères, Milieux, Observations Spatiales, na França, e líder do estudo.

"Uma erupção vulcânica poderia atuar como um pistão para jogar o dióxido de enxofre para esses níveis, mas peculiaridades na circulação do planeta, que nós não entendemos totalmente ainda, podem também misturar o gás para reproduzir o mesmo resultado", diz Jean-Loup Bertaux, que faz parte da equipe da sonda.

VOYAGER 1

Foto: Nasa/Divulgação

Nasa: sonda Voyager 1 está próxima de deixar o sistema solar

03 de dezembro de 2012

Em 5 de setembro, a sonda espacial Voyager 1 completou 35 anos. Lançada em 1977, ela foi planejada para estudar Júpiter e Saturno, mas foi muito além, chegando a 18 bilhões de km de distância do Sol


A sonda americana Voyager 1 já está na zona prévia à saída do sistema solar, para se transformar no primeiro aparelho humano a percorrer o espaço interestelar, informou a Nasa nesta segunda-feira. A Voyager entrou em uma nova região nos confins do sistema solar, na última etapa antes de atingir o espaço intersideral, revelam os instrumentos a bordo da sonda, lançada em 1977 e que já está a 18,5 bilhões de quilômetros do Sol.

A sonda se encontra em uma "estrada" magnética através da qual partículas altamente carregadas de energia que provêm do espaço interestelar entram no sistema solar e partículas com pouca energia escapam do mesmo sistema, explicaram os cientistas a cargo da missão durante entrevista coletiva.

"Acreditamos que se trata da última etapa do périplo da Voyager 1 antes de ingressar no espaço interestelar", disse Edward Stone, responsável do projeto no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltec), em Pasadena.

"Segundo nossas estimativas, a Voyager 1 poderá sair do sistema solar no prazo de dois meses a dois anos", revelou Stone, assinalando que ninguém esperava por isto antes do lançamento da sonda. "Com ela é preciso estar preparado para o inesperado".

As duas sondas Voyager lançadas em 1977, com um mês de intervalo, seguem em bom estado e funcionando. A Voyager 2 está atualmente a 15 bilhões de quilômetros do Sol.

O programa de exploração Voyager tinha por objetivo estudar planetas do sistema solar. As duas sondas passaram por Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, incluindo 48 luas.

Os dados obtidos pelos nove instrumentos a bordo de cada uma das sondas fizeram desta missão a mais bem sucedida da história da exploração do sistema solar. As Voyagers revelaram numerosos detalhes dos anéis de Saturno e permitiram descobrir os anéis de Júpiter. Também transmitiram as primeiras imagens precisas dos anéis de Urano e de Netuno, descobriram 33 novas luas e revelaram atividade vulcânica em Io, além da estranha estrutura de duas luas de Júpiter.