Impressão artística mostra como seria um vulcão ativo em Vênus
Foto: ESA/AOES/Divulgação
Observações indicam que vulcões de Vênus estariam ativos
03 de dezembro de 2012
Observações feitas pela sonda Vênus Express durante os seis anos da missão indicam grandes mudanças na quantidade de dióxido de enxofre na atmosfera do planeta. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), responsável pelo satélite, uma explicação para o fenômeno seria atividade vulcânica.
A atmosfera de Vênus tem uma grande quantidade de dióxido de enxofre - cerca de 1 milhão de vezes mais que a Terra -, mas ele está preso embaixo da pesadas nuvens da segunda rocha do Sistema Solar. Quando esse gás tóxico entra em contato com a radiação do Sol, ele é destruído. O dióxido de enxofre que a sonda registrou estava sobre as nuvens, ou seja, havia sido formado recentemente.
O planeta tem diversos vulcões em sua superfície, mas os cientistas discutem se eles ainda estão ativos, e as observações da Express podem dar uma pista sobre a resposta. Outras pistas já indicavam que a atividade vulcânica continua em Vênus. Um desses registros, feito em infravermelho, foi do que pode ser fluxos de lava na região de um vulcão. Como a composição era diferente dos arredores, os pesquisadores acreditam que esses fluxos ocorreram em uma erupção recente.
Logo que chegou a Vênus, em 2006, a espaçonave registrou um aumento significativo do gás na atmosfera superior, seguido por um forte decréscimo. Uma das sondas da missão Pioneer, da Nasa, que orbitou o planeta entre 1978 e 1992, também registrou uma forte queda no gás.
"Se você ver dióxido de enxofre na atmosfera superior, você sabe que algo trouxe ele para cima recentemente, porque as moléculas individuais são destruídas pela luz do Sol após alguns dias", diz Emmanuel Marcq, do Laboratoire Atmosphères, Milieux, Observations Spatiales, na França, e líder do estudo.
"Uma erupção vulcânica poderia atuar como um pistão para jogar o dióxido de enxofre para esses níveis, mas peculiaridades na circulação do planeta, que nós não entendemos totalmente ainda, podem também misturar o gás para reproduzir o mesmo resultado", diz Jean-Loup Bertaux, que faz parte da equipe da sonda.
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