terça-feira, 22 de janeiro de 2013

EXOPLANETAS AO NOSSO ALCANCE

Imagem artística mostra diferentes tipos de planetas na Via Láctea detectados pelo Kepler

Em 15 anos, lançaremos sonda para exoplaneta, acredita cientista

22 de Janeiro de 2013

Um alvoroço estelar. Vinte anos atrás, aprendia-se, em sala de aula, que havia nove planetas. Naquela época, para as crianças, só se falava em Sistema Solar. Algum tempo depois, Plutão caiu fora da lista - agora é apenas um planeta-anão. No início deste ano, uma descoberta pode dar trabalho para ser explicada pelos professores no futuro. Um estudo indica que uma em cada seis estrelas parecidas com o Sol tem planetas do tamanho da Terra , constatados por meio do observatório espacial Kepler, da Nasa, a agência espacial americana. Com a devida análise dos dados, a conclusão foi ainda mais aterradora: existem ao menos 17 bilhões de planetas do tamanho da Terra na Via Láctea e em uma órbita similar à de Mercúrio.

Os detalhes sobre a descoberta foram revelados por Francois Fressin, pesquisador do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, durante uma conferência em Long Beach, na Califórnia, além de serem publicados na revista acadêmica The Astrophysical Journal. Não tardou para surgirem especulações acerca da possibilidade de vida nesses outros planetas. Natalie Batalha, cientista da missão Kepler no Centro de Pesquisa Ames da Nasa, advertiu, porém, em entrevista ao Terra, que esse tipo de afirmação é muito precoce - mas que as novidades são muito relevantes e devem resultar outras importantes descobertas. “Não existe absolutamente nada confirmado em relação a isso (vida fora da Terra). O nosso próximo passo é exatamente provar a necessidade de enviar talvez um telescópio espacial para outro sistema solar para provar a existência de oxigênio ou alguma evidência de vida nesses lugares”, revelou Natalie.

A cientista ainda explicou que as revelações foram possíveis por meio do fotômetro do observatório Kepler, o qual mostrou a geometria dos planetas e como eles realizam a órbita. Conforme Natalie, esses “novos” planetas estariam a cerca de quatro anos-luz da Terra. Com base nas tecnologias e distâncias, ela prevê missões a outro sistema solar em menos de 15 anos. “Bastaria mandar (para o espaço) um dispositivo do tamanho de um celular. A tecnologia ainda não existe, mas é algo fácil se for uma prioridade. Já estamos inspirando pessoas”, comemorou a cientista.

Já Francois Fressin, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, destacou que é possível a existência de formas de vida extraterrestres por conta de indícios de água líquida nesses planetas de tamanho similar ao da Terra. “Existem até indicações de que eles são rochosos. Não há nada confirmado, mas estamos na direção certa”, disse ao Terra Fressin, que, por outro lado, prevê uma missão de robôs a outro sistema solar até o fim deste século.

Voluntários
Além da descoberta de planetas de tamanho similar ao da Terra, pesquisadores amadores do Planethunters.org e voluntários da Universidade de Oxford alegam que encontraram ao menos dois novos planetas por meio do Observatório Kepler. Um planeta foi batizado de PH2B e seria similar a Júpiter, com um grande potencial de possuir vida. Para o pesquisador da Universidade de Oxford Chris Lintott, a novidade é espantosa.

“Há uma obsessão normal em encontrar planetas como a Terra, mas descobrir um planeta como o PH2B é algo bem mais estranho. Se esses planetas tiverem luas do tamanho da Terra, serão mundos com rios, lagos e todos os tipos de habitats. Astrônomos profissionais estão sendo resgatados por voluntários”, afirmou Lintott. O site Planet Hunters, esforço colaborativo entre a Universidade de Yale e a Zooniverse, aceita voluntários para analisar os dados do observatório: “O Observatório Kepler é uma das ferramentas mais poderosas para a caça de novos planetas fora do Sistema Solar. Os computadores da equipe do Kepler estão analisando todos os dados, mas nós estamos apostando que alguns planetas só poderão ser detectados pela notável habilidade humana de reconhecimento de padrões".

Kepler

O Observatório Kepler foi lançado pela Nasa no dia 7 de março de 2009 especialmente para encontrar planetas similares à Terra e permaneceu ativo até o dia 15 de janeiro deste ano. O observatório é parte do programa Discovery, da Nasa, lançado em 1992 com o objetivo de criar projetos de custo mais baixo para melhorar o entendimento do Sistema Solar. A administração localiza-se no Centro de Pesquisa Ames, sediado em Mountain View, na Califórnia.

A missão Kepler deve ser estendida em função de dificuldades de análise e processamento por conta do enorme volume de dados coletados pelo telescópio. Entre outras recentes descobertas, está a revelação de que a Via Láctea é uma galáxia espiral com estrelas, gás, com uma barra central e dois braços espirais, que são chamadas de “ossos internos”. Tudo era mais simples quando Plutão ainda era um planeta.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A EXPLOSÃO DE RAIOS GAMA


Terra foi atingida por explosão de raios gama na Idade Média


21 de Janeiro de 2013

Em 2012, pesquisadores encontraram evidências de que o nosso planeta foi atingido por uma súbita onda de radiação durante a Idade Média, mas ainda não havia clareza sobre que tipo de evento cósmico pudesse ter sido sua causa. Agora, um estudo sugere que a explosão teria sido resultado da fusão de dois buracos negros ou estrelas de nêutrons em nossa galáxia.

Esta colisão teria gerado e arremessado para fora uma grande quantidade de energia. A pesquisa foi publicada no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

'Totalmente consistente'

No ano passado, uma equipe de pesquisadores constatou a presença em nível incomum de um tipo de carbono radioativo - conhecido como carbono-14 - em algumas antigas árvores de cedro-do-japão. Na Antártida, também, houve um aumento nos níveis de uma forma de berílio - berílio-10 - no gelo.

Estes isótopos são criados quando uma radiação intensa atinge os átomos na atmosfera superior, o que sugere que uma explosão de energia havia atingido o nosso planeta.

Usando dados recolhidos nas árvores e no gelo, os pesquisadores foram capazes de identificar que este evento teria ocorrido entre os anos 774 e 775 d.C., mas que sua causa era desconhecida.

A possibilidade de uma supernova - explosão de uma estrela - foi considerada, mas descartada em seguida porque os rastros de um evento como esse ainda seriam visíveis hoje por telescópio.

Outra equipe de físicos americanos recentemente publicou um artigo sugerindo que uma explosão solar extraordinariamente grande poderia ter causado a emissão de energia. No entanto, outros membros da comunidade científica acharam pouco provável que explosões solares fossem capazes de gerar os níveis de carbono 14 e berílio-10 encontrados nas árvores e no gelo.

Agora, pesquisadores alemães ofereceram outra explicação: uma enorme explosão que teria ocorrido dentro da Via Láctea.

Um dos autores do estudo, o professor Ralph Neuhauser, do Instituto de Astrofísica da Universidade de Jena, disse: "Nós observamos os espectros de curtas explosões de raios gama para estimar se seriam consistentes com a taxa de produção de carbono-14 e berílio-10 - e [achamos] que é totalmente consistente ".

Alguns segundos

Estas emissões enormes de energia ocorrem quando os buracos negros, estrelas de nêutrons ou anãs brancas (estrelas na fase final de suas vidas, prestes a explodir) colidem - as fusões galácticas levam apenas alguns segundos, mas enviam uma vasta onda de radiação.

"Explosões de raios gama são eventos muito, muito explosivos e enérgicos. Então usamos a quantidade de energia encontrada (na Terra) para estimar a distância do evento", disse Neuhauser.

"Nossa conclusão foi de que era de 3.000 a 12.000 anos-luz de distância - e isso está dentro de nossa galáxia". Embora o evento soe dramático, nossos antepassados medievais podem mal tê-lo notado.

Uma explosão de raios gama ocorrida nesta distância teria sido absorvida pela nossa atmosfera, deixando apenas um traço nos isótopos que eventualmente passaram pelo filtro da atmosfera e chegaram às árvores e ao gelo. Os pesquisadores não acham que foi emitida qualquer luz visível.

Eventos raros

Observações do espaço sugerem que explosões de raios gama são raras. Elas ocorrem no máximo a cada 10 mil anos e pelo menos uma vez em um milhão de anos em uma galáxia.

O professor Neuhauser disse ser improvável que o planeta Terra fosse atingido por outro fenômeno do tipo, mas, caso isso ocorra, deverá ter mais impacto.

Se uma explosão cósmica ocorrer na mesma distância que o evento do século 8, poderia derrubar nossos satélites. Mas se ocorrer ainda mais perto - a apenas algumas centenas de anos-luz de distância - poderia destruir a camada de ozônio, com efeitos devastadores para a vida na Terra. No entanto, esta hipótese, disse o professor Neuhauser, é "extremamente improvável".


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

17 BILHÕES DE TERRAS



Concepção artística do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica mostra os diferentes tipos de planeta que existem na Via Láctea. O telescópio espacial Kepler identificou 461 novos candidatos a planeta, sendo que quatro deles podem ser habitáveis. No total, o Kepler já descobriu 2.740 planetas em potencial. As descobertas indicam que a galáxia pode abrigar ao menos 17 bilhões de planetas do tamanho da Terra Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics/AP


Galáxia pode ter 17 bilhões de 'Terras', diz estudo



BBC
08/01/2013

Até uma em cada seis estrelas pode abrigar em sua órbita um planeta do tamanho da Terra, segundo pesquisa. Com base nesse dado, os autores afirmam que pode haver um total de 17 bilhões desses planetas em toda a galáxia. A pesquisa, divulgada no encontro semestral da Sociedade Astronômica Americana, na Califórnia, foi baseada em análises de possíveis planetas revelados pelo telescópio espacial Kepler.


A equipe responsável pelo Kepler também anunciou 461 novos candidatos a planetas, elevando a 2.740 o número total de planetas já identificados.

Desde seu lançamento, em 2009, o telescópio Kepler observa uma parte fixa do céu, captando mais de 150 mil estrelas em seu campo de visão. Ele detecta a diminuta redução na luz que chega de uma estrela quando um planeta passa em frente a ele, no que é chamado de trânsito.

Mas essa é uma medida difícil de se fazer, com a luz total mudando apenas frações de porcentagem. Além disso, nem toda redução se deve a uma estrela.

'Correções'


O astrônomo François Fressin, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica - que descobriu o primeiro planeta do tamanho da Terra - começou a tentar descobrir não somente quais candidatos detectados pelo Kepler podem não ser planetas, mas também quais planetas podem não ser visíveis ao Kepler.


"Temos que corrigir duas coisas. Primeiro, a lista de candidatos do Kepler é incompleta", disse Fressin à BBC. "Nós somente vemos os planetas que estão em trânsito pelas suas estrelas hospedeiras, estrelas que por acaso têm um planeta que está bem alinhado para que nós o vejamos. Para cada um deles, há dezenas que não estão nessas condições."

"A segunda grande correção é na lista de candidatos - há alguns que não são planetas verdadeiros transitando sua estrela hospedeira, são outras configurações astrofísicas", diz.

Isso pode incluir, por exemplo, estrelas binárias, nas quais uma estrela orbita outra, bloqueando parte da luz conforme as estrelas "transitam"umas às outras.

"Nós simulamos todas as possíveis configurações em que podíamos pensar - e descobrimos que elas poderiam representar apenas 9,5% dos planetas Kepler, e que todo o resto são planetas genuínos", explicou Fressin.

Os resultados sugerem que 17% das estrelas hospedam um planeta com tamanho até 25% superior ao da Terra, com órbitas fechadas que duram apenas 85 dias ou menos - semelhante ao do planeta Mercúrio. Isso significa que a galáxia abrigaria ao menos 17 bilhões de planetas do tamanho da Terra.

Zona habitável

O estudo divulgado por Fressin foi complementado pelos resultados de uma pesquisa do astrônomo Christopher Burke, do Instituto Seti, nos Estados Unidos, que anunciou a descoberta de mais 461 candidatos a planetas.

Desse montante, uma fração substancial tem o tamanho da Terra ou não são muito maiores - planetas que até agora vinham sendo particularmente difíceis de serem detectados.

"O que é particularmente interessante é que quatro desses novos planetas - com menos de duas vezes o tamanho da Terra - estão potencialmente na zona habitável, a localização em torno de uma estrela onde poderia potencialmente haver água líquida para sustentar a vida", disse Burke à BBC.

Um dos quatro planetas, batizado de KOI 172.02, tem apenas uma vez e meia o diâmetro da Terra e orbita uma estrela semelhante ao Sol - no que seria a versão mais próxima já descoberta de uma "gêmea" da Terra.

"É muito animador, porque estamos realmente começando a aumentar a sensibilidade a essas coisas na zona habitável - estamos realmente só chegando à fronteira dos planetas que podem potencialmente ter vida", diz Burke.

William Borucki, um dos líderes da missão do Kepler, se disse "encantado" com os novos resultados. "A coisa mais importante é a estatística - não encontramos somente uma Terra, mas cem Terras, que é o que veremos com o passar dos anos com a missão Kepler - porque ele foi desenvolvido para encontrar várias Terras", disse.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

"BELEZA NEGRA" O METEORITO MARCIANO






















Meteorito marciano rico em água é achado no Saara

04/01/2013

Um meteorito com mais de 2 bilhões de anos, descoberto recentemente na Terra, difere de todos os encontrados até agora por ser rico em água e ser parecido com as rochas de Marte analisadas pelas sondas da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), segundo estudo publicado nesta sexta-feira (4) na revista Science.

Apelidado de "beleza negra", o objeto com 320 gramas e do tamanho de uma bola de beisebol foi encontrado em 2011 no Saara, deserto no norte da África.

Cientistas encontraram no Saara, deserto no norte da África, um meteorito raro de Marte que é rico em água. De acordo com o estudo, a água do objeto poderia vir de uma fonte vulcânica de um aquífero próximo à superfície do planeta vermelho, o que sugere que alguma atividade aquosa persistiu na superfície de Marte durante o começo da era Sideriana (amazoniana) Nasa/AFP

"A rocha basáltica - de origem vulcânica - contida neste meteorito é similar à composição da crosta marciana ou da parte superior do manto de Marte", explicou Carl Agee, da Universidade de Novo México, no sudoeste dos Estados Unidos, um dos co-autores da pesquisa.

"Nossas análises dos isótopos do oxigênio mostram que este meteorito, denominado NWA [noroeste da África] 7034, é diferente de todos os demais, visto que sua formação química corresponde à formação do solo de Marte e às interações com a atmosfera do planeta vermelho", acrescentou.

Água e atmosfera de Marte


Segundo o cientista, a abundância de moléculas de água neste meteorito - com cerca de 600 partes por milhão, ou seja, dez vezes mais do que em outros meteoritos marcianos conhecidos - faz pensar que estava na superfície de Marte há 2,1 bilhões de anos.

A água poderia vir de uma fonte vulcânica de um aquífero próximo à superfície, o que faz pensar que uma atividade aquosa persistiu na superfície de Marte durante o começo da era Sideriana (Amazoniana). Além disso, o "beleza negra" também pode ser considerado raro devido o resultado de sua interação com a atmosfera do planeta vermelho.

"Nossas análises de carbono mostram igualmente que o meteorito sofreu uma segunda transformação na superfície de Marte, que explica a presença de macromoléculas de carbono orgânico", revelou Andrew Steee, do Instituto Canergie (EUA) e co-autor do estudo.

Para Stee, "trata-se do meteorito marciano mais rico geoquimicamente já encontrado, e as análises que foram realizadas provavelmente vão revelar outras surpresas".

Meteoritos


Já foi encontrada, até agora, uma centena de meteoritos de origem marciana. Os meteoritos de origem de Marte e da Lua são raros; a maioria provém do cinturão de asteroides, uma região do Sistema Solar situada entre Marte e Júpiter.

Em 2012 foram registrados mais de 42 mil meteoritos, um número que aumenta em cerca de 1.500 casos ao ano, segundo dados da Meteoritical Society.

A sonda Curiosity, da Nasa, está desde agosto do ano passado na cratera Gale, que fica no equador marciano, para determinar se o planeta vermelho foi propício para a vida microbiana.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

ESTRANHOS PLANETAS

Projeção feita pela Nasa mostra o planeta Cancri (esq.) ao lado da Terra

Veja 'estranhos' planetas descobertos nos últimos 20 anos

27 de Dezembro de 2012

Nos últimos 20 anos, astrônomos de todo mundo catalogaram cerca de 850 planetas fora do nosso Sistema Solar. A busca por mundos que orbitem outras estrelas tem levado à descoberta de alguns planetas estranhos, desde um gigante de gás quente, mais escuro que carvão, até um planeta com quatro sóis. Abaixo, alguns dos exemplos mais estranhos.

Quatro sóis
Em uma cena do filme da saga Star Wars, quando o personagem Luke Skywalker olha para o horizonte, vê dois sóis se pondo no planeta Tatooine. Os astrônomos já descobriram vários sistemas parecidos com o da ficção, nos quais os planetas orbitam estrelas duplas. Mas, em 2012, uma equipe de voluntários e astrônomos profissionais encontrou um planeta iluminado por quatro astros, o primeiro desse tipo.

O mundo distante fica na constelação de Cygnus, orbita um par de astros e um segundo par gira em volta deles. Ele fica a 5.000 anos-luz da Terra e seu raio é seis vezes maior do que o do nosso planeta (do tamanho de Netuno).

E, apesar de ser puxado por quatro forças gravitacionais diferentes, o planeta PH1 consegue manter uma órbita estável. A descoberta foi feita por voluntários que usavam o site Planet Hunters, junto com uma equipe de institutos científicos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. O nome PH1 veio do site.

Na época da descoberta, Chris Lintott, da Universidade de Oxford, disse à BBC que a descoberta "não era, em absoluto, algo que estávamos esperando".

Escuridão
Em 2011, um grupo de astrônomos americanos anunciou que um exoplaneta - mundo localizado fora do nosso Sistema Solar - do tamanho de Júpiter e conhecido como TrES-2b era o mais escuro já descoberto, refletindo apenas 1% da luz que o atingia.

O TrES-2b é ainda mais escuro do que tinta acrílica preta e mais preto do que qualquer planeta ou lua do nosso Sistema Solar. Ele fica a 718 anos-luz da Terra e sua massa e raio são quase os mesmos que os do planeta Júpiter. A distância entre o TrES-2b e sua estrela pode ser um dos fatores responsáveis por essa escuridão.

Em nosso Sistema Solar, Júpiter é coberto por nuvens brilhantes de amônia que refletem mais de um terço da luz do Sol que o alcança.

Mas o TrES-2b orbita a uma distância de apenas 4,83 milhões de quilômetros de seu astro. A energia intensa do Sol esquenta o planeta a mais de 1.000ºC, o que o torna muito quente para a formação de nuvens de amônia. A atmosfera do TrES-2b também tem elementos químicos que absorvem ao invés de refletir a luz.

Mas esses fatores não conseguem explicar totalmente a extrema falta de luz no planeta. Um dos autores do estudo sobre o TrES-2b, David Spiegel, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, afirma que o planeta é tão quente que "emite um brilho vermelho fraco, muito parecido a uma brasa ou à espiral de um forno elétrico".

Diamante

Um planeta próximo na constelação de Câncer pode ter uma composição peculiar. O corpo celeste, conhecido como 55 Cancri E, "provavelmente é coberto de grafite e diamante em vez de água e granito", segundo o astrônomo Nikky Madhusudhan, da Universidade de Yale.

O 55 Cancri e pertence à classe de mundos conhecida como planetas-diamante e acredita-se que seja rico no elemento carbono, que pode existir em várias formas estruturais, como grafite ou o diamante. Planetas ricos em carbono contrastam muito com a Terra, cujo interior tem, relativamente, pouco deste elemento, mas é rico em oxigênio.

Ele fica a 40 anos-luz da Terra e o raio do planeta é duas vezes o tamanho do raio da Terra. Em 2012, Madhusudhan e seus colegas publicaram as primeiras medidas do raio do exoplaneta. Estes novos dados, combinados com as estimativas mais recentes da massa 55 Cancri E, permitiram que os cientistas deduzissem a composição química.

Para fazer isto, eles usaram modelos em computadores do interior do planeta e calcularam as possíveis combinações de elementos e compostos que poderiam ter as características observadas. Os resultados sugerem que o 55 Cancri E é, em sua maior parte, composto de carbono (na forma de grafite e diamante), ferro, carboneto de silício e, potencialmente, silicato.

Os cientistas estimam que pelo menos um terço da massa do planeta seja de diamante, o equivalente a três vezes a massa da Terra.

Engolido

Localizado na constelação de Auriga (também conhecida como Cocheiro), a 600 anos-luz da Terra, o planeta Wasp-12b está sendo devorado lentamente pela sua estrela, a Wasp-12.

O planeta gigante orbita tão próximo à estrela semelhante ao Sol que sua temperatura chega a 1.500ºC. Ele está sendo distorcido, chegando à forma de uma bola de rúgbi, devido à gravidade da estrela.

A grande proximidade entre o Wasp-12b e a estrela levou a atmosfera do planeta a se expandir a um raio três vezes maior que a de Júpiter. Material proveniente dela está "vazando" para a estrela.

"Vemos uma grande nuvem de materiais em volta do planeta, que está escapando e será capturado pela estrela", disse a astrônoma Carole Haswell, da Open University britânica.

Haswell e sua equipe usaram o telescópio Hubble para confirmar estimativas anteriores a respeito do planeta e divulgaram a descoberta na publicação científica The Astrophysical Journal Letters. Os pesquisadores dizem que o planeta pode ainda existir por mais 10 milhões de anos antes de se apagar.