quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A CRATERA GIORDANO BRUNO



As crônicas medievais do monge Gervase de Canterbury relatam a observação de um fenômeno astronômico espetacular: em 18 de junho de 1178 d.C., cerca de uma hora após o pôr-do-sol, cinco testemunhas viram a ponta superior da Lua crescente se partir subitamente em duas. "Do ponto intermediário dessa divisão", conta o monge, "elevou-se uma tocha flamejante que cuspia (...) fogo, carvão quente e faíscas (...). A Lua se contorcia e palpitava como uma serpente ferida."
A cratera lunar Giordano Bruno ; mancha branca no alto à esquerda; pode ter sido originada por um fenômeno visto por observadores medievais. Em 1976, um geólogo propôs uma explicação para o fenômeno: os observadores medievais haviam relatado o impacto de um imenso meteoro (de um a três quilômetros de largura) com a Lua. O objeto teria dado origem a uma cratera de 22 quilômetros de diâmetro, hoje conhecida como Giordano Bruno. A hipótese, sustentada pela localização e idade aproximada da cratera (a mais jovem na Lua com as suas dimensões), foi bem aceita no meio científico.

Uma evidência favorável a tal hipótese é dada pela observação do vibrações da superfície lunar.Quando um meteorito muito grande ou veloz se choca com a lua, esta responde com vibrações. Calcula-se que tais oscilações não cessam antes de uns oitocentos anos, para um impacto do tipo que estamos considerando. Esses estremecimentos da superfícies podem ser medidos através de raios laser mandados da terra e refletidos em espelhos deixados na lua pelos astronautas da missão Apollo. A medição do tempo de ida e volta dos raios nos dá com excelente a distância da fonte do laser ao espelho. As medições indicam que a superfície lunar vibra com um período de cerca de três anos e amplitude de três metros, consistente com a idéia de que a cratera Giordano Bruno tenha menos de 1000 anos de idade.

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