segunda-feira, 2 de julho de 2012

EXOPLANETAS ... A BUSCA CONTINUA.


Astrônomos descobrem como 'ver' atmosfera de exoplaneta

27 de junho de 2012

Impressão artística do exoplaneta Tau Boötis b
Foto: ESO/ Divulgação

Astrônomos criaram uma nova técnica para estudar pela primeira vez a atmosfera de um exoplaneta (aquele que está fora do Sistema Solar) sem que ocorresse um trânsito. A equipe internacional utilizou o telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) para combinar observações infravermelhas de alta qualidade (em comprimentos de onda da ordem dos 2,3 microns). Com os registros, eles separaram o fraco sinal emitido pelo planeta da radiação muito mais forte emitida pela estrela hospedeira. Os resultados serão publicados na próxima edição da revista especializada Nature.

Saiba o que é trânsito, comprimento de onda e muito mais

"Graças à elevada qualidade das observações fornecidas pelo VLT e pelo CRICES (instrumento do telescópio que foi utilizado) conseguimos estudar o espectro do sistema com muito mais detalhe do que o que era possível até agora. Apenas 0,01% da radiação observada é emitida pelo planeta, enquanto que o resto vem da estrela, por isso não foi nada fácil separar esta contribuição", diz Matteo Brogi (Observatório de Leiden, Holanda), autor principal do estudo.

Até agora, para estudar a atmosfera de um exoplaneta, os especialistas precisavam que ocorresse um trânsito em frente a sua estrela. Os pesquisadores usaram o poderoso telescópio mantido pelos europeus no deserto chileno do Atacama para descobrir detalhes de Tau Boötis b, um dos primeiros exoplanetas descobertos (em 1996) e que, do nosso ponto de vista, não transita em frente ao seu sol.

Os pesquisadores descobriram que esse gigante gasoso tem, ao contrário do que se acreditava, uma atmosfera que fica mais fria com a altitude - característica inversa à maioria dos exoplanetas gigantes gasosos que ficam muito próximos de suas estrelas. Eles ainda mediram a quantidade de CO2. A nova técnica possibilitou finalmente determinar com precisão a massa do planeta (equivalente a seis vezes a de Júpiter), um mistério de 15 anos.

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'Podemos encontrar planeta como a Terra até 2022', dizem astrofísicos
25 de junho de 2012

Os astrofísicos não descartam a possibilidade de encontrar um pequeno planeta similar à Terra em menos de 10 anos, declarou nesta segunda-feira Ignaci Ribas, um dos organizadores do "Cool Stars 17", a reunião internacional sobre estrelas frias que ocorre em Barcelona. Em entrevista, Ribas explicou que os especialistas já identificaram mais de 800 planetas ao redor das estrelas frias e que falta muito pouco para encontrarem um que seja muito parecido ao nosso.

Segundo o especialista, apesar de saberem onde esse planeta se encontra, a atual tecnologia ainda não é eficaz para este tipo de experiência. No entanto, se este planeta fosse habitado por seres inteligentes, Ribas destacou que seria possível conversar com eles através de sinais de rádio, embora essa troca de mensagens poderia demorar mais de 100 anos.

Ribas destacou que os planetas se concentram ao redor das estrelas frias, que representam 80% das que se veem e há no universo, entre elas o Sol. Esses astros são chamados de "frios" porque sua temperatura está abaixo dos 6 mil graus. Em nossa galáxia há cerca de 200 mil estrelas frias, e as estrelas quentes, que representam 20%, possuem uma temperatura que oscila entre 20 mil e 50 mil graus.

Durante o encontro realizado em Barcelona, os especialistas constataram que as estrelas frias podem ser 10% maior do que se pensava, um dado que possui muita importância na hora de buscar modelos de estudo.

Os especialistas envolvidos no "Cool Stars 17" também destacaram a chamada "música das estrelas", ou seja, as vibrações que esses corpos celestes possuem e que, de acordo com os astrofísicos, aparecem como uma série de frequências, algo similar as notas musicais.

Segundo Ribas, que é astrofísico do Instituto de Ciências do Espaço do CSIC-IEEC, o tom emitido pelas estrelas frias permite a identificação de seu tamanho, sua composição e até sua evolução.

Neste encontro em Barcelona também foram apresentados alguns resultados da missão Kepler (da Nasa), que possui o objetivo de detectar planetas extra-solares através destas frequências com uma técnica similar à sismografia, mas adaptada ao espaço.

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