sábado, 25 de julho de 2015

A ATMOSFERA DE PLUTÃO


Imagem divulgada pela Nasa nesta sexta-feira (24) mostra a atmosfera de Plutão iluminada pela luz do Sol, que está atrás do planeta-anão. A imagem foi feita quando a sonda New Horizons estava a cerca de 2 milhões de km de Plutão (Foto: Nasa/JHUAPL/SwRI via AP)

Nasa divulga imagem inédita da atmosfera de Plutão
Foto mostra atmosfera iluminada pela luz do Sol, atrás do planeta anão.
Sonda New Horizons enviou material para a Terra nesta quinta-feira (23).


24/07/2015

SONDA EM PLUTÃO
Missão da Nasa chega a planeta anão

A Nasa divulgou, nesta sexta-feira (24), fotos inéditas de Plutão. Uma das imagens, feita pela sonda New Horizons e enviada para a Terra nesta quinta-feira (23), revela um anel que representa a atmosfera de Plutão iluminada pelo Sol, que está atrás do planeta anão.

A imagem foi captada apenas 7 horas depois de a sonda passar pelo ponto de aproximação máxima de Plutão e revela um nevoeiro que se estende até 130 km acima da superfície.

"Meu queixo caiu no chão quando vi essa primeira imagem de uma atmosfera alienígena no Cinturão de Kuiper", disse o principal pesquisador do projeto New Horizons, Anan Stern.

"Isso nos faz lembrar que a exploração nos traz mais do que apenas descobertas incríveis – ela nos traz belezas incríveis." Observar a atmosfera de Plutão vai ajudar a entender melhor o que está acontecendo na superfície do planeta anão, afirmam os membros do projeto.

Imagem divulgada nesta sexta-feira mostra uma combinação de imagens captadas pela New Horizons com cores artificiais para mostrar diferenças na composição e na textura na superfície de Plutão (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI via AP)

As novas imagens também revelaram a movimentação de nitrogênio congelado na planície Sputnik, que fica no canto esquerdo da área em formato de coração, como explica o astrônomo Cassio Barbosa (leia o post no Blog Observatório para saber mais detalhes). Segundo cientistas, há sinais de atividade geológica recente na região.

Nesta sexta-feira, a Nasa divulgou ainda um novo vídeo que simula um sobrevoo sobre a superfície de duas regiões de Plutão: Planície Sputnik e Montes Hillary.

Longa jornada
Em 14 de julho, a New Horizons, que viaja pelo espaço há mais de nove anos, atingiu a distância mais próxima de Plutão, 12,5 mil quilômetros. O feito deve ajudar cientistas a descobrir mais detalhes sobre o corpo celeste e o chamado Cinturão de Kuiper.

A sonda espacial viajou durante nove anos por quase 5 bilhões de quilômetros (que é a distância entre Plutão e a Terra) até chegar perto de Plutão.

Ela foi lançada em 2006, dos Estados Unidos, a bordo do foguete Atlas. A sonda viajou até Júpiter e usou a gravidade desse planeta como um estilingue para acelerar sua velocidade. Desde então, ficou adormecida e viajou pelo espaço até ser reativada, em dezembro de 2014.

Sete instrumentos que estão a bordo da sonda captam essas imagens, que estão sendo transmitidas para a Terra. O tempo de transmissão dos dados de Plutão até a Nasa, nos Estados Unidos, é de quatro horas e meia.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

UMA NOVA TERRA

Concepção artística mostra o exoplaneta Kepler-452b, o primeiro com tamanho aproximado da Terra a ser encontrado em uma zona habitável (Foto: NASA/JPL-Caltech/T. Pyle)

Nasa encontra planeta similar à Terra em potencial zona habitável
Planeta Kepler-452b é 60% maior que a Terra e orbita a estrela Kepler 452.
Informação foi divulgada nesta quinta-feira pela agência espacial americana.

23/07/2015

Cientistas da Nasa divulgaram nesta quinta-feira (23) que descobriram um exoplaneta com características muito similares à Terra e que orbita uma estrela semelhante ao Sol.

O planeta Kepler-452b foi chamado pelos cientistas de "primo distante" da Terra. Ele é 60% maior e tem boa chance de ser rochoso, embora sua massa e composição ainda não tenham sido determinados.

Ele demora 385 dias para dar uma volta completa ao redor de sua estrela, chamada de Kepler-452, astro do sistema que está a 1.400 anos-luz de distância da Terra.

Essa estrela é um pouco mais velha que o Sol (tem "só" 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura, é 20% mais brilhante e possui um diâmetro 10% maior.

Os achados desta quinta foram publicados no periódico "The Astronomical Journal". Com a descoberta, aumentou para 521 o total de exoplanetas descobertos pelo satélite Kepler.

'Condições necessárias para a vida'
Em comunicado divulgado pela Nasa, Jon Jenkins, chefe do projeto do satélite Kepler, disse que a descoberta fornece uma oportunidade de entender e refletir sobre o ambiente em evolução da Terra.
[...] Devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir
neste planeta"
Jon Jenkins, chefe do projeto do satélite Kepler

"É inspirador considerar que esse planeta já vive há 6 bilhões de anos na área habitável dessa estrela, mais do que a Terra. Isso é uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta", afirmou o pesquisador.

Além desse achado, foram descritos ainda outros 11 candidatos à planeta que também estão em zona habitável.

A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.

Comparação feita pela Nasa mostra o Sol e a Terra (à esquerda) e a estrela Kepler-452 com o planeta Kepler-452b (Foto: NASA/JPL-Caltech/T. Pyle)

Comparação entre o Sistema Kepler-452 e o Sistema Solar feita pela agência espacial americana, a Nasa (Foto: NASA/JPL-CalTech/R. Hurt)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

PLUTÃO

click na foto

15/07/2015
Nasa divulga foto de Plutão feita durante passagem de sonda
New Horizons teve aproximação máxima do planeta anão nesta terça (14).
Fotos de alta resolução foram transmitidas para a Terra nesta quarta-feira.


A Nasa divulgou, nesta quarta-feira (15), as primeiras imagens feitas pela sonda New Horizons durante sua aproximação de Plutão, quando a nave passou a 12,5 mil km da superfície do planeta anão.

As primeiras imagens divulgadas em uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta mostram as luas Hidra e Caronte.

Em seguida, a equipe da New Horizons mostrou uma imagem em alta resolução da superfície de Plutão, que revelou a existência de montanhas.

Os cientistas revelaram ainda que o "coração" visto na superfície do planeta anão agora tem um nome. A área foi batizada de Tombaugh Regio, em homenagem a Clyde Tombaugh, astrônomo que descobriu Plutão em 1930. A New Horizons viaja pelo espaço carregando as cinzas de Tombaugh, além de outros itens, como duas bandeiras americanas.

Luas
Pelas imagens, foi possível concluir que Caronte, a maior lua de Plutão, tem uma superfície cheia de penhascos, vales e uma marca apelidada pelos cientistas de "Mordor", no norte da região polar da lua.
Imagem feita pela New Horizons mostra Caronte, uma das luas de Plutão (Foto: Nasa TV/Divulgação)

A breve passagem da sonda New Horizons por Plutão ocorreu nesta terça-feira às 8h50 (horário de Brasília). À noite, a sonda se comunicou com a Terra, indicando que o encontro com Plutão tinha sido bem sucedido.

Na manhã desta quarta, durante uma transmissão de dados mais longa, a New Horizons enviou as prinicpais informações obtidadas no encontro, incluindo fotos de altíssima resolução.

As melhores imagens que tinham sido divulgadas até o momento mostravam Plutão a 800 mil km de distância. As divulgadas nesta quarta-feira têm uma resolução 10 vezes maior do que isso.

A sonda espacial viajou durante nove anos por quase bilhões de quilômetros (que é a distância entre Plutão e a Terra) até chegar perto do planeta anão.

O feito vai colaborar com a ciência para analisar mais detalhes sobre a superfície e a temperatura de Plutão e de sua região, chamada de Cinturão de Kuiper.

Membros da equipe da New Horizons se reúnem para ver imagens de Plutão enviadas pela sonda espacial (Foto: Reprodução/Facebook/Nasa)

Trajetória
A sonda foi lançada em 2006, dos Estados Unidos, a bordo do foguete Atlas. Ela viajou até Júpiter e usou a gravidade desse planeta como um estilingue para acelerar sua velocidade.
Desde então, a sonda ficou adormecida e viajou pelo espaço até ser reativada, em dezembro do ano passado.

Sete instrumentos que estão a bordo da sonda vão captar essas imagens, que serão transmitidas para a Terra. O tempo de transmissão dos dados de Plutão até a Nasa, nos Estados Unidos, é de quatro horas e meia.
Imagem de cima mostra Plutão, em imagem feita pela sonda New Horizons esta semana; imagem de baixo mostra detalhes na superfície do planeta anão feitos durante passagem da New Horizons (Foto: Nasa TV/Divulgação)
A imagem de cima, feita esta semana antes da aproximação máxima entre a New Horizons e Plutão, mostra o planeta anão com uma área em destaque; a imagem de baixo, de alta resolução, mostra a área destacada em detalhes (Foto: Nasa TV/Divulgação)

Maior do que esperado
Nesta segunda-feira (13), os cientistas divulgaram que o planeta anão é maior do que se previa. Plutão, antes considerado o nono e mais distante planeta do Sistema Solar, tem um diâmetro de cerca de 2.370 quilômetros, quase 80 quilômetros a mais do que previsões anteriores.

Agora ele é oficialmente maior do que Eris, um dos centenas de milhares de miniplanetas e objetos parecidos com cometas que circulam o Cinturão de Kuiper.

Segundo a agência Reuters, ser um pouco maior significa que Plutão consiste significativamente de mais gelo e um pouco menos de água do que o previsto, um detalhe importante para cientistas determinarem a história de como ele e o resto do Sistema Solar foram formados.


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13/07/2015
Sonda da Nasa descobre que Plutão é maior do que o previsto
Plutão tem diâmetro de 2.370km, cerca de 80km a mais do que se pensava.
Sonda New Horizons vai se aproximar de planeta anão nesta terça-feira.


Nova imagem feita pela sonda New Horizons mostra Plutão mais de perto. Equipamento da Nasa está chegando cada vez mais próximo do planeta anão (Foto: NASA/JHUAPL/SWRI)

Plutão sempre surpreende. Cientistas descobriram que o planeta anão é maior do que se previa, à medida que a espaçonave New Horizons, da Nasa, se aproxima para um voo rente na terça-feira, após uma jornada de quase uma década.

A sonda, que funciona com energia nuclear, estava em posição para passar no centro de uma zona-alvo de 97 a 145 quilômetros entre as órbitas de Plutão e sua lua principal, Charon, na manhã de terça-feira, disseram gerentes do controle da missão New Horizons, no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos arredores de Baltimore.

Após uma jornada de quase 5 bilhões de quilômetros, traçar essa trajetória é como um jogador de golfe em Nova York acertar com uma tacada um buraco em Los Angels, disse o gerente do projeto, Glen Fountain, a repórteres.

Durante a passagem por Plutão e suas cinco luas, que deve durar 30 minutos, a New Horizons realizará uma série cuidadosamente coreografada de manobras para posicionar suas câmeras e instrumentos para centenas de observações.

Cientistas já descobriram que Plutão, antes considerado o nono e mais distante planeta do Sistema Solar, é maior do que se pensava, com um diâmetro de cerca de 2.370 quilômetros, cerca de 80 quilômetros a mais do que previsões anteriores.

Plutão agora é oficialmente maior do que Eris, um dos centenas de milhares de miniplanetas e objetos parecidos com cometas que circulam a região além de Netuno chamada de Cinturão de Kuiper. A descoberta desta região, em 1992, levou a uma reclassificação oficial de Plutão, que passou a ser chamado de "planeta anão".

E tamanho é documento, mesmo para planetas anões. Ser um pouco maior significa que Plutão consiste significativamente de mais gelo e um pouco menos de água do que o previsto, um detalhe importante para cientistas determinarem a história de como ele e o resto do Sistema Solar foram formados.

"O sistema de Plutão é um remanescente fóssil das origens de nosso Sistema Solar", disse o cientista-chefe da Nasa, John Grunsfeld. "Vamos aprender mais sobre isso."

sexta-feira, 10 de julho de 2015

UM SISTEMA COM CINCO SOIS

Astrônomos descobrem sistema com cinco sóis em Ursa Maior

Um dos pares de estrelas binárias do novo sistema poderia estar em processo de fusão
08/07/2015

Astrônomos britânicos anunciaram a descoberta de um sistema solar com nada menos que cinco sóis, na constelação de Ursa Maior.

Distante 250 mil anos-luz da Terra, o grupo de estrelas é inédito por conta de sua configuração: duas estrelas binárias e uma "simples", um agrupamento jamais antes encontrado.

A descoberta foi anunciada num encontro anual de astrônomos britânicos, na cidade de Llandudno, no País de Gales. Ela foi possível graças ao uso de um sistema robotizado de telescópios operando continuamente nos dois hemisférios terrestres - um nas Ilhas Canárias, próximo à Espanha, e outro em Sutherland, na África do Sul.

'Sol-satélite'

Os pares de binárias seguem uma órbita em torno do mesmo centro de gravidade, mas estão separados por uma distância de mais de 21 bilhões de quilômetros - mais de três vezes maior, por exemplo, que a separando Plutão do Sol.

Uma das estrelas duplas é o que a astronomia conhece como "binária de contato" - elas estão próximas o suficiente para se tocarem ou mesmo se fundirem, e compartilham da mesma exosfera (atmosfera externa).

O outro par está separado por 3 milhões de km. E conta com uma espécie de "sol-satélite".

Segundo um dos astrônomos que fizeram a descoberta, Marcus Lohr, o sistema solar pode conter planetas ou mesmo abrigar vida.

"Trata-se de um sistema verdadeiramente exótico. Em princípio, não há razão para que ele não contenha planetas. Habitantes teriam um céu capaz de botar os produtores de Guerra nas Estrelas no chinelo", brincou Lohr, referindo-se às paisagens fantásticas da série de filmes de ficção científica.

"Eles poderiam ter nada menos que cinco sóis de diferentes brilhos ao mesmo tempo no céu".

Lohr disse ainda que, apesar da configuração inédita do sistema em Ursa Maior, um outro grupo de cinco estrelas já foi descoberto pelo telescópio Kepler, na Nasa, a Agência Espacial dos EUA.

O CORAÇÃO DE PLUTÃO


Foto inédita mostra 'coração' na superfície de Plutão


O "rosto" de Plutão inclui uma ampla área escura conhecida informalmente por cientistas como "a baleia", e uma área clara em formato de coração com cerca de 2.000 km

Após viajar nove anos e quase cinco bilhões de quilômetros, a sonda espacial New Horizons começou nesta semana a aproximação final a Plutão, revelando as melhores imagens já feitas de um dos planetas mais distantes do Sistema Solar.

A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou nesta quarta-feira (8) o registro feito no dia anterior pela New Horizons, quando a sonda estava a "apenas" oito milhões de quilômetros de Plutão.

Nesta quinta (9), a sonda chegaria a seis milhões de quilômetros, rumo ao ponto de maior aproximação (12,5 mil km), passagem histórica prevista para 14 de julho.

Essa última imagem foi o primeiro registro enviado após a sonda entrar inesperadamente em modo de segurança, no último dia 4, e perder o contato com a Terra.

O "rosto" de Plutão visto na imagem é, em grande parte, o que será examinado de perto na próxima semana. Inclui uma ampla área escura próxima à linha do Equador de Plutão, conhecida informalmente por cientistas como "a baleia", e uma área clara em formato de coração com cerca de 2.000 km.
Planeta estranho

Na aproximação final, a sonda New Horizons ficará a apenas 12,5 mil km da superfície de Plutão.

Sua câmera de alta resolução Lorri (Long Range Recconnaissance Imager) deverá então captar imagens de resolução até 500 vezes superior aos últimos registros.

A câmera Lorri é responsável pela imagem mostrada nesta página, mas as informações sobre cores foram fornecidas pela outra câmera da sonda, a Ralph.

"As imagens ainda estão um pouco borradas, mas são, de longe, as melhores que já vimos de Plutão, e vão só melhorar", afirmou John Spencer, do instituto de pesquisa SxRI (Southwest Research Institute), de Colorado, um dos parceiros da Nasa na empreitada.

"Nesse momento as imagens revelam apenas que Plutão é um planeta realmente esquisito. Ele tem algumas áreas muito escuras, outras extremamente claras, e não sabemos nada sobre o que são ainda", afirmou Spencer ao programa Newshour, da BBC.

O astrônomo Alex Parker, da equipe da New Horizons, publicou essa ilustração no Twitter.

Spencer e seus colegas acreditam que a área mais clara pode estar coberta por monóxido de carbono congelado e que a mancha escurecida possa ser um depósito de hidrocarbonetos, queimados na atmosfera de Plutão por raios cósmicos e radiação ultravioleta.

Mas por ora tudo não passa de palpite.

"Teremos registros 500 vezes melhores na próxima terça, quando teremos nossa passagem mais próxima", disse Spencer.

Na aproximação final, a New Horizons estará viajando a quase 14km por segundo - muito rápido para entrar em órbita.

A sonda fará um voo automático de reconhecimento, coletando o máximo de imagens e dados ao passar pelo planeta de 2.300 km de diâmetro e suas cinco luas conhecidas: Charon, Styx, Nix, Kerberos e Hydra.

A missão ocorre durante o 50o aniversário da primeira passagem bem sucedida de uma sonda norte-americana por Marte, feita pela Mariner 4. A New Horizons irá coletar 5.000 vezes mais informações do que a Mariner conseguiu quando passou pelo planeta vermelho.

Um dos grandes desafios da missão a Plutão é enviar toda a informação de volta até a Terra. A distância é enorme, o que torna o ritmo de envio dos dados muito lento. Serão ao menos 16 meses para encaminhar todos os dados científicos a serem reunidos nos próximos dias.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

EPPUR SE MUOVE

Galileu e a Santa Inquisição

Galileu Galilei

“Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzo Galilei, florentino, de setenta anos de idade, intimado pessoalmente à presença deste tribunal e ajoelhado diante de vós, Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais Inquisidores-Gerais contra a gravidade herética em toda a comunidade cristã, tendo diante dos olhos e tocando com as mãos os Santos Evangelhos, juro que sempre acreditei, que acredito, e, mercê de Deus, acreditarei no futuro, em tudo quanto é defendido, pregado e ensinado pela Santa Igreja Católica e Apostólica. Mas, considerando que (... ) escrevi e imprimi um livro no qual discuto a nova doutrina (o heliocentrismo) já condenada e aduzo argumentos de grande força em seu favor, sem apresentar nenhuma solução para eles, fui, pelo Santo Oficio, acusado de veementemente suspeito de heresia, isto é, de haver sustentado e acreditado que o Sol está no centro do mundo e imóvel, e que a Terra não está no centro, mas se move; desejando eliminar do espírito de Vossas Eminências e de todos os cristãos fiéis essa veemente suspeita concebida mui justamente contra mim, com sinceridade e fé verdadeira, abjuro, amaldiçôo e detesto os citados erros e heresias, e em geral qualquer outro erro, heresia e seita contrários à Santa Igreja, e juro que no futuro nunca mais direi nem afirmarei, verbalmente nem por escrito, nada que proporcione motivo para tal suspeita a meu respeito."

Era o dia 22 de junho de 1633. Numa sala do convento dominicano de Santa Maria Sopra Minerva, em Roma, encerrava-se um dos episódios mais controvertidos da história: o julgamento de Galileu Galilei pela Santa Inquisição, sua condenação e subseqüente renúncia à crença de que a Terra gira em torno do Sol. Além da retratação, o Tribunal do Santo Oficio impôs a Galileu a pena de prisão domiciliar perpétua e a repetição, semanal, por três anos, dos sete salmos penitenciais.

Lido o veredicto e cumprida a cerimônia de abjuração pública (ao término da qual, segundo contam alguns, Galileu teria murmurado ironicamente: "eppur si muove " - "e, no entanto, ela se move"), o sábio recolheu-se à residência do grão-duque da Toscana, seu velho amigo, onde começou a cumprir a sentença. Pouco depois, alojou-se por algum tempo no palácio do arcebispo Piccolomini, em Siena, mudando-se finalmente para Florença, onde passaria seus últimos anos de vida.

Este período final foi bastante penoso para o cientista, pois, em 1638, a cegueira total o atingiu. Em carta a um amigo, desabafava seu sofrimento: "Ai de mim! O vosso amigo e servo Galileu tem estado no último mês desesperadamente cego, de modo que este céu, esta Terra, este Universo, que eu, por maravilhosos descobrimentos e claras demonstrações, alarguei cem mil vezes além da crença dos sábios da antigüidade, se reduzem, daqui por diante, para mim, a um diminuto espaço preenchido pelas minhas próprias sensações corpóreas".
(Galileu no Tribunal da Santa Inquisição)

Rodeado de amigos e discípulos, Galileu morreria a 8 de janeiro de 1642. Seus companheiros quiseram erguer um monumento em sua homenagem, mas o papa Urbano VIII vetou a proposição, alegando que ela seria um mau exemplo para os fiéis, visto que o morto "dera origem ao maior escândalo de toda a cristandade".

Suas obras foram incluídas no Index dos livros proibidos pela Igreja, juntamente com as de Kepler e Copérnico. Tais publicações seriam liberadas somente em 1822, mas as idéias que defendiam divulgaram-se muito antes.

Galileu Galilei nasceu em Pisa, a 15 de fevereiro de 1564, filho de Vincenzo Galilei e Julia Ammanati di Pescia. O pai, membro empobrecido da pequena nobreza, era músico e mercador, homem de cultura respeitada e um espírito contestador das idéias vigentes. Entretanto, Vincenzo desejava uma sólida posição social para seu filho, e por isso induziu-o à carreira médica.

Assim, após completar seus primeiros estudos em Pisa e na escola dos jesuítas do mosteiro de Vallombrosa, perto de Florença, com apenas dezessete anos, Galileu ingressava na Universidade de Pisa como estudante de Medicina. Entretanto, já no segundo ano do curso - que jamais concluiu, por falta de interesse pela matéria - ele descobriu a Física e a Matemática, realizando sua primeira observação importante: a oscilação de um pêndulo apresenta uma freqüência constante, independentemente de sua amplitude (quando esta é muito pequena). Na mesma época, inventou o pulsillogium, espécie de relógio utilizada para medir a pulsação.
(Galileu observa a oscilação de um lampadário na catedral de Pisa)

O encontro de sua verdadeira vocação científica levou-o a abandonar a universidade, apesar do descontentamento do pai. Voltando para Florença, em 1585, dedicou-se por conta própria aos novos estudos, mantendo um contato permanente com os intelectuais da cidade que freqüentavam a casa paterna, o que enriqueceu bastante sua formação filosófica e literária.

Prosseguindo suas experiências, notadamente no campo da mecânica aplicada, Galileu inventou uma balança hidrostática, sobre a qual escreveu um tratado, que terminou por atrair a atenção do grão-duque da Toscana, Fernando de Medici. Isto valeu-lhe, em 1589, a nomeação para lente de Matemática da Universidade de Pisa. Três anos mais tarde, o cientista transferiu-se para Pádua, onde, ainda sob a proteção de Fernando de Medici, assumiu a Cátedra de Matemática.

Nesta cidade, Galileu viveu dezoito anos, e aí realizou a parte mais importante de sua obra: a formulação das leis do movimento dos corpos em queda livre e dos projéteis, e a defesa do sistema heliocêntrico do Universo. Em ambos os casos, ele investiu contra as doutrinas oficiais da época - que se baseavam nas concepções do filósofo grego Aristóteles -, atraindo, com isso, a ira dos doutores da Igreja.

Aristóteles viveu entre 384 e 322 a.C. Segundo ele, a Terra encontra-se imóvel no centro do Universo, rodeada por nove esferas concêntricas e transparentes. Nessas, a camada mais interna é formada pela Lua, seguida pelas esferas dos planetas Mercúrio e Vênus, e, depois, pela do Sol, Marte, Júpiter e Saturno. A oitava região corresponde às estrelas e a última ao Primeiro Motor - Deus - que imprime movimento a todo o sistema.

No mundo de Aristóteles, cada coisa tem seu lugar, onde deve permanecer. Quando, por qualquer razão, algo se desloca de sua posição "natural", tende a reassumi-la imediatamente, animando-se de um "movimento natural": uma pedra, se elevada do chão, nele recairá, pois esse é o seu lugar. E isso, no entanto, não se aplica apenas aos objetos inanimados. Os pássaros voam e os peixes nadam porque esta é a sua natureza. E, o que é mais importante, eles existem exatamente para voar e nadar.

Esses exemplos também ilustram uma das idéias fundamentais da doutrina de Aristóteles: a da existência de causas finais no Universo, que faz com que todas as coisas sempre atuem visando a atingir determinados objetivos.

Durante muito tempo, essa filosofia constituiu um entrave ao desenvolvimento científico, pois suas explicações limitavam-se a postular um fim apropriado para cada fenômeno, sem verificar como ele ocorria.

No início de 1543 foi publicado, em Nuremberg, um livro de autoria do cônego prussiano Nicolau Copérnico, intitulado De revolutionibus orbium coelestium. Suas primeiras vinte páginas continham uma síntese da tese revolucionária defendida pela obra: o Universo ocupa um espaço finito, limitado pela esfera das estrelas lixas, ao centro do qual encontra-se, imóvel, o Sol. Ao redor deste astro giram, sucessivamente, os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno, enquanto a Lua se move em torno da Terra. Para o autor, a aparente revolução diária do firmamento terrestre é uma conseqüência do movimento de rotação da Terra em torno de seu próprio eixo.

Assim, Copérnico retirou a Terra do centro do mundo, colocando em seu lugar o Sol. Essa idéia ousada, no entanto, apesar de contrariar frontalmente os cânones oficiais, não levantou imediatamente a ira da Igreja, pois o sistema heliocêntrico de Copérnico, além de pouco divulgado, explicava os movimentos celestes de forma pouco satisfatória.

De fato, Copérnico, seguindo a tradição, não conseguira se libertar da tirania do movimento circular; e, assim, também fora obrigado a introduzir rodas e mais rodas em seu Universo para que ele funcionasse. Além disso, o prefácio do De revolutionibus orbium coelestium trazia a seguinte observação tranqüilizadora: "Por favor, não tomeis isto a sério. É apenas um gracejo, destinado exclusivamente a matemáticos e, na verdade, muito improvável".

A tempestade que se abateria sobre o sistema heliocêntrico, "o maior escândalo da cristandade", somente ocorreu três quartos de século mais tarde, com o processo de Galileu. Entretanto, o germe fora lançado, e, no decorrer desse período, o heliocentrismo foi ganhando um número cada vez maior de adeptos, entre os quais se destacava a figura de Johannes Kepler.

Kepler fora assistente do dinamarquês Tycho Brahe. Os dados observados por este, no decorrer de toda uma existência dedicada à astronomia, permitiram a Kepler concluir, juntamente com Copérnico, que o Sol, e não a Terra, é que se encontra no centro do Universo; e - o que é mais importante que as órbitas dos planetas são elipses e não circunferências. Com isso, não só eliminava a principal objeção astronômica à hipótese de Copérnico, mas golpeava de morte o dogma circular, arrastando consigo uma parte do já vacilante edifício da cosmologia aristotélica. Contudo, os cálculos puramente astronômicos de Kepler não foram o elemento decisivo para produzir a grande revolução que conduziria a uma imagem completamente nova do Universo.

Essa tarefa coube a Galileu Galilei. Ao contrário do astrônomo alemão, que sempre viveu em países protestantes, fora do alcance da Inquisição, o cientista italiano pagou caro a sua audácia.

Tudo começou em 1609, com uma viagem de Galileu a Veneza, onde ouviu falar de um aparelho, construido por um artesão holandês, que fazia os objetos parecerem maiores e mais próximos: o telescópio. De volta a Pádua, conseguiu adquirir um desses instrumentos, com o qual passou a investigar o céu.
(Telescópio de Galileu)

Em março de 1610, publicou um livro de apenas 24 páginas, intitulado Sidereus nuncius (Mensageiro das Estrelas), nele descrevendo algumas de suas observações com a luneta. Em primeiro lugar, verificara que "a superfície da Lua não é perfeitamente lisa, livre de desigualdades, nem exatamente esférica, como considera uma extensa escola de filósofos com respeito à Lua e aos demais corpos celestes; pelo contrário, está repleta de irregularidades, é desigual, cheia de cavidades e protuberâncias, tal qual a superfície da própria Terra, diversa por toda parte, com montanhas elevadas e vales profundos". O Mensageiro das Estrelas prosseguia narrando a descoberta de milhares de outras estrelas, além das observáveis a olho nu; e trazia no término uma revelação sensacional: "Fica a questão que se me afigura ser tida como a mais importante desta obra, isto é, a de eu revelar e publicar ao mundo o momento da descoberta e observação de quatro planetas nunca vistos, desde o começo do mundo até nossos dias". Galileu havia descoberto as quatro luas de Júpiter.
(Lua, desenhos de Galileu)

O livro contrastava vivamente com as obras de seus contemporâneos, que eram escritas em termos pomposos e repletas de palavreado vazio. O Mensageiro dasestrelas foi redigido num estilo direto, limitando-se a informar o indispensável. Além disso, ele atacava velhas crenças, e seu impacto sobre os meios acadêmicos foi imediato e fulminante: as montanhas e vales da Lua afirmavam a semelhança entre a matéria terrestre e a celeste; o insuspeitado número de estrelas, antes invisíveis, tornou absurda a noção de que elas haviam sido criadas para o deleite dos homens, uma vez que só podiam ser vistas com o auxílio de um aparelho especial; as luas de Júpiter, apesar de não provarem que Copémico tinha razão, abalavam a antiga idéia de que a Terra é o centro em tomo do qual tudo gira.

A reação dos colegas de Galileu ilustra a impertinência de suas descobertas: uns recusaram-se a utilizar a luneta, alegando falta de veracidade nas afirmações do cientista italiano; outros, mesmo constatando com seus próprios olhos a forma do relevo lunar e os satélites de Júpiter, explicavam essa visão como produto de algum fenômeno atmosférico, ou mesmo de uma impostura.

Mas Galileu tinha mais novidades a comunicar aos cientistas da época. Assim, em agosto de 1610, ele anunciou uma nova descoberta, que divulgou nos meios intelectuais: "Observai o planeta mais alto (Saturno) em forma trigêmea". Na realidade ele avistara os anéis desse astro, mas, como seu telescópio era pouco potente, julgou que Saturno possuísse dois satélites.

Um mês depois, ele voltou a sacudir seus contemporâneos ao proclamar a descoberta do planeta Vênus. Afirmou que Vênus apresenta fases, como a Lua, e que estas variam desde a foice até o disco total (e vice-versa). Para Galileu, tal fato vinha confirmar a tese de que Vênus e os demais planetas giram em torno do Sol.

As descobertas astronômicas de 1610 tornaram-no famoso, e, em 1611, ele foi designado matemático da corte do duque da Toscana, em Florença. Nessa cidade, viu-se envolvido, em 1613, em uma controvérsia sobre a prioridade da descoberta das manchas solares, que ele reclamava para si, mas cuja autoria também vinha sendo reivindicada por outro cientista, um influente padre jesuíta alemão, Christoph Scheiner. A disputa, que logo enveredou pelo terreno teológico, uniu toda a ordem dos jesuítas contra Galileu, que teve, então, seu primeiro contato com a Inquisição: esta, pela pessoa do cardeal Roberto Bellarmino, proibiu-o, semi-oficialmente, de divulgar as idéias de Copérnico, que defendera no decorrer da polêmica e em ocasiões posteriores. Era a primeira vez que a Igreja fazia alguma restrição aberta à teoria do heliocentrismo; mas, daí para a frente, a reação eclesiástica seria cada vez mais intensa.

Durante os sete anos seguintes, Galileu não publicou mais nada em seu próprio nome. No entanto, como o silêncio lhe era mais penoso do que o receio das represálias da Igreja, em 1623 ele acabou editando um novo livro: Il Saggiatore (O ExPerimentador). A obra continha uma exposição dos princípios que devem regular o raciocínio científico e o processo experimental, defendendo o ceticismo do pesquisador perante as afirmações aparentemente definitivas. Além disso, Galileu esboçava uma teoria que alcançou notável importância na história do Pensamento humano: há uma diferença, na natureza, entre as qualidades primárias (como posição, número, formato e movimento dos corpos) e as secundárias (como cores, cheiros e gostos). Estas últimas existiriam apenas na consciência do observador.

Mais nove anos se passaram, até que Galileu publicasse seus Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo, que causariam sua condenação como "persona non grata" para a igreja. Escrito sob a forma de uma conversa entre três pessoas, o livro confrontava as cosmologias de Ptolomeu e Copérnico. Nessa obra, Galileu, com seu estilo claro e incisivo, faz Salviati, que simboliza ele próprio, destruir metodicamente os argumentos tradicionais expressos por Simplício.

Os Diálogos logo alcançaram grande notoriedade. Mas desta vez Galileu fora longe demais, e a pesada mão da Igreja abateu-se sobre ele, iniciando-se o famoso processo.

A prisão domiciliar não impediu Galileu de continuar escrevendo. No ocaso da vida retornou ao interesse da mocidade, a Mecânica. Nos tempos de Pádua, ele havia estudado os movimentos dos corpos, chegando a conclusões radicalmente opostas a Aristóteles. Este afirmava que todo movimento, para poder se manter, pressupõe a ação contínua e permanente de uma força; Galileu, no entanto, partiu de um ponto de vista diverso, concluindo, após várias observações, que os corpos sempre se mantêm tanto em movimento retilíneo e uniforme como em repouso, a menos que haja uma força ou forças para impedí-lo.

Nessas experiências, ele fazia uma pequena esfera de metal rolar, primeiramente por um plano inclinado, depois através de uma superfície horizontal, para subir, a seguir, por um segundo plano inclinado. Alterando o declive deste último, ele notou que a esfera quase sempre atingia a mesma altura, com pequenas variações causadas pelo atrito. Desta forma, inferiu que, em condições de ausência de atrito, se o segundo plano tivesse inclinação nula, ou seja, também fosse horizontal, a esfera rolaria indefinidamente. Nasceu, assim, o princípio da inércia, que Newton usaria depois na construção de sua teoria.

Na mesma época, Galileu estudou a queda dos corpos, concluindo, mais uma vez em oposição a Aristóteles, que os corpos leves, longe de caírem mais lentamente do que os pesados, como se afirmava, fazem-no com a mesma velocidade. Mostrou ainda como essa queda ocorre, ou seja, apresentando-a como uma relação de proporcionalidade entre o espaço percorrido e o tempo.

As idéias mecânicas de Galileu também foram publicadas sob forma de um diálogo, os Diálogos sobre as Duas Novas Ciências, outra obra-prima, marco inicial da mecânica moderna. Nela, reafirmava a importância do método experimental para a ciência, no qual, formulada uma hipótese, o cientista a evidencia pela realização de experimentos e, somente então, parte para as grandes elaborações teóricas.

Mas em suas especulações no campo da mecânica, a simples observação não era suficiente para se obter o princípio da inércia, por exemplo, que, de certa forma, constituiu a pedra básica da mecânica moderna. Ele não poderia repousar apenas na realização de um ou mais testes e, por isso, Galileu recorreu às "experiências em pensamento". Com efeito, qualquer tentativa de demonstrar experimentalmente o princípio da inércia estará, de antemão, condenada ao fracasso, pois ele ocorre literalmente apenas em condições ideais. No mundo real, o atrito sempre se faz sentir. A experiência em si serve apenas para constatar a validade do princípio; pois, com uma progressiva redução do atrito, a bola percorre um espaço maior.

Foi um processo semelhante que permitiu ao cientista contradizer a afirmação de Aristóteles de que o peso de um corpo influi em sua velocidade de queda. A legendária experiência da torre de Pisa, que lhe é atribuída, na realidade foi realizada pelo aristotélico Giorgio Coressio que, soltando algumas esferas de ferro do alto desse edifício, teria constatado uma queda mais rápida para os corpos mais pesados (o que não é surpreendente, considerando-se as condições em que o teste foi realizado).

A grande contribuição de Galileu, portanto, foi ter dado o devido peso ao papel da observação experimental na ciência. Para ele, a experiência constitui a principal etapa do trabalho científico. Mas é necessário ir mais além, buscando, pelo raciocínio, o caminho que permitirá a generalização das leis empíricas. E foi a aquisição dessa nova maneira de interpretar os fatos que permitiu o nascimento da ciência moderna.





terça-feira, 7 de julho de 2015

O SOBREVOO DE PLUTÃO


Concepção artística da sonda New Horizons, da Nasa

Sobrevoo histórico de Plutão deve acontecer apesar de falha em sonda, diz Nasa

06/07/2015
A agência aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês) informou nesta segunda-feira (6) que espera que a espaçonave New Horizons volte a funcionar na terça-feira depois que uma falha no computador no fim de semana ameaçou seu sobrevoo histórico sobre Plutão.

Ao chegar ao fim de uma jornada de 9,5 anos aos confins inexplorados do Sistema Solar, a New Horizons perdeu contato de rádio com a Terra durante angustiantes 81 minutos no sábado.

A causa do problema foi uma falha de cronometragem na última leva de softwares carregados nos computadores da espaçonave, disse a Nasa num relatório da situação divulgado na noite de domingo.

A missão irá proporcionar as primeiras observações próximas de Plutão quando a sonda passar a 12.550 quilômetros do planeta gelado perto das 10h50 (horário de Brasília) de 14 de julho.

"Agora, com Plutão à vista, estamos prestes a retomar as operações normais", declarou o diretor de ciência planetária da Nasa, Jim Green, em comunicado.

O diagnóstico e os esforços de recuperação foram dificultados pelo lapso de 9 horas entre a base e a espaçonave, que está a quase 5 bilhões de quilômetros da Terra.

A pequena sonda não carrega a quantidade necessária de propelente para reduzir sua velocidade e fazê-la entrar na órbita de Plutão.


Desde que Mike Brown, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, anunciou ter descoberto um corpo rochoso maior e mais distante do que Plutão, os astrônomos passaram a suspeitar do status do nono planeta do Sistema Solar. Mesmo ganhando do diâmetro de Plutão por apenas 20 quilômetros, Eris era menor do que a Lua para ser considerado um planeta, além de estar muito próximo do cinturão de Kuiper. Foi, então, que a União Internacional Astronômica (IAU, na sigla em inglês) acabou com o problema ao criar a nova categoria "planeta-anão" para descrever corpos celestes bastante massivos (o suficiente para que a própria gravidade possa "moldá-lo" em uma forma quase esférica), mas que são menores que Mercúrio e com muitos objetos próximos de sua órbita. Acima, concepção artística compara os tamanhos da Terra e da Lua com os primeiros planetas-anões descritos pela IAU: Ceres, Eris e Plutão