tag:blogger.com,1999:blog-17470559609467452762024-03-14T03:47:39.243-03:00COSMO EM PORTUGUÊSExistem muitas publicações sobre o cosmo em inglês e versões em espanhol.
Sinto falta deste material reunido em bom português.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.comBlogger278125tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-91844448642754521902016-08-02T08:55:00.000-03:002016-08-02T08:56:26.029-03:00A GRANDE MANCHA VERMELHA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-zBg2xYlAFGw/V6CIw--QCtI/AAAAAAAACjQ/jk2uyU06D1oc-eVuEM7xFac1I8zTNjyAQCLcB/s1600/J%25C3%259APITER.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-zBg2xYlAFGw/V6CIw--QCtI/AAAAAAAACjQ/jk2uyU06D1oc-eVuEM7xFac1I8zTNjyAQCLcB/s400/J%25C3%259APITER.png" width="400" height="212" /></a></div>Conhecida por ser a maior tempestade de todo o Sistema Solar, a Grande Mancha Vermelha na superfície de Júpiter é também uma imensa fonte de energia. A temperatura na atmosfera acima dela é centenas de graus mais alta que em qualquer outro lugar do planeta, segundo um novo estudo publicado na revista Nature.<br />
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Utilizando telescópios localizados na Terra, os cientistas observaram emissões infravermelhas de Júpiter e descobriram que a temperatura na parte superior da atmosfera, acima da Grande Mancha Vermelha, é de aproximadamente de 1300°C - centenas de graus mais quente que em qualquer outro lugar do planeta.<br />
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Os cientistas, liderados por James O'Donoghue, da Universidade de Boston, afirmam que a tempestade gigante na Grande Mancha Vermelha pode ser a fonte de energia dessa parte excepcionalmente quente da atmosfera joviana.<br />
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No artigo, os autores concluíram que a Grande Mancha Vermelha produz dois tipos de ondas turbulentas de energia - ondas gravitacionais e ondas acústicas -, que colidem e aquecem a parte superior da atmosfera.<br />
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Segundo os autores do estudo, a descoberta é a última peça de um quebra-cabeças que tem deixado os cientistas perplexos desde 1973, quando a nave Pioneer 10, da Nasa, sobrevoou Júpiter e fez as primeiras medições de temperatura de sua superfície. Na época, eles concluíram que sua atmosfera é muito mais quente do que o esperado caso o Sol fosse sua única fonte de calor.<br />
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Como Júpiter está cinco vezes mais longe do Sol que a Terra, de acordo com os cálculos dos cientistas, esperava-se que a energia solar que chega ao planeta deixasse a temperatura da parte superior de sua atmosfera em torno de 73°C negativos. Mas a temperatura medida, na época, foi de cerca de 570°C.<br />
<b><br />
James O'Donoghue.</b><br />
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Os astrônomos mediram a temperatura do planeta observando suas emissões invisíveis de radiação infravermelha. O topo das nuvens que podem ser observadas sobre Júpiter estão a cerca de 50 quilômetros de sua superfície. As emissões infravermelhas medidas vinham de uma região 800 quilômetros acima.<br />
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"Vimos quase imediatamente que as temperaturas máximas em grandes altitudes estavam justamente sobre a Grande Mancha Vermelha, que gira lá embaixo. Seria uma coincidência, ou uma pista importante?", disse O'Donoghue.<br />
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<b>Crise</b><br />
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Resolver o mistério da "crise de energia" em Júpiter tem implicações para todo o Sistema Solar e também para planetas de outros sistemas, segundo os cientistas. Eles afirmam que as temperaturas mais altas do que as esperadas apenas com a radiação solar não ocorrem apenas em Júpiter, mas também em Saturno, Urano, Netuno e provavelmente em todos os planetas gigantes da galáxia.<br />
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"A transferência de energia de baixo para o alto da atmosfera já foi simulada em modelos planetários, mas não havia sido sustentada por observações. As temperaturas extremamente altas observadas sobre a tempestade parecem ser a evidência concreta dessa transferência de energia, indicando que o planeta todo pode produzir calor e fornecendo uma explicação plausível para a 'crise de energia'", disse O'Donoghue.<br />
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A Grande Mancha Vermelha foi descoberta no século 17, depois que Galileu Galilei introduziu na astronomia o uso do telescópio. Com seu padrão de gases coloridos que giram, ela é frequentemente chamada de "furacão perpétuo".<br />
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A tempestade tem variado em tamanho e cores ao longo dos séculos. Com tamanho três vezes maior que o diâmetro da Terra, a Grande Mancha Vermelha tem ventos que levam seis dias para completar uma volta. O próprio planeta Júpiter, com massa 300 vezes maior que a da Terra, também gira incrivelmente rápido, completando uma volta a cada dez horas.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-70168459291161271832016-05-11T09:30:00.002-03:002016-05-11T09:30:34.363-03:00EXOPLANETAS...MILHARES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-iZhpbXOQJq4/VzMlB_MytII/AAAAAAAAChQ/1Cybgu1N0i0TZVckdOZCKGg9GjjCEw6fQCLcB/s1600/0000011111111.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-iZhpbXOQJq4/VzMlB_MytII/AAAAAAAAChQ/1Cybgu1N0i0TZVckdOZCKGg9GjjCEw6fQCLcB/s400/0000011111111.png" /></a></div>Cinco curiosidades sobre o telescópio Kepler, que descobriu mais de mil exoplanetas<br />
Nasa/Divulgação<br />
Telescópio espacial Kepler<br />
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10/05/2016<br />
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A Nasa anunciou na terça-feira a descoberta de 1.284 novos exoplanetas - planetas situados fora do nosso Sistema Solar -, que foram encontrados através do instrumento de observação ideal que constitui o telescópio espacial Kepler.<br />
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Lançado no dia 6 de março de 2009 e batizado em homenagem ao matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), este telescópio extremamente potente, que tem 4,7 metros de altura e 2,7 de largura e pesa mais de uma tonelada, procura planetas onde a vida seria possível, como na Terra.<br />
- Como o Kepler funciona?<br />
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O Kepler aponta constantemente para um mesmo grupo de 150.000 estrelas, nas constelações de Cygnus e Lyra, na Via Láctea. Detecta os planetas através da observação de uma diminuição temporária do brilho das estrelas que vigia. Quando um planeta passa na frente da sua estrela, como Mercúrio fez diante do Sol na segunda-feira, por exemplo, a luz da estrela parece diminuir levemente. O Kepler pode perceber inclusive variações muito sutis de brilho, que indicam a presença de um planeta. O telescópio é tão poderoso que, se apontasse para a Terra durante a noite, poderia notar a mudança no brilho quando alguém acende uma luz na varanda de uma casa em uma cidade pequena.<br />
- A maior câmera fotográfica no espaço<br />
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Para observar as estrelas que vigia, o Kepler dispõe de uma lente frontal de 1,4 metro de diâmetro, colocada diante de sensores digitais, como em uma câmara fotográfica. Estes sensores acoplados entre si fazem com que o Kepler conte com uma superfície sensível de 95 milhões de pixels, o que o converte na maior câmera fotográfica já lançada no espaço. Estes sensores fazem registros de forma contínua, e transmitem suas enormes quantidades de dados aos cientistas da Nasa na Terra, aproximadamente uma vez por mês.<br />
- À beira da catástrofe<br />
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Esta maravilha tecnológica já falhou... duas vezes! Na primeira vez, duas das quatro rodas de reação, que mantém o telescópio estável e o permitem apontar para uma determinada direção no espaço, pararam de funcionar, a primeira em julho de 2012, e a segunda no início de 2013. Os pesquisadores da Nasa conseguiram resolver o problema, mas tiveram que mudar a missão original do telescópio, de modo que ele deixou de apontar para o grupo de estrelas que observava desde o início e passou a realizar campanhas de observação no âmbito de uma missão chamada K2.<br />
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No mês passado, uma segunda falha fez com que os pesquisadores temessem o pior. Pela primeira vez, o aparelho entrou em modo de emergência, limitando as suas funções às necessárias para sobreviver, e registrou múltiplas falhas simultâneas. Tratava-se, na verdade, de um problema informático que os engenheiros da NASA conseguiram resolver. Embora ainda não se saiba o que causou o problema, o telescópio voltou a funcionar normalmente.<br />
- O que o Kepler descobriu até agora?<br />
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Dos quase 5.000 exoplanetas potenciais descobertos até hoje, mais de 3.200 foram confirmados. Entre eles, 2.325 foram descobertos pelo Kepler.<br />
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Após a última leva de dados decifrados pela NASA, foi anunciado, na terça-feira, que o Kepler tinha identificado 4.302 possíveis planetas. Há mais de 99% de certeza de que 1.284 deles sejam realmente exoplanetas; os outros 1.327 provavelmente também o são, mas requerem análises adicionais.<br />
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As análises do Kepler permitiram também validar outros 984 exoplanetas que foram detectados por outros meios.<br />
- Quanto tempo dura a missão do Kepler?<br />
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Lançada em 2009, a missão original do Kepler deveria durar três anos e meio, com uma eventual prorrogação por outros dois anos. Desde a falha em 2013, porém, o telescópio é utilizado como parte da missão K2, prevista para terminar em 2017 ou 2018.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-78709394269373236882016-05-02T13:47:00.000-03:002016-05-02T13:47:38.917-03:00VIAGEM INTERESTELAR<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nwT-blUDlVs/VyeDs3bSCgI/AAAAAAAACg8/5MHKVyDXusYZ4ee7uxUuLdJjFeDIYnJAACLcB/s1600/00111111111111.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-nwT-blUDlVs/VyeDs3bSCgI/AAAAAAAACg8/5MHKVyDXusYZ4ee7uxUuLdJjFeDIYnJAACLcB/s400/00111111111111.jpg" /></a></div><b>O revolucionário projeto de viagem interestelar apoiado por Stephen Hawking para tentar 'salvar a humanidade'</b><br />
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12/04/2016<br />
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Para Hawking, 'avanços tecnológicos das últimas duas décadas tornarão (viagem interestelar) possível dentro de uma geração'<br />
O físico Stephen Hawking anunciou apoio a um projeto que pretende enviar uma pequena nave espacial - do tamanho de um chip usado em equipamentos eletrônicos - para uma viagem interestelar daqui a uma geração.<br />
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O veículo viajaria trilhões de quilômetros, muito mais distante do que qualquer outra nave.<br />
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Um programa de pesquisa de US$ 100 milhões (cerca de R$ 350 milhões) para o desenvolvimento das "naves estelares" do tamanho de pequenos chips eletrônicos foi lançado pelo milionário Yuri Milner e apoiado pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg.<br />
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A viagem interestelar tem sido um sonho para muitos, mas ainda enfrenta barreiras tecnológicas. Entretanto, Hawking disse à BBC News que a fantasia pode ser realizada mais cedo do que se pensa.<br />
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"Para que nossa espécie sobreviva, precisamos finalmente alcançar as estrelas", disse. "Os astrônomos acreditam que haja uma chance razoável de termos um planeta parecido com a Terra orbitando um estrelas no sistema Alfa Centauri. Mas saberemos mais nas próximas duas décadas por intermédio de dados dos nossos telescópios na Terra e no espaço."<br />
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Ainda de acordo com Hawking, "os avanços tecnológicos das últimas duas décadas e os avanços futuros tornarão (a viagem interestelar) possível dentro de uma geração".<br />
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O físico está apoiando um projeto da Fundação Mr. Milner's Breakthrough, uma organização privada que financia iniciativas de pesquisas científicas consideradas muito ambiciosas por fundos governamentais.<br />
Grupo de trabalho<br />
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A organização reuniu um grupo de cientistas especialistas no assunto para avaliar a possibilidade de desenvolver naves espaciais capazes de viajar para outros sistemas estelas dentro de uma geração e ainda enviar informações de volta à Terra.<br />
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O sistema estelar mais próximo está distante 40 trilhões de quilômetros. Com a tecnologia disponível atualmente, chegar lá levaria cerca de 30 mil anos.<br />
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O grupo concluiu que com um pouco mais de pesquisa e desenvolvimento seria possível projetar uma aeronave espacial que reduziria esse tempo para somente 30 anos.<br />
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"Eu disse anteriormente que até poucos anos atrás viajar para outras estrelas nesse tipo de velocidade seria impossível", disse o cientista Pete Worden, que lidera o projeto. Ele é o presidente da Fundação Breakthrough Prize e ex-diretor do centro de pesquisas Nasa Ames, no Vale do Silício, na Califórnia.<br />
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"Mas o grupo de especialistas descobriu que, por causa dos avanços em tecnologia, parece haver um conceito que pode funcionar."<br />
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Esse conceito é reduzir o tamanho da aeronave para o de um chip usado em equipamentos eletrônicos. A ideia é lançar milhares dessas "mininaves" na órbita da Terra. Cada um teria um navegador solar.<br />
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Seria como uma vela em um barco - mas o sistema seria impulsionado pela luz, em vez do vento. Um laser gigante na Terra daria a cada uma das naves um poderoso empurrão que as ajudaria a alcançar 20% da velocidade da luz.<br />
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Tudo isso soa como ficção científica, mas Yuri Milner acredita que é tecnicamente possível desenvolver essa nave espacial e chegar a outro sistema estelar ainda nos próximos anos.<br />
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"A história humana tem grandes saltos. Há exatos cinquenta anos, Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem no espaço. Hoje estamos nos preparando para o próximo salto: as estrelas", disse o milionário.<br />
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<b>Trabalho desafiador</b><br />
Mas antes de projetar naves espaciais capazes de chegar a outras estrelas, há muitos problemas a serem superados.<br />
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Uma prioridade é desenvolver câmeras, instrumentos e sensores em miniatura capazes de caber em um chip, assim como projetar um navegador solar forte o suficiente para ser atingido por um laser poderoso por vários minutos e encontrar uma forma de captar imagens e informações do novo sistema estelar para serem enviados de volta à Terra.<br />
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O professor Martin Sweeting, pesquisador do Centro espacial de Surrey, na Inglaterra, e presidente da empresa de engenharia espacial especializada em pequenos satélites Surrey Satellite Technology, quer se envolver no projeto.<br />
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Ele fundou a empresa há 30 anos e foi responsável pela redução de custo e de tamanho dos satélites.<br />
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"Muito do que fizemos nos anos 80 foi considerado muito maluco, mas agora pequenos satélites estão na moda. Esse projeto (de viagem interestelar) parece uma ideia de maluco, mas novas tecnologias surgiram e agora isso não é mais maluquice, é só difícil", disse ele à BBC News.<br />
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Andrew Coates, do laboratório de ciência espacial Mullard, que é parte da Universidade de Londres, concorda que o projeto é desafiador, mas não impossível.<br />
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"Teríamos muitas dificuldades a resolver, como mecanismos de resistência à radiação espacial e ao ambiente empoeirado, a sensibilidade dos instrumentos, a interação entre o poder dos lasers que impulsionariam as naves e atmosfera da Terra, a estabilidade na nave espacial e o fornecedor de energia", afirma.<br />
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Mas, segundo ele, "devemos olhar com atenção para esse conceito se realmente quisermos alcançar outro sistema estelar dentro de uma geração".<br />
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Stephen Hawking acredita que o que antes era um sonho distante epode e deve se tornar uma realidade dentro de três décadas.<br />
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"Não há alturas mais altas a serem alcançadas do que as estrelas. Não é sábio manter todos os novos ovos em uma cesta frágil", disse ele. "A vida na Terra enfrenta perigos astronômicos como asteroides e supernovas."<br />
Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-58698975408817001282016-05-02T13:19:00.000-03:002016-05-02T13:19:22.586-03:00UM COMETA ÚNICO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-8f5jzZ3Uv_s/Vyd9PhQ-6rI/AAAAAAAACgg/eIZUAYmFwo8ytYuMckTzMYcvDwAvZTKhQCLcB/s1600/pedra.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-8f5jzZ3Uv_s/Vyd9PhQ-6rI/AAAAAAAACgg/eIZUAYmFwo8ytYuMckTzMYcvDwAvZTKhQCLcB/s400/pedra.png" /></a></div><b>Descoberto cometa "único" que fornece pistas sobre origem do Sistema Solar</b><br />
29/04/2016<br />
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COMETA DA ÉPOCA DA FORMAÇÃO DA TERRA - Astronautas descobriram um objeto rochoso único que parece ser feito de matéria do Sistema Solar, e que seria do período da formação da Terra. Se comprovada sua origem, esse antigo cometa sem cauda pode fornecer importantes pistas de como o Sistema Solar se formou. De acordo com os cientistas da ESO (Observatório Europeu do Sul), o objeto deve ter feito parte de um planeta rochoso, como a Terra, mas foi expelido para fora do sistema e ficou preservado por ter sido congelado durante milhares de anos na Nuvem de Oort. Essa nuvem rodeia o Sistema Solar, como uma bolha, e acreditam que há entre um e cem bilhões de cometas congelados na região <br />
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O ESO (Observatório Europeu do Sul) anunciou nesta sexta-feira (29) a descoberta de um cometa "único" que está congelado há bilhões de anos, e por isso sua composição poderia fornecer pistas sobre a origem do Sistema Solar.<br />
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O cometa denominado C/2014 S3 (PANSTARRS) se formou no interior do Sistema Solar, junto com a Terra, mas foi expulso em uma fase muito antecipada para além de Netuno, onde permaneceu "profundamente congelado" na denominada Nuvem de Oort.<br />
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"Este é o primeiro asteroide 'em estado cru' que conseguimos observar: foi conservado no melhor congelador que existe", afirmou Karen Meech, responsável pela pesquisa e membro do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí.<br />
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A cientista explica em artigo publicado na revista especializada Science Advances que captaram pela primeira vez sua existência através do telescópio Pan-STARRS1.<br />
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O objeto chamou a atenção da pesquisadora, por não ter a típica cauda longa própria dos cometas que traçam maiores órbitas (a atual deste cometa é de 860 anos) quando começam a se aproximar do Sol.<br />
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Pela falta desta característica, os astrônomos decidiram então batizar o objeto de Manx, em referência a uma raça de gatos sem cauda.<br />
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Posteriormente, graças ao uso do telescópio VLT - instalado no Chile -, descobriram que o C/2014 S3 era rochoso, em vez de gelado, outra característica "incomum" para um cometa situado nos confins do Sistema Solar.<br />
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A composição descoberta no corpo único estudado é típica dos cometas do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, os chamados de tipo S, o que, de acordo com os especialistas, indica que está em uma órbita próxima ao Sol há relativamente pouco tempo.<br />
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Uma análise mais detalhada da luz refletida por este cometa mostrou que seus componentes, graças às baixas temperaturas, sofreram muito pouco processamento e oferecem uma janela para a origem do Sistema Solar.<br />
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"Descobrimos o primeiro cometa rochoso e estamos procurando outros", explicou Olivier Hainaut, coautor do estudo, que espera encontrar mais cometas parecidos para conhecer melhor como o Sistema Solar foi se formando.<br />
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"Dependendo de quantos encontremos, saberemos se os planetas gigantes dançaram por todo o Sistema Solar quando eram jovens, ou se cresceram tranquilamente sem se movimentar muito", afirmou Hainaut. Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-29859323564183972462016-04-26T08:01:00.000-03:002016-04-26T08:03:56.284-03:00O NONO PLANETA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-Gv-T3KY7s3E/Vx9JtHq7itI/AAAAAAAACfo/5x8Lz_fB2MsQ1xLxAWIjTLRXC0c9TfzQQCLcB/s1600/0000000001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-Gv-T3KY7s3E/Vx9JtHq7itI/AAAAAAAACfo/5x8Lz_fB2MsQ1xLxAWIjTLRXC0c9TfzQQCLcB/s400/0000000001.jpg" /></a></div><br />
<b>Hipotético nono planeta do Sistema Solar pode ter sido “adotado”, dizem cientistas.</b><br />
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<b>O FRENESI</b><br />
No começo do ano, quando Mike Brown e Konstantin Batygin apresentaram evidências de que deve haver um nono planeta no Sistema Solar, a comunidade astronômica entrou num frenesi que não se via desde o fim do século 19. Pode mesmo haver um novo mundo a ser descoberto lá fora, além de Netuno?<br />
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<b>NA PERIFERIA</b><br />
Segundo os cálculos, o tal planeta 9 deve estar numa órbita bem oval, que no entanto nunca o traz para as regiões mais internas do Sistema Solar. Em sua máxima aproximação, estaria seis vezes mais distante do Sol que Netuno. No ponto de máximo afastamento, bem mais longe que isso.<br />
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<b>A CAÇADA E O MISTÉRIO</b><br />
Enquanto alguns pesquisadores já estão firmes na tarefa de tentar encontrar o planeta 9, outros se fazem uma pergunta ainda mais fundamental: como esse mundo pode ter parado onde está, numa órbita bem diferente da dos outros oito planetas? É um desafio para as teorias de formação planetária.<br />
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<b>MUNDO EM FUGA</b><br />
Uma possibilidade aventada é a de que o planeta 9 tenha se formado mais perto do Sol e então tenha sido atirado para mais longe por uma passagem de raspão por algum dos outros planetas — como um estilingue gravitacional.<br />
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PLANETA ADOTADO</b><br />
Outra, mais intrigante, sugere que o planeta 9 possa ter sido capturado pelo Sol e na verdade seja originário de um sistema planetário vizinho — um exoplaneta “adotado”. Como as estrelas costumam nascer em ninhadas, em meio a nebulosas, não faltariam oportunidades para uma surrupiada desse tipo no provável local de nascimento do Sol.<br />
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<b>A VERDADE ESTÁ LÁ FORA</b><br />
Essa possibilidade foi agora investigada por um trio de pesquisadores da Suécia e da França. Em artigo, eles descrevem simulações que mostram como poderia ter acontecido. Mas como saber se foi isso mesmo? Dizem eles que as órbitas de pequenos objetos residentes nos confins do Sistema Solar podem revelar se o planeta 9 é mesmo adotado ou nasceu junto com seus irmãos solares. A conferir.<br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-25500855715936853562016-02-16T09:38:00.001-02:002016-02-16T09:45:26.393-02:00AS ONDAS GRAVITACIONAIS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-gQK4Sh6ESq4/VsMIyDkblyI/AAAAAAAACeI/uEPdIt5PtjI/s1600/111ESPA%25C3%2587O.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-gQK4Sh6ESq4/VsMIyDkblyI/AAAAAAAACeI/uEPdIt5PtjI/s400/111ESPA%25C3%2587O.png" /></a></div><br />
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<b>Quatro pontos para entender a descoberta que confirma teoria de Einstein e muda modo como vemos Universo</b><br />
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11/02/2016<br />
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Há 100 anos, Albert Einstein previu a existência de ondas gravitacionais como parte de sua Teoria Geral da Relatividade.<br />
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Durante décadas, os cientistas vinham tentando, sem êxito, detectar essas ondas - fundamentais para entender as leis que regem no Universo.<br />
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Isso até esta quinta-feira - um dia que já vem sendo considerado histórico, já que um grupo de cientistas de vários países anunciou ter conseguido detectar pela primeira vez as chamadas ondas gravitacionais.<br />
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Essa comprovação é uma das maiores descobertas da ciência do nosso tempo porque, além de confirmar as ideias de Einstein, abre as portas para maneiras totalmente novas de se investigar o Universo. A partir de agora, a astronomia e outras áreas da ciência entram uma nova era.<br />
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Os pesquisadores do projeto LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory, ou observatório de Interferometria de Ondas Gravitacionais), em Washington e na Lousiana, observaram o fenômeno e acompanharam distorções no espaço com a interação de dois buracos negros a 1,3 bilhão de anos-luz da Terra.<br />
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Mas o que exatamente essa descoberta significa? Veja quatro dos principais pontos.<br />
O que exatamente são ondas gravitacionais?<br />
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Segundo a teoria de Einstein, todos os corpos em movimento emitem essas ondas que, como uma pedrinha que afeta a água quando toca nela, produz perturbações no espaço.<br />
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A Teoria da Relatividade de Einstein é um pilar da física moderna que transformou nosso entendimento do espaço, do tempo e da gravidade. E por meio delas entendemos muitas coisas: da expansão do Universo até o movimento dos planetas e a existências dos buracos negros.<br />
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Essas ondas gravitacionais são basicamente feixes de energia que distorcem o tecido do espaço-tempo, o conjunto de quatro dimensões formado por tempo e espaço tridimensional.<br />
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Assim, qualquer massa em movimento produz ondulações nesse tecido tempo-espaço. Até nós mesmos.<br />
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E Einstein previu que o Universo estava inundado por essas ondas. Esse efeito, no entanto, é muito fraco, e apenas grandes massas, movendo-se sob fortes acelerações, podem produzir essas ondulações em um grau razoável.<br />
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Assim, quanto maior essa massa, maior é o movimento e maiores são as ondas. Nessa categoria entram explosões de estrelas gigantes, a colisão de estrelas mortas super-densas e a junção de buraco negros. Todos esses eventos devem radiar energia gravitacional na velocidade da luz.<br />
Como os cientistas detectaram essas ondas?<br />
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Os pesquisadores trabalhavam há anos para detectar as minúsculas distorções causadas quando as ondas gravitacionais passam pela Terra. Os detectores nos Estados Unidos - localizados no Ligo - e na Itália (conhecido como Virgo) são ambos formados por dois túneis idênticos em forma de L, de 4 km de comprimento. Os norte-americanos, usados para a descoberta, estão separados por 3 mil km.<br />
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Nele, um feixe de laser é gerado e dividido em dois - uma metade é disparada em um túnel, e a outra entra pela segunda passagem.<br />
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Espelhos ao final dos dois túneis rebatem os feixes para lá e para cá muitas vezes, antes que se recombinem. Se uma onda passa pelo túnel, ela vai distorcer levemente seu entorno, mudando a longitude dos túneis em uma quantidade diminuta (apenas uma fração da largura de um átomo).<br />
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E a forma com que as ondas se movem pelo espaço significa que um túnel se estira e outro se encolhe, o que fará com que um raio laser viaje uma distância levemente maior, enquanto o outro fará uma viagem mais curta.<br />
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Como resultado, os raios divididos se recombinam de uma maneira diferente: as ondas de luz interferem entre si, em vez de se cancelarem. Essa observação direta abre uma nova janela para o cosmos, uma janela que não seria possível sem Einstein.<br />
E qual a implicação disso?<br />
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Os objetos também emitem essas perturbações que acabaram de ser detectadas, mas a partir de agora os físicos poderão olhar os objetos com as ondas eletromagnéticas e escutá-los com as gravitacionais.<br />
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"Agora, o que se tem são sentidos diferentes e complementares, para estudar as mesmas fontes. E com isso, podemos extrair muito mais informações", disse à BBC Mundo, Alicia Sintes, do departamento de física do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha, na Espanha, que participou do projeto.<br />
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"Não estamos falando de expandir um pouco mais o espectro eletromagnético, mas de um espectro totalmente novo."<br />
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A especialista afirma as ondas eletromagnéticas dão informações do Universo quando ele tinha 300 mil anos de idade.<br />
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"Já com as ondas gravitacionais, pode-se ver as (ondas) que foram emitidas quando o Universo tinha apenas um segundo de idade."<br />
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É isso que será possível estudar a partir de agora.<br />
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Outro impacto diz respeito aos buracos negros: nosso conhecimento sobre a existência deles é, na verdade, bastante indireto. A influência gravitacional nos buracos negros é tão grande que nem a luz escapa de sua força. Mas não podemos ver isso em telescópios, só pela luz da matéria sendo partida ou acelerada à medida que chega muito perto de um buraco negro.<br />
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Já as ondas gravitacionais são um sinal que vem desses objetos e carrega informações sobre eles. Nesse sentido, pode-se até dizer que a recente descoberta significa a primeira detecção direta dos buracos negros.<br />
Qual o efeito causado por essas ondas na Terra?<br />
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Quando as ondas gravitacionais passam pela Terra, o tempo-espaço que nosso planeta ocupa deve se alternar entre se esticar e se comprimir.<br />
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Pense em um par de meias: quando você as puxa repetidas vezes, elas se alongam e ficam mais estreitas.<br />
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Os interferêmetros do Ligo, aparelhos usados para medir ângulos e distâncias aproveitando a interferência de ondas eletromagnéticas, vêm buscando esse estiramento e compressão por mais de uma década.<br />
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A expectativa era a de que ele detectaria distúrbios menores do que uma fração da largura de um próton, a partícula que compõe o núcleo de todos os átomos.<br />
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<b>É como ouvir após surdez, diz físico que ajudou a provar teoria de Einstein</b><br />
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12/02/2016<br />
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A última quinta (11) foi histórica para a ciência. O anúncio de que ondas gravitacionais previstas por Albert Einstein há 100 anos na Teoria da Relatividade foram identificadas mudará a astrofísica e promete fazer "ouvidos humanos" chegarem a pontos longínquos do universo. Sim, os ouvidos. É esta a principal metáfora utilizada por quem atuou no projeto, como o italiano Riccardo Sturani, que atualmente é pesquisador do IFT-Unesp (Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista).<br />
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"Temos agora um novo canal para explorar o universo. É como se, depois de uma surdez, começássemos a ouvir. Tem um mundo novo que vai ser descoberto. Vamos detectar fontes que não eram detectadas, como buracos negros. Vamos poder ouvir mais objetos, porque não emitindo luz não podem ser vistos. Agora podemos ouvir as assinaturas deles, como produzem e como se comportam no espaço-tempo", disse Sturani, em entrevista ao UOL.<br />
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A comparação com nossos ouvidos tem um motivo curioso: segundo o pesquisador italiano, as ondas gravitacionais têm a mesma frequência de ondas sonoras. A diferença entre ambas, contudo, é grande: enquanto ondas sonoras são levadas pelo ar, as gravitacionais são carregadas pelo espaço-tempo.<br />
Como é possível saber a origem da onda?<br />
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<b>Caltech/MIT/LIGO Laboratory/Handout <br />
Este é um dos equipamentos nos Estados Unidos que ajudou a captar ondas gravitacionais pela primeira vez na história</b><br />
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O pesquisador participa do estudo que revolucionou a astrofísica desde 2008, quando ainda estava em seu país natal. Sturani ajudou no desenvolvimento da modelização do sinal na Itália até 2012. Em 2013, veio ao Brasil e seguiu atuante no projeto, com análises de dados. O anúncio de quinta veio para corroborar o trabalho de físicos de 16 países, mas foi anunciado por norte-americanos - entenda mais sobre a pesquisa.<br />
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Nos Estados Unidos, estão situados os dois equipamentos que captaram as ondas gravitacionais, identificadas como produzidas pelo choque de dois buracos negros de tamanhos modestos a mais de um bilhão de anos-luz. Como é possível ter a certeza disso?<br />
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"Tem uma mudança na frequência da onda. A partir de como muda dá para estimar a massa dos dois buracos negros. A partir da massa e da distância, dá para saber a amplitude dos buracos negros. Dá para medir a distância comparando com a massa e a mudança da frequência. A precisão das massas é de 10%, até pouco menos. A da distância é de 50%", explicou Sturani.<br />
As implicações do estudo – Big Bang mais perto de ser "ouvido"?<br />
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<b>Thinkstock<br />
Big Bang também deve ter gerado ondas gravitacionais</b><br />
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Mas o que mudará com o estudo? Muita coisa. Primeiro, que a Teoria da Relatividade prevista por Einstein está agora totalmente comprovada. Mais importante que isso é que cada vez mais eventos do universo poderão ser identificados – como dito, antes só tínhamos olhos para o universo que permitiam enxergar apenas o que emite ou reflete luz, agora também temos ouvidos.<br />
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"Podemos chegar mais fundo no universo, as ondas gravitacionais não interagem com quase nada. É uma viagem no passado tanto quanto é a arqueologia. A amplitude delas diminui com a distância, mas tirando isso ela se propaga muito. Se encontra uma galáxia no meio, não perde energia. Isso é bom porque fontes distantes não perdem energia, mas um lado ruim é que precisa de equipamentos muito sofisticados. A energia das ondas é pequeniníssima", contou Sturani.<br />
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Se pudemos ouvir as ondas de dois buracos negros que se fundiram há muito tempo, quer dizer que estamos mais perto de captar o nosso Big Bang, correto? Mais ou menos, de acordo com o pesquisador italiano.<br />
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"Do Big Bang daria para conseguir, tem a possibilidade que tenha produzido ondas gravitacionais, mas em outra frequência. Precisaria de um detector completamente diferente. São detectores que identificam ondas gravitacionais cósmicas de fundo, são ondas gravitacionais super-pequenas, dos primórdios. Já estão pesquisando, mas até agora não tiveram evidências", relatou o pesquisador da Unesp.<br />
Primeiro anúncio foi só o início<br />
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As ondas gravitacionais foram captadas por equipamentos chamados de LIGO, que estão nessa investigação desde 2002. Por oito anos, nada foi captado. Em 2010, passou por uma recalibragem e ficou ligado por quatro meses a partir de setembro do último ano. Os dados já anunciados que revolucionaram a ciência dizem respeito apenas a análises de dados das duas primeiras semanas. Nos próximos meses, outras novidades podem surgir.<br />
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A novidade, contudo, não para por aí. No fim deste ano, o equipamento ganhará um terceiro detector, que está sendo instalado na Itália. Com este terceiro objeto, será possível triangular as ondas gravitacionais – ou seja, poderá identificar de que direção do universo ela teve origem e aí levar os dados para um observatório tradicional apontar o telescópio. O LIGO ainda está em constante atualização e estima-se que sua sensibilidade máxima seja alcançada em 2020. É difícil imaginar quais informações ainda estão por vir. <br />
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http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2016/02/12/e-como-ouvir-apos-surdez-diz-fisico-que-ajudou-a-provar-teoria-de-einstein.htm<br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-81240105434620924222015-10-01T14:00:00.001-03:002015-10-01T14:00:31.113-03:00SALVANDO O PLANETA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-fiLZpTwo2AM/Vg1mLWaOzwI/AAAAAAAACcA/ipWLwvX7HOI/s1600/aida_mission.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-fiLZpTwo2AM/Vg1mLWaOzwI/AAAAAAAACcA/ipWLwvX7HOI/s400/aida_mission.jpg" /></a></div><br />
Sonda europeia observa impacto de sonda americana em asteroide (Foto: ESA)Sonda europeia AIM observa impacto de sonda americana Dart com o asteroide Didymoon (Ilustração: ESA)<br />
01/10/2015 <br />
<b>Nasa e ESA detalham missão para tentar desviar rota de asteroide<br />
Sonda americana terá colisão a 22.500 km/h, observada por sonda europeia.<br />
Ideia é estudar objeto e testar técnica que salvaria Terra de eventual impacto.</b><br />
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Se astrônomos descobrirem um grande asteroide em rota de colisão com a Terra, seria possível fazer algo para detê-lo? Cientistas da Nasa e da ESA, agências espaciais americana e europeia, revelaram ontem detalhes de como deve ser uma missão conjunta para tentar responder a essa pergunta. A ideia é tentar desviar um asteroide de verdade como teste.<br />
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O alvo da missão já foi escolhido. É um sistema binário composto de um asteroide maior, Didymos, de 750 metros de comprimento e outro que o orbita, Didymoon, com 160 metros. A ideia é que os americanos enviem uma sonda-projétil para colidir com Didymoon, enquanto os europeus operariam uma sonda-observadora no local para registrar e estudar os efeitos do impacto.<br />
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O plano geral da missão, batizada de Aida (Avaliação de Impacto e Desvio de Asteroide), foi revelado nesta quarta-feira (30) no Congresso Europeu de Ciência Planetária. A ideia é que as sondas sejam lançadas em 2020 e 2021 e cheguem a seu alvo em 2022. A estimativa de orçamento do projeto ainda não foi anunciada.<br />
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A sonda europeia, batizada de AIM (Missão de Impacto de Asteroide), vai usar instrumentos para mapear e estudar Didymos, além de lançar pequenos satélites e um módulo de aterrissagem no asteroide grande. A sonda americana, Dart (sigla para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), colidiria com Didymoon em 2022. O choque da sonda de 300 kg a 22.500 mil km/h teria força suficiente para perfurar o asteroide e se alojar em seu núcleo.<br />
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A ideia é entender a composição do astro e avaliar se a sonda é capaz de alterar sua órbita de maneira significativa. A Aida, além disso, será a primeira missão a estudar um asteroide binário de perto e vai testar novos sistemas de comunicação interplanetária via laser.<br />
Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-71549793945168629062015-08-04T09:47:00.003-03:002015-08-04T09:50:41.912-03:00UMA LUZ VERDE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-kT0s5KrcWno/VcC0FonrJ8I/AAAAAAAACYE/-6ivErYUKlA/s1600/aaa.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-kT0s5KrcWno/VcC0FonrJ8I/AAAAAAAACYE/-6ivErYUKlA/s640/aaa.png" /></a></div><b>O que deixou o céu verde no Rio Grande do Sul e na Argentina?</b><br />
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31/07/201522h40<br />
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Um objeto luminoso cruzou o céu no Rio Grande do Sul, Uruguai e também da capital argentina, Buenos Aires, durante a noite de quinta-feira (30), causando espanto e levando muitos a se manifestar nas redes sociais.<br />
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Era possível ver uma luz verde em volta do estranho objeto enquanto ele passava. No Rio Grande do Sul, foi possível ver a luz distante em Porto Alegre e na praia do Cassino, em Rio Grande.<br />
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"Não se escutou nenhum som, mas as pessoas começaram a gravar e a perguntar o que era aquilo, o que estava acontecendo", disse à BBC Mundo o jornalista argentino Germán Pérez, autor das imagens feitas em Buenos Aires.<br />
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"Provavelmente é um fragmento de cometa de tamanho maior do que o normal, que se incendiou durante sua descida pela atmosfera da Terra", disse à BBC César Bertucci, pesquisador do Instituto de Astronomia e Física Espacial da Argentina (IAFE).<br />
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"É curioso que o fenômeno ocorreu a dias do apogeu da chuva de meteoros Delta Aquarídeas e a duas semanas de outra mais importante, chamada Perseidas. Isto nos faz pensar que se trate de fragmentos de cometas e não de lixo espacial", acrescentou.<br />
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O astrônomo Jorge Coghlan, membro do Centro de Observadores do Espaço (CODE) disse a uma rádio da Argentina que "o que se viu na Argentina foi matéria interplanetária, um bólido".<br />
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"A Terra recebe permanentemente estes fenômenos, são restos de formações dos planetas", acrescentou.<br />
Fluorescente<br />
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Mas ainda restava a dúvida sobre qual a causa da cor verde que o objeto emitia ao cruzar o céu.<br />
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Emmet Fletcher, porta-voz da Agência Espacial Europeia (AEE) afirmou que a cor verde foi causada pelo magnésio do meteorito.<br />
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"Existem duas fontes geradoras de luz: uma é o próprio meteorito, cujos íons entram em contato com a atmosfera. A outra é o magnésio, que interage com o oxigênio que o converte em um plasma, como se fosse um tubo fluorescente."<br />
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Segundo Fletcher "a cada dia existem pelo menos dois meteoritos que entram na atmosfera, apesar de muitos deles serem pequenos demais e se desintegrarem muito rapidamente".<br />
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O porta-voz da AEE afirmou que é possível prever este tipo de ocorrência graças às investigações do Centro de Planetas Menores, uma organização internacional que calcula dados de asteroides e cometas em todo o mundo.<br />
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"As possibilidades de impacto são realmente pequenas e não há motivos para se preocupar", acrescentou o cientista.<br />
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Outro fato que chamou a atenção foi a quantidade de lugares onde pode ser visto.<br />
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Além dos locais no Rio Grande do Sul e a capital argentina, Buenos Aires, a luz também foi vista em outros pontos da Argentina como Córdoba, Tucumán, Entre Ríos e outros locais.<br />
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A luz também foi vista no Uruguai, em lugares como Rio Negro, Durazno, Paysandú, Colonia e Salto.<br />
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César Bertucci, pesquisador do IAFE, disse que estes fenômenos, apesar de raros, costumam acontecer com maior frequência em períodos onde há chuvas de meteoros.<br />
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"Em sua maioria, os meteoritos associados às chuvas de meteoros são objetos de não mais do que alguns centímetros de diâmetro, se desintegram antes de chegar ao solo. Mas alguns fragmentos poderiam chegar à superfície, se tivessem um tamanho maior", afirmou.<br />
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"É difícil saber se, neste caso, o objeto efetivamente chegou à superfície sem se desintegrar", acrescentou.<br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-56436108747230501532015-07-25T08:40:00.001-03:002015-07-25T08:40:59.608-03:00A ATMOSFERA DE PLUTÃO<a href="http://4.bp.blogspot.com/-xz_-Te-hXF8/VbN0a1ewifI/AAAAAAAACWI/YkiKtHCVRhI/s1600/plutao-nasa1.jpg" imageanchor="1" ><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-xz_-Te-hXF8/VbN0a1ewifI/AAAAAAAACWI/YkiKtHCVRhI/s400/plutao-nasa1.jpg" /></a><br />
Imagem divulgada pela Nasa nesta sexta-feira (24) mostra a atmosfera de Plutão iluminada pela luz do Sol, que está atrás do planeta-anão. A imagem foi feita quando a sonda New Horizons estava a cerca de 2 milhões de km de Plutão (Foto: Nasa/JHUAPL/SwRI via AP)<br />
<b><br />
Nasa divulga imagem inédita da atmosfera de Plutão<br />
Foto mostra atmosfera iluminada pela luz do Sol, atrás do planeta anão.<br />
Sonda New Horizons enviou material para a Terra nesta quinta-feira (23).</b><br />
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24/07/2015<br />
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<b>SONDA EM PLUTÃO</b><br />
<b>Missão da Nasa chega a planeta anão</b><br />
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A Nasa divulgou, nesta sexta-feira (24), fotos inéditas de Plutão. Uma das imagens, feita pela sonda New Horizons e enviada para a Terra nesta quinta-feira (23), revela um anel que representa a atmosfera de Plutão iluminada pelo Sol, que está atrás do planeta anão.<br />
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A imagem foi captada apenas 7 horas depois de a sonda passar pelo ponto de aproximação máxima de Plutão e revela um nevoeiro que se estende até 130 km acima da superfície.<br />
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"Meu queixo caiu no chão quando vi essa primeira imagem de uma atmosfera alienígena no Cinturão de Kuiper", disse o principal pesquisador do projeto New Horizons, Anan Stern.<br />
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"Isso nos faz lembrar que a exploração nos traz mais do que apenas descobertas incríveis – ela nos traz belezas incríveis." Observar a atmosfera de Plutão vai ajudar a entender melhor o que está acontecendo na superfície do planeta anão, afirmam os membros do projeto.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-BSDmfrurkxE/VbN1NepMUFI/AAAAAAAACWQ/g2lqV4KRT9w/s1600/plutao-nasa2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-BSDmfrurkxE/VbN1NepMUFI/AAAAAAAACWQ/g2lqV4KRT9w/s400/plutao-nasa2.jpg" /></a></div>Imagem divulgada nesta sexta-feira mostra uma combinação de imagens captadas pela New Horizons com cores artificiais para mostrar diferenças na composição e na textura na superfície de Plutão (Foto: NASA/JHUAPL/SwRI via AP)<br />
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As novas imagens também revelaram a movimentação de nitrogênio congelado na planície Sputnik, que fica no canto esquerdo da área em formato de coração, como explica o astrônomo Cassio Barbosa (leia o post no Blog Observatório para saber mais detalhes). Segundo cientistas, há sinais de atividade geológica recente na região.<br />
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Nesta sexta-feira, a Nasa divulgou ainda um novo vídeo que simula um sobrevoo sobre a superfície de duas regiões de Plutão: Planície Sputnik e Montes Hillary.<br />
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<b>Longa jornada</b><br />
Em 14 de julho, a New Horizons, que viaja pelo espaço há mais de nove anos, atingiu a distância mais próxima de Plutão, 12,5 mil quilômetros. O feito deve ajudar cientistas a descobrir mais detalhes sobre o corpo celeste e o chamado Cinturão de Kuiper.<br />
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A sonda espacial viajou durante nove anos por quase 5 bilhões de quilômetros (que é a distância entre Plutão e a Terra) até chegar perto de Plutão.<br />
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Ela foi lançada em 2006, dos Estados Unidos, a bordo do foguete Atlas. A sonda viajou até Júpiter e usou a gravidade desse planeta como um estilingue para acelerar sua velocidade. Desde então, ficou adormecida e viajou pelo espaço até ser reativada, em dezembro de 2014.<br />
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Sete instrumentos que estão a bordo da sonda captam essas imagens, que estão sendo transmitidas para a Terra. O tempo de transmissão dos dados de Plutão até a Nasa, nos Estados Unidos, é de quatro horas e meia.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-47914384461292609452015-07-23T18:23:00.001-03:002015-07-23T18:26:22.167-03:00UMA NOVA TERRA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-sfxWvB_9loQ/VbFas-PhykI/AAAAAAAACVg/48C4CIgNB68/s1600/kepler2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-sfxWvB_9loQ/VbFas-PhykI/AAAAAAAACVg/48C4CIgNB68/s400/kepler2.jpg" /></a></div>Concepção artística mostra o exoplaneta Kepler-452b, o primeiro com tamanho aproximado da Terra a ser encontrado em uma zona habitável (Foto: NASA/JPL-Caltech/T. Pyle)<br />
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Nasa encontra planeta similar à Terra em potencial zona habitável<br />
Planeta Kepler-452b é 60% maior que a Terra e orbita a estrela Kepler 452.<br />
Informação foi divulgada nesta quinta-feira pela agência espacial americana.</b><br />
23/07/2015<br />
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<b>Cientistas da Nasa divulgaram nesta quinta-feira (23) que descobriram um exoplaneta com características muito similares à Terra e que orbita uma estrela semelhante ao Sol.</b><br />
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O planeta Kepler-452b foi chamado pelos cientistas de "primo distante" da Terra. Ele é 60% maior e tem boa chance de ser rochoso, embora sua massa e composição ainda não tenham sido determinados.<br />
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Ele demora 385 dias para dar uma volta completa ao redor de sua estrela, chamada de Kepler-452, astro do sistema que está a 1.400 anos-luz de distância da Terra.<br />
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Essa estrela é um pouco mais velha que o Sol (tem "só" 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura, é 20% mais brilhante e possui um diâmetro 10% maior.<br />
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Os achados desta quinta foram publicados no periódico "The Astronomical Journal". Com a descoberta, aumentou para 521 o total de exoplanetas descobertos pelo satélite Kepler.<br />
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'Condições necessárias para a vida'<br />
Em comunicado divulgado pela Nasa, Jon Jenkins, chefe do projeto do satélite Kepler, disse que a descoberta fornece uma oportunidade de entender e refletir sobre o ambiente em evolução da Terra.<br />
[...] Devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir<br />
neste planeta"<br />
Jon Jenkins, chefe do projeto do satélite Kepler<br />
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"É inspirador considerar que esse planeta já vive há 6 bilhões de anos na área habitável dessa estrela, mais do que a Terra. Isso é uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta", afirmou o pesquisador.<br />
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Além desse achado, foram descritos ainda outros 11 candidatos à planeta que também estão em zona habitável.<br />
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A busca de planetas similares à Terra é uma das maiores aventuras na pesquisa espacial, e embora já tenham sido detectadas centenas de planetas do tamanho do nosso e outros menores, eles circulam em órbitas próximas demais de suas estrelas para que haja água líquida em sua superfície.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-sTEPxnJMB2o/VbFbGF1rsxI/AAAAAAAACVo/hspuWRrXGOY/s1600/terra.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-sTEPxnJMB2o/VbFbGF1rsxI/AAAAAAAACVo/hspuWRrXGOY/s400/terra.jpg" /></a></div>Comparação feita pela Nasa mostra o Sol e a Terra (à esquerda) e a estrela Kepler-452 com o planeta Kepler-452b (Foto: NASA/JPL-Caltech/T. Pyle)<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-I-Yb7duPos8/VbFbMmXjORI/AAAAAAAACVw/6DP40E3pLS0/s1600/sistema.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-I-Yb7duPos8/VbFbMmXjORI/AAAAAAAACVw/6DP40E3pLS0/s400/sistema.jpg" /></a></div>Comparação entre o Sistema Kepler-452 e o Sistema Solar feita pela agência espacial americana, a Nasa (Foto: NASA/JPL-CalTech/R. Hurt)<br />
Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-12259902040967638682015-07-15T19:47:00.000-03:002015-07-15T19:58:23.666-03:00PLUTÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-I0G7jxCnecs/VabikMiTxmI/AAAAAAAACUw/PJpr15GjyVM/s1600/plutao-detalhe-new-horizons.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-I0G7jxCnecs/VabikMiTxmI/AAAAAAAACUw/PJpr15GjyVM/s400/plutao-detalhe-new-horizons.jpg" /></a></div>click na foto<br />
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15/07/2015<br />
<b>Nasa divulga foto de Plutão feita durante passagem de sonda<br />
New Horizons teve aproximação máxima do planeta anão nesta terça (14).<br />
Fotos de alta resolução foram transmitidas para a Terra nesta quarta-feira.</b><br />
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A Nasa divulgou, nesta quarta-feira (15), as primeiras imagens feitas pela sonda New Horizons durante sua aproximação de Plutão, quando a nave passou a 12,5 mil km da superfície do planeta anão.<br />
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As primeiras imagens divulgadas em uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta mostram as luas Hidra e Caronte.<br />
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Em seguida, a equipe da New Horizons mostrou uma imagem em alta resolução da superfície de Plutão, que revelou a existência de montanhas.<br />
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Os cientistas revelaram ainda que o "coração" visto na superfície do planeta anão agora tem um nome. A área foi batizada de Tombaugh Regio, em homenagem a Clyde Tombaugh, astrônomo que descobriu Plutão em 1930. A New Horizons viaja pelo espaço carregando as cinzas de Tombaugh, além de outros itens, como duas bandeiras americanas.<br />
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<b>Luas</b><br />
Pelas imagens, foi possível concluir que Caronte, a maior lua de Plutão, tem uma superfície cheia de penhascos, vales e uma marca apelidada pelos cientistas de "Mordor", no norte da região polar da lua.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-IsqwOuj5iuc/VabjKFO0BJI/AAAAAAAACU4/AMZV71Hd0Og/s1600/charon.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-IsqwOuj5iuc/VabjKFO0BJI/AAAAAAAACU4/AMZV71Hd0Og/s400/charon.jpg" /></a></div>Imagem feita pela New Horizons mostra Caronte, uma das luas de Plutão (Foto: Nasa TV/Divulgação)<br />
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A breve passagem da sonda New Horizons por Plutão ocorreu nesta terça-feira às 8h50 (horário de Brasília). À noite, a sonda se comunicou com a Terra, indicando que o encontro com Plutão tinha sido bem sucedido.<br />
<br />
Na manhã desta quarta, durante uma transmissão de dados mais longa, a New Horizons enviou as prinicpais informações obtidadas no encontro, incluindo fotos de altíssima resolução. <br />
<br />
As melhores imagens que tinham sido divulgadas até o momento mostravam Plutão a 800 mil km de distância. As divulgadas nesta quarta-feira têm uma resolução 10 vezes maior do que isso.<br />
<br />
A sonda espacial viajou durante nove anos por quase bilhões de quilômetros (que é a distância entre Plutão e a Terra) até chegar perto do planeta anão.<br />
<br />
O feito vai colaborar com a ciência para analisar mais detalhes sobre a superfície e a temperatura de Plutão e de sua região, chamada de Cinturão de Kuiper.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-RSskkwtg42g/VabiMtSK0yI/AAAAAAAACUo/JTMpbWJzffs/s1600/plutao-nasa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-RSskkwtg42g/VabiMtSK0yI/AAAAAAAACUo/JTMpbWJzffs/s400/plutao-nasa.jpg" /></a></div>Membros da equipe da New Horizons se reúnem para ver imagens de Plutão enviadas pela sonda espacial (Foto: Reprodução/Facebook/Nasa)<br />
<br />
<b>Trajetória</b><br />
A sonda foi lançada em 2006, dos Estados Unidos, a bordo do foguete Atlas. Ela viajou até Júpiter e usou a gravidade desse planeta como um estilingue para acelerar sua velocidade.<br />
Desde então, a sonda ficou adormecida e viajou pelo espaço até ser reativada, em dezembro do ano passado.<br />
<br />
Sete instrumentos que estão a bordo da sonda vão captar essas imagens, que serão transmitidas para a Terra. O tempo de transmissão dos dados de Plutão até a Nasa, nos Estados Unidos, é de quatro horas e meia.<br />
Imagem de cima mostra Plutão, em imagem feita pela sonda New Horizons esta semana; imagem de baixo mostra detalhes na superfície do planeta anão feitos durante passagem da New Horizons (Foto: Nasa TV/Divulgação)<br />
A imagem de cima, feita esta semana antes da aproximação máxima entre a New Horizons e Plutão, mostra o planeta anão com uma área em destaque; a imagem de baixo, de alta resolução, mostra a área destacada em detalhes (Foto: Nasa TV/Divulgação)<br />
<br />
<b>Maior do que esperado</b><br />
Nesta segunda-feira (13), os cientistas divulgaram que o planeta anão é maior do que se previa. Plutão, antes considerado o nono e mais distante planeta do Sistema Solar, tem um diâmetro de cerca de 2.370 quilômetros, quase 80 quilômetros a mais do que previsões anteriores.<br />
<br />
Agora ele é oficialmente maior do que Eris, um dos centenas de milhares de miniplanetas e objetos parecidos com cometas que circulam o Cinturão de Kuiper.<br />
<br />
Segundo a agência Reuters, ser um pouco maior significa que Plutão consiste significativamente de mais gelo e um pouco menos de água do que o previsto, um detalhe importante para cientistas determinarem a história de como ele e o resto do Sistema Solar foram formados.<br />
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13/07/2015 <br />
<b>Sonda da Nasa descobre que Plutão é maior do que o previst</b>o<br />
<b>Plutão tem diâmetro de 2.370km, cerca de 80km a mais do que se pensava.<br />
Sonda New Horizons vai se aproximar de planeta anão nesta terça-feira.</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-0mMMMh1qWs0/VabkKQZePKI/AAAAAAAACVA/qOtv1_AQWrg/s1600/plutao1.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-0mMMMh1qWs0/VabkKQZePKI/AAAAAAAACVA/qOtv1_AQWrg/s400/plutao1.png" /></a></div><br />
Nova imagem feita pela sonda New Horizons mostra Plutão mais de perto. Equipamento da Nasa está chegando cada vez mais próximo do planeta anão (Foto: NASA/JHUAPL/SWRI)<br />
<br />
Plutão sempre surpreende. Cientistas descobriram que o planeta anão é maior do que se previa, à medida que a espaçonave New Horizons, da Nasa, se aproxima para um voo rente na terça-feira, após uma jornada de quase uma década.<br />
<br />
A sonda, que funciona com energia nuclear, estava em posição para passar no centro de uma zona-alvo de 97 a 145 quilômetros entre as órbitas de Plutão e sua lua principal, Charon, na manhã de terça-feira, disseram gerentes do controle da missão New Horizons, no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos arredores de Baltimore.<br />
<br />
Após uma jornada de quase 5 bilhões de quilômetros, traçar essa trajetória é como um jogador de golfe em Nova York acertar com uma tacada um buraco em Los Angels, disse o gerente do projeto, Glen Fountain, a repórteres.<br />
<br />
Durante a passagem por Plutão e suas cinco luas, que deve durar 30 minutos, a New Horizons realizará uma série cuidadosamente coreografada de manobras para posicionar suas câmeras e instrumentos para centenas de observações.<br />
<br />
Cientistas já descobriram que Plutão, antes considerado o nono e mais distante planeta do Sistema Solar, é maior do que se pensava, com um diâmetro de cerca de 2.370 quilômetros, cerca de 80 quilômetros a mais do que previsões anteriores.<br />
<br />
Plutão agora é oficialmente maior do que Eris, um dos centenas de milhares de miniplanetas e objetos parecidos com cometas que circulam a região além de Netuno chamada de Cinturão de Kuiper. A descoberta desta região, em 1992, levou a uma reclassificação oficial de Plutão, que passou a ser chamado de "planeta anão".<br />
<br />
E tamanho é documento, mesmo para planetas anões. Ser um pouco maior significa que Plutão consiste significativamente de mais gelo e um pouco menos de água do que o previsto, um detalhe importante para cientistas determinarem a história de como ele e o resto do Sistema Solar foram formados.<br />
<br />
"O sistema de Plutão é um remanescente fóssil das origens de nosso Sistema Solar", disse o cientista-chefe da Nasa, John Grunsfeld. "Vamos aprender mais sobre isso."Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-17501781462501964822015-07-10T14:13:00.000-03:002015-07-10T14:32:27.847-03:00UM SISTEMA COM CINCO SOIS<b>Astrônomos descobrem sistema com cinco sóis em Ursa Maior</b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-izPN9mlNImo/VZ_8nTaNNeI/AAAAAAAACTM/jNcaHi0Wias/s1600/um-dos-pares-de-estrelas-binarias-do-novo-sistema-poderia-estar-em-processo-de-fusao-1436374671341_615x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-izPN9mlNImo/VZ_8nTaNNeI/AAAAAAAACTM/jNcaHi0Wias/s400/um-dos-pares-de-estrelas-binarias-do-novo-sistema-poderia-estar-em-processo-de-fusao-1436374671341_615x300.jpg" /></a></div><b>Um dos pares de estrelas binárias do novo sistema poderia estar em processo de fusão</b><br />
08/07/2015<br />
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Astrônomos britânicos anunciaram a descoberta de um sistema solar com nada menos que cinco sóis, na constelação de Ursa Maior.<br />
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Distante 250 mil anos-luz da Terra, o grupo de estrelas é inédito por conta de sua configuração: duas estrelas binárias e uma "simples", um agrupamento jamais antes encontrado.<br />
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A descoberta foi anunciada num encontro anual de astrônomos britânicos, na cidade de Llandudno, no País de Gales. Ela foi possível graças ao uso de um sistema robotizado de telescópios operando continuamente nos dois hemisférios terrestres - um nas Ilhas Canárias, próximo à Espanha, e outro em Sutherland, na África do Sul.<br />
<br />
<b>'Sol-satélite'</b><br />
<br />
Os pares de binárias seguem uma órbita em torno do mesmo centro de gravidade, mas estão separados por uma distância de mais de 21 bilhões de quilômetros - mais de três vezes maior, por exemplo, que a separando Plutão do Sol.<br />
<br />
Uma das estrelas duplas é o que a astronomia conhece como "binária de contato" - elas estão próximas o suficiente para se tocarem ou mesmo se fundirem, e compartilham da mesma exosfera (atmosfera externa).<br />
<br />
O outro par está separado por 3 milhões de km. E conta com uma espécie de "sol-satélite".<br />
<br />
Segundo um dos astrônomos que fizeram a descoberta, Marcus Lohr, o sistema solar pode conter planetas ou mesmo abrigar vida.<br />
<br />
"Trata-se de um sistema verdadeiramente exótico. Em princípio, não há razão para que ele não contenha planetas. Habitantes teriam um céu capaz de botar os produtores de Guerra nas Estrelas no chinelo", brincou Lohr, referindo-se às paisagens fantásticas da série de filmes de ficção científica.<br />
<br />
"Eles poderiam ter nada menos que cinco sóis de diferentes brilhos ao mesmo tempo no céu".<br />
<br />
Lohr disse ainda que, apesar da configuração inédita do sistema em Ursa Maior, um outro grupo de cinco estrelas já foi descoberto pelo telescópio Kepler, na Nasa, a Agência Espacial dos EUA.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-24308700079560534662015-07-10T14:00:00.003-03:002015-07-10T14:02:12.607-03:00O CORAÇÃO DE PLUTÃO<b><br />
Foto inédita mostra 'coração' na superfície de Plutão</b><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-hxCdH45OEpo/VZ_6a-weh2I/AAAAAAAACS0/X5qttJWbQhM/s1600/o-rosto-de-plutao-inclui-uma-ampla-area-escura-proxima-a-linha-do-equador-do-planeta-conhecida-informalmente-por-cientistas-como-a-baleia-e-uma-area-clara-em-formato-de-coracao-com-cerca-de-2000-km-1436533449848_615x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-hxCdH45OEpo/VZ_6a-weh2I/AAAAAAAACS0/X5qttJWbQhM/s400/o-rosto-de-plutao-inclui-uma-ampla-area-escura-proxima-a-linha-do-equador-do-planeta-conhecida-informalmente-por-cientistas-como-a-baleia-e-uma-area-clara-em-formato-de-coracao-com-cerca-de-2000-km-1436533449848_615x300.jpg" /></a></div>O "rosto" de Plutão inclui uma ampla área escura conhecida informalmente por cientistas como "a baleia", e uma área clara em formato de coração com cerca de 2.000 km<br />
<br />
Após viajar nove anos e quase cinco bilhões de quilômetros, a sonda espacial New Horizons começou nesta semana a aproximação final a Plutão, revelando as melhores imagens já feitas de um dos planetas mais distantes do Sistema Solar.<br />
<br />
A Nasa (agência espacial norte-americana) divulgou nesta quarta-feira (8) o registro feito no dia anterior pela New Horizons, quando a sonda estava a "apenas" oito milhões de quilômetros de Plutão.<br />
<br />
Nesta quinta (9), a sonda chegaria a seis milhões de quilômetros, rumo ao ponto de maior aproximação (12,5 mil km), passagem histórica prevista para 14 de julho.<br />
<br />
Essa última imagem foi o primeiro registro enviado após a sonda entrar inesperadamente em modo de segurança, no último dia 4, e perder o contato com a Terra.<br />
<br />
O "rosto" de Plutão visto na imagem é, em grande parte, o que será examinado de perto na próxima semana. Inclui uma ampla área escura próxima à linha do Equador de Plutão, conhecida informalmente por cientistas como "a baleia", e uma área clara em formato de coração com cerca de 2.000 km.<br />
Planeta estranho<br />
<br />
Na aproximação final, a sonda New Horizons ficará a apenas 12,5 mil km da superfície de Plutão.<br />
<br />
Sua câmera de alta resolução Lorri (Long Range Recconnaissance Imager) deverá então captar imagens de resolução até 500 vezes superior aos últimos registros.<br />
<br />
A câmera Lorri é responsável pela imagem mostrada nesta página, mas as informações sobre cores foram fornecidas pela outra câmera da sonda, a Ralph.<br />
<br />
"As imagens ainda estão um pouco borradas, mas são, de longe, as melhores que já vimos de Plutão, e vão só melhorar", afirmou John Spencer, do instituto de pesquisa SxRI (Southwest Research Institute), de Colorado, um dos parceiros da Nasa na empreitada.<br />
<br />
"Nesse momento as imagens revelam apenas que Plutão é um planeta realmente esquisito. Ele tem algumas áreas muito escuras, outras extremamente claras, e não sabemos nada sobre o que são ainda", afirmou Spencer ao programa Newshour, da BBC.<br />
<br />
O astrônomo Alex Parker, da equipe da New Horizons, publicou essa ilustração no Twitter.<br />
<br />
Spencer e seus colegas acreditam que a área mais clara pode estar coberta por monóxido de carbono congelado e que a mancha escurecida possa ser um depósito de hidrocarbonetos, queimados na atmosfera de Plutão por raios cósmicos e radiação ultravioleta.<br />
<br />
Mas por ora tudo não passa de palpite.<br />
<br />
"Teremos registros 500 vezes melhores na próxima terça, quando teremos nossa passagem mais próxima", disse Spencer.<br />
<br />
Na aproximação final, a New Horizons estará viajando a quase 14km por segundo - muito rápido para entrar em órbita.<br />
<br />
A sonda fará um voo automático de reconhecimento, coletando o máximo de imagens e dados ao passar pelo planeta de 2.300 km de diâmetro e suas cinco luas conhecidas: Charon, Styx, Nix, Kerberos e Hydra.<br />
<br />
A missão ocorre durante o 50o aniversário da primeira passagem bem sucedida de uma sonda norte-americana por Marte, feita pela Mariner 4. A New Horizons irá coletar 5.000 vezes mais informações do que a Mariner conseguiu quando passou pelo planeta vermelho.<br />
<br />
Um dos grandes desafios da missão a Plutão é enviar toda a informação de volta até a Terra. A distância é enorme, o que torna o ritmo de envio dos dados muito lento. Serão ao menos 16 meses para encaminhar todos os dados científicos a serem reunidos nos próximos dias.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-47288602605658952892015-07-09T11:58:00.000-03:002016-05-20T12:07:31.938-03:00EPPUR SE MUOVE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-5qchD5Sfoyc/VZ5uI8NVGeI/AAAAAAAACPs/ZR4Ud7JMBmk/s1600/Justus_Sustermans_-_Portrait_of_Galileo_Galilei%252C_1636.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-5qchD5Sfoyc/VZ5uI8NVGeI/AAAAAAAACPs/ZR4Ud7JMBmk/s640/Justus_Sustermans_-_Portrait_of_Galileo_Galilei%252C_1636.jpg"></a></div><b>Galileu e a Santa Inquisição</b><br />
<br />
Galileu Galilei<br />
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<b>“Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzo Galilei, florentino, de setenta anos de idade, intimado pessoalmente à presença deste tribunal e ajoelhado diante de vós, Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais Inquisidores-Gerais contra a gravidade herética em toda a comunidade cristã, tendo diante dos olhos e tocando com as mãos os Santos Evangelhos, juro que sempre acreditei, que acredito, e, mercê de Deus, acreditarei no futuro, em tudo quanto é defendido, pregado e ensinado pela Santa Igreja Católica e Apostólica. Mas, considerando que (... ) escrevi e imprimi um livro no qual discuto a nova doutrina (o heliocentrismo) já condenada e aduzo argumentos de grande força em seu favor, sem apresentar nenhuma solução para eles, fui, pelo Santo Oficio, acusado de veementemente suspeito de heresia, isto é, de haver sustentado e acreditado que o Sol está no centro do mundo e imóvel, e que a Terra não está no centro, mas se move; desejando eliminar do espírito de Vossas Eminências e de todos os cristãos fiéis essa veemente suspeita concebida mui justamente contra mim, com sinceridade e fé verdadeira, abjuro, amaldiçôo e detesto os citados erros e heresias, e em geral qualquer outro erro, heresia e seita contrários à Santa Igreja, e juro que no futuro nunca mais direi nem afirmarei, verbalmente nem por escrito, nada que proporcione motivo para tal suspeita a meu respeito."</b><br />
<br />
Era o dia 22 de junho de 1633. Numa sala do convento dominicano de Santa Maria Sopra Minerva, em Roma, encerrava-se um dos episódios mais controvertidos da história: o julgamento de Galileu Galilei pela Santa Inquisição, sua condenação e subseqüente renúncia à crença de que a Terra gira em torno do Sol. Além da retratação, o Tribunal do Santo Oficio impôs a Galileu a pena de prisão domiciliar perpétua e a repetição, semanal, por três anos, dos sete salmos penitenciais.<br />
<br />
<b>Lido o veredicto e cumprida a cerimônia de abjuração pública (ao término da qual, segundo contam alguns, Galileu teria murmurado ironicamente: "eppur si muove " - "e, no entanto, ela se move"), o sábio recolheu-se à residência do grão-duque da Toscana, seu velho amigo, onde começou a cumprir a sentença. Pouco depois, alojou-se por algum tempo no palácio do arcebispo Piccolomini, em Siena, mudando-se finalmente para Florença, onde passaria seus últimos anos de vida.</b><br />
<br />
Este período final foi bastante penoso para o cientista, pois, em 1638, a cegueira total o atingiu. Em carta a um amigo, desabafava seu sofrimento: "Ai de mim! O vosso amigo e servo Galileu tem estado no último mês desesperadamente cego, de modo que este céu, esta Terra, este Universo, que eu, por maravilhosos descobrimentos e claras demonstrações, alarguei cem mil vezes além da crença dos sábios da antigüidade, se reduzem, daqui por diante, para mim, a um diminuto espaço preenchido pelas minhas próprias sensações corpóreas".<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-_cn5PeNWv98/VZ6E7b0CweI/AAAAAAAACQM/m8g0VgNn1UM/s1600/gali1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-_cn5PeNWv98/VZ6E7b0CweI/AAAAAAAACQM/m8g0VgNn1UM/s1600/gali1.jpg"></a></div>(Galileu no Tribunal da Santa Inquisição)<br />
<br />
Rodeado de amigos e discípulos, Galileu morreria a 8 de janeiro de 1642. Seus companheiros quiseram erguer um monumento em sua homenagem, mas o papa Urbano VIII vetou a proposição, alegando que ela seria um mau exemplo para os fiéis, visto que o morto "dera origem ao maior escândalo de toda a cristandade".<br />
<br />
Suas obras foram incluídas no Index dos livros proibidos pela Igreja, juntamente com as de Kepler e Copérnico. Tais publicações seriam liberadas somente em 1822, mas as idéias que defendiam divulgaram-se muito antes.<br />
<br />
Galileu Galilei nasceu em Pisa, a 15 de fevereiro de 1564, filho de Vincenzo Galilei e Julia Ammanati di Pescia. O pai, membro empobrecido da pequena nobreza, era músico e mercador, homem de cultura respeitada e um espírito contestador das idéias vigentes. Entretanto, Vincenzo desejava uma sólida posição social para seu filho, e por isso induziu-o à carreira médica.<br />
<br />
Assim, após completar seus primeiros estudos em Pisa e na escola dos jesuítas do mosteiro de Vallombrosa, perto de Florença, com apenas dezessete anos, Galileu ingressava na Universidade de Pisa como estudante de Medicina. Entretanto, já no segundo ano do curso - que jamais concluiu, por falta de interesse pela matéria - ele descobriu a Física e a Matemática, realizando sua primeira observação importante: a oscilação de um pêndulo apresenta uma freqüência constante, independentemente de sua amplitude (quando esta é muito pequena). Na mesma época, inventou o pulsillogium, espécie de relógio utilizada para medir a pulsação.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-k53Mkqzbk6U/VZ6IeUlCUjI/AAAAAAAACQY/HruKnd2_mXY/s1600/gali9.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-k53Mkqzbk6U/VZ6IeUlCUjI/AAAAAAAACQY/HruKnd2_mXY/s640/gali9.jpg"></a></div>(Galileu observa a oscilação de um lampadário na catedral de Pisa)<br />
<br />
O encontro de sua verdadeira vocação científica levou-o a abandonar a universidade, apesar do descontentamento do pai. Voltando para Florença, em 1585, dedicou-se por conta própria aos novos estudos, mantendo um contato permanente com os intelectuais da cidade que freqüentavam a casa paterna, o que enriqueceu bastante sua formação filosófica e literária.<br />
<br />
Prosseguindo suas experiências, notadamente no campo da mecânica aplicada, Galileu inventou uma balança hidrostática, sobre a qual escreveu um tratado, que terminou por atrair a atenção do grão-duque da Toscana, Fernando de Medici. Isto valeu-lhe, em 1589, a nomeação para lente de Matemática da Universidade de Pisa. Três anos mais tarde, o cientista transferiu-se para Pádua, onde, ainda sob a proteção de Fernando de Medici, assumiu a Cátedra de Matemática.<br />
<br />
Nesta cidade, Galileu viveu dezoito anos, e aí realizou a parte mais importante de sua obra: a formulação das leis do movimento dos corpos em queda livre e dos projéteis, e a defesa do sistema heliocêntrico do Universo. Em ambos os casos, ele investiu contra as doutrinas oficiais da época - que se baseavam nas concepções do filósofo grego Aristóteles -, atraindo, com isso, a ira dos doutores da Igreja.<br />
<br />
Aristóteles viveu entre 384 e 322 a.C. Segundo ele, a Terra encontra-se imóvel no centro do Universo, rodeada por nove esferas concêntricas e transparentes. Nessas, a camada mais interna é formada pela Lua, seguida pelas esferas dos planetas Mercúrio e Vênus, e, depois, pela do Sol, Marte, Júpiter e Saturno. A oitava região corresponde às estrelas e a última ao Primeiro Motor - Deus - que imprime movimento a todo o sistema.<br />
<br />
No mundo de Aristóteles, cada coisa tem seu lugar, onde deve permanecer. Quando, por qualquer razão, algo se desloca de sua posição "natural", tende a reassumi-la imediatamente, animando-se de um "movimento natural": uma pedra, se elevada do chão, nele recairá, pois esse é o seu lugar. E isso, no entanto, não se aplica apenas aos objetos inanimados. Os pássaros voam e os peixes nadam porque esta é a sua natureza. E, o que é mais importante, eles existem exatamente para voar e nadar.<br />
<br />
Esses exemplos também ilustram uma das idéias fundamentais da doutrina de Aristóteles: a da existência de causas finais no Universo, que faz com que todas as coisas sempre atuem visando a atingir determinados objetivos.<br />
<br />
Durante muito tempo, essa filosofia constituiu um entrave ao desenvolvimento científico, pois suas explicações limitavam-se a postular um fim apropriado para cada fenômeno, sem verificar como ele ocorria.<br />
<br />
No início de 1543 foi publicado, em Nuremberg, um livro de autoria do cônego prussiano Nicolau Copérnico, intitulado De revolutionibus orbium coelestium. Suas primeiras vinte páginas continham uma síntese da tese revolucionária defendida pela obra: o Universo ocupa um espaço finito, limitado pela esfera das estrelas lixas, ao centro do qual encontra-se, imóvel, o Sol. Ao redor deste astro giram, sucessivamente, os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno, enquanto a Lua se move em torno da Terra. Para o autor, a aparente revolução diária do firmamento terrestre é uma conseqüência do movimento de rotação da Terra em torno de seu próprio eixo.<br />
<br />
Assim, Copérnico retirou a Terra do centro do mundo, colocando em seu lugar o Sol. Essa idéia ousada, no entanto, apesar de contrariar frontalmente os cânones oficiais, não levantou imediatamente a ira da Igreja, pois o sistema heliocêntrico de Copérnico, além de pouco divulgado, explicava os movimentos celestes de forma pouco satisfatória.<br />
<br />
De fato, Copérnico, seguindo a tradição, não conseguira se libertar da tirania do movimento circular; e, assim, também fora obrigado a introduzir rodas e mais rodas em seu Universo para que ele funcionasse. Além disso, o prefácio do De revolutionibus orbium coelestium trazia a seguinte observação tranqüilizadora: "Por favor, não tomeis isto a sério. É apenas um gracejo, destinado exclusivamente a matemáticos e, na verdade, muito improvável".<br />
<br />
A tempestade que se abateria sobre o sistema heliocêntrico, "o maior escândalo da cristandade", somente ocorreu três quartos de século mais tarde, com o processo de Galileu. Entretanto, o germe fora lançado, e, no decorrer desse período, o heliocentrismo foi ganhando um número cada vez maior de adeptos, entre os quais se destacava a figura de Johannes Kepler.<br />
<br />
Kepler fora assistente do dinamarquês Tycho Brahe. Os dados observados por este, no decorrer de toda uma existência dedicada à astronomia, permitiram a Kepler concluir, juntamente com Copérnico, que o Sol, e não a Terra, é que se encontra no centro do Universo; e - o que é mais importante que as órbitas dos planetas são elipses e não circunferências. Com isso, não só eliminava a principal objeção astronômica à hipótese de Copérnico, mas golpeava de morte o dogma circular, arrastando consigo uma parte do já vacilante edifício da cosmologia aristotélica. Contudo, os cálculos puramente astronômicos de Kepler não foram o elemento decisivo para produzir a grande revolução que conduziria a uma imagem completamente nova do Universo.<br />
<br />
Essa tarefa coube a Galileu Galilei. Ao contrário do astrônomo alemão, que sempre viveu em países protestantes, fora do alcance da Inquisição, o cientista italiano pagou caro a sua audácia.<br />
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Tudo começou em 1609, com uma viagem de Galileu a Veneza, onde ouviu falar de um aparelho, construido por um artesão holandês, que fazia os objetos parecerem maiores e mais próximos: o telescópio. De volta a Pádua, conseguiu adquirir um desses instrumentos, com o qual passou a investigar o céu.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-ux7osRsRGwQ/VZ6JEE6jufI/AAAAAAAACQg/2pXsplF4fGA/s1600/gali4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-ux7osRsRGwQ/VZ6JEE6jufI/AAAAAAAACQg/2pXsplF4fGA/s640/gali4.jpg"></a></div>(Telescópio de Galileu)<br />
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Em março de 1610, publicou um livro de apenas 24 páginas, intitulado Sidereus nuncius (Mensageiro das Estrelas), nele descrevendo algumas de suas observações com a luneta. Em primeiro lugar, verificara que "a superfície da Lua não é perfeitamente lisa, livre de desigualdades, nem exatamente esférica, como considera uma extensa escola de filósofos com respeito à Lua e aos demais corpos celestes; pelo contrário, está repleta de irregularidades, é desigual, cheia de cavidades e protuberâncias, tal qual a superfície da própria Terra, diversa por toda parte, com montanhas elevadas e vales profundos". O Mensageiro das Estrelas prosseguia narrando a descoberta de milhares de outras estrelas, além das observáveis a olho nu; e trazia no término uma revelação sensacional: "Fica a questão que se me afigura ser tida como a mais importante desta obra, isto é, a de eu revelar e publicar ao mundo o momento da descoberta e observação de quatro planetas nunca vistos, desde o começo do mundo até nossos dias". Galileu havia descoberto as quatro luas de Júpiter.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-rOo40tFyKPo/VZ6Ko1FaQmI/AAAAAAAACSY/wH87NBckSMw/s1600/galileo_12.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-rOo40tFyKPo/VZ6Ko1FaQmI/AAAAAAAACSY/wH87NBckSMw/s400/galileo_12.jpg"></a></div>(Lua, desenhos de Galileu)<br />
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O livro contrastava vivamente com as obras de seus contemporâneos, que eram escritas em termos pomposos e repletas de palavreado vazio. O Mensageiro dasestrelas foi redigido num estilo direto, limitando-se a informar o indispensável. Além disso, ele atacava velhas crenças, e seu impacto sobre os meios acadêmicos foi imediato e fulminante: as montanhas e vales da Lua afirmavam a semelhança entre a matéria terrestre e a celeste; o insuspeitado número de estrelas, antes invisíveis, tornou absurda a noção de que elas haviam sido criadas para o deleite dos homens, uma vez que só podiam ser vistas com o auxílio de um aparelho especial; as luas de Júpiter, apesar de não provarem que Copémico tinha razão, abalavam a antiga idéia de que a Terra é o centro em tomo do qual tudo gira.<br />
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A reação dos colegas de Galileu ilustra a impertinência de suas descobertas: uns recusaram-se a utilizar a luneta, alegando falta de veracidade nas afirmações do cientista italiano; outros, mesmo constatando com seus próprios olhos a forma do relevo lunar e os satélites de Júpiter, explicavam essa visão como produto de algum fenômeno atmosférico, ou mesmo de uma impostura.<br />
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Mas Galileu tinha mais novidades a comunicar aos cientistas da época. Assim, em agosto de 1610, ele anunciou uma nova descoberta, que divulgou nos meios intelectuais: "Observai o planeta mais alto (Saturno) em forma trigêmea". Na realidade ele avistara os anéis desse astro, mas, como seu telescópio era pouco potente, julgou que Saturno possuísse dois satélites.<br />
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Um mês depois, ele voltou a sacudir seus contemporâneos ao proclamar a descoberta do planeta Vênus. Afirmou que Vênus apresenta fases, como a Lua, e que estas variam desde a foice até o disco total (e vice-versa). Para Galileu, tal fato vinha confirmar a tese de que Vênus e os demais planetas giram em torno do Sol.<br />
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As descobertas astronômicas de 1610 tornaram-no famoso, e, em 1611, ele foi designado matemático da corte do duque da Toscana, em Florença. Nessa cidade, viu-se envolvido, em 1613, em uma controvérsia sobre a prioridade da descoberta das manchas solares, que ele reclamava para si, mas cuja autoria também vinha sendo reivindicada por outro cientista, um influente padre jesuíta alemão, Christoph Scheiner. A disputa, que logo enveredou pelo terreno teológico, uniu toda a ordem dos jesuítas contra Galileu, que teve, então, seu primeiro contato com a Inquisição: esta, pela pessoa do cardeal Roberto Bellarmino, proibiu-o, semi-oficialmente, de divulgar as idéias de Copérnico, que defendera no decorrer da polêmica e em ocasiões posteriores. Era a primeira vez que a Igreja fazia alguma restrição aberta à teoria do heliocentrismo; mas, daí para a frente, a reação eclesiástica seria cada vez mais intensa.<br />
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Durante os sete anos seguintes, Galileu não publicou mais nada em seu próprio nome. No entanto, como o silêncio lhe era mais penoso do que o receio das represálias da Igreja, em 1623 ele acabou editando um novo livro: Il Saggiatore (O ExPerimentador). A obra continha uma exposição dos princípios que devem regular o raciocínio científico e o processo experimental, defendendo o ceticismo do pesquisador perante as afirmações aparentemente definitivas. Além disso, Galileu esboçava uma teoria que alcançou notável importância na história do Pensamento humano: há uma diferença, na natureza, entre as qualidades primárias (como posição, número, formato e movimento dos corpos) e as secundárias (como cores, cheiros e gostos). Estas últimas existiriam apenas na consciência do observador.<br />
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Mais nove anos se passaram, até que Galileu publicasse seus Diálogos sobre os Dois Grandes Sistemas do Mundo, que causariam sua condenação como "persona non grata" para a igreja. Escrito sob a forma de uma conversa entre três pessoas, o livro confrontava as cosmologias de Ptolomeu e Copérnico. Nessa obra, Galileu, com seu estilo claro e incisivo, faz Salviati, que simboliza ele próprio, destruir metodicamente os argumentos tradicionais expressos por Simplício.<br />
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Os Diálogos logo alcançaram grande notoriedade. Mas desta vez Galileu fora longe demais, e a pesada mão da Igreja abateu-se sobre ele, iniciando-se o famoso processo.<br />
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A prisão domiciliar não impediu Galileu de continuar escrevendo. No ocaso da vida retornou ao interesse da mocidade, a Mecânica. Nos tempos de Pádua, ele havia estudado os movimentos dos corpos, chegando a conclusões radicalmente opostas a Aristóteles. Este afirmava que todo movimento, para poder se manter, pressupõe a ação contínua e permanente de uma força; Galileu, no entanto, partiu de um ponto de vista diverso, concluindo, após várias observações, que os corpos sempre se mantêm tanto em movimento retilíneo e uniforme como em repouso, a menos que haja uma força ou forças para impedí-lo.<br />
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Nessas experiências, ele fazia uma pequena esfera de metal rolar, primeiramente por um plano inclinado, depois através de uma superfície horizontal, para subir, a seguir, por um segundo plano inclinado. Alterando o declive deste último, ele notou que a esfera quase sempre atingia a mesma altura, com pequenas variações causadas pelo atrito. Desta forma, inferiu que, em condições de ausência de atrito, se o segundo plano tivesse inclinação nula, ou seja, também fosse horizontal, a esfera rolaria indefinidamente. Nasceu, assim, o princípio da inércia, que Newton usaria depois na construção de sua teoria.<br />
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Na mesma época, Galileu estudou a queda dos corpos, concluindo, mais uma vez em oposição a Aristóteles, que os corpos leves, longe de caírem mais lentamente do que os pesados, como se afirmava, fazem-no com a mesma velocidade. Mostrou ainda como essa queda ocorre, ou seja, apresentando-a como uma relação de proporcionalidade entre o espaço percorrido e o tempo.<br />
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As idéias mecânicas de Galileu também foram publicadas sob forma de um diálogo, os Diálogos sobre as Duas Novas Ciências, outra obra-prima, marco inicial da mecânica moderna. Nela, reafirmava a importância do método experimental para a ciência, no qual, formulada uma hipótese, o cientista a evidencia pela realização de experimentos e, somente então, parte para as grandes elaborações teóricas.<br />
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Mas em suas especulações no campo da mecânica, a simples observação não era suficiente para se obter o princípio da inércia, por exemplo, que, de certa forma, constituiu a pedra básica da mecânica moderna. Ele não poderia repousar apenas na realização de um ou mais testes e, por isso, Galileu recorreu às "experiências em pensamento". Com efeito, qualquer tentativa de demonstrar experimentalmente o princípio da inércia estará, de antemão, condenada ao fracasso, pois ele ocorre literalmente apenas em condições ideais. No mundo real, o atrito sempre se faz sentir. A experiência em si serve apenas para constatar a validade do princípio; pois, com uma progressiva redução do atrito, a bola percorre um espaço maior.<br />
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Foi um processo semelhante que permitiu ao cientista contradizer a afirmação de Aristóteles de que o peso de um corpo influi em sua velocidade de queda. A legendária experiência da torre de Pisa, que lhe é atribuída, na realidade foi realizada pelo aristotélico Giorgio Coressio que, soltando algumas esferas de ferro do alto desse edifício, teria constatado uma queda mais rápida para os corpos mais pesados (o que não é surpreendente, considerando-se as condições em que o teste foi realizado).<br />
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A grande contribuição de Galileu, portanto, foi ter dado o devido peso ao papel da observação experimental na ciência. Para ele, a experiência constitui a principal etapa do trabalho científico. Mas é necessário ir mais além, buscando, pelo raciocínio, o caminho que permitirá a generalização das leis empíricas. E foi a aquisição dessa nova maneira de interpretar os fatos que permitiu o nascimento da ciência moderna. <br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-S_iZkGSZHss/VZ6JgniYxsI/AAAAAAAACRQ/PvAYVbFAiXY/s1600/gali5.php.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-S_iZkGSZHss/VZ6JgniYxsI/AAAAAAAACRQ/PvAYVbFAiXY/s640/gali5.php.jpg"></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-6-5hd33N32A/VZ6JqxvVUJI/AAAAAAAACRg/vNSWqLoz9ug/s1600/gali8.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-6-5hd33N32A/VZ6JqxvVUJI/AAAAAAAACRg/vNSWqLoz9ug/s640/gali8.jpg"></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-6p9dEMTc7Ac/VZ6Jt4c_KGI/AAAAAAAACRo/R2lo1TbOwHc/s1600/gali7.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-6p9dEMTc7Ac/VZ6Jt4c_KGI/AAAAAAAACRo/R2lo1TbOwHc/s640/gali7.jpg"></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-2W2V8K4OSg8/VZ6KAdmMlQI/AAAAAAAACSQ/QtBVEhDcn1Y/s1600/gali6.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-2W2V8K4OSg8/VZ6KAdmMlQI/AAAAAAAACSQ/QtBVEhDcn1Y/s640/gali6.jpg"></a></div><br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-89069404995269929542015-07-07T10:47:00.003-03:002015-07-07T10:50:36.221-03:00O SOBREVOO DE PLUTÃO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-v5DYy6KcR_Q/VZvXxQLCckI/AAAAAAAACOI/9SvGMWgSlTI/s1600/Plut%25C3%25A3o2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-v5DYy6KcR_Q/VZvXxQLCckI/AAAAAAAACOI/9SvGMWgSlTI/s1600/Plut%25C3%25A3o2.jpg" /></a></div><br />
Concepção artística da sonda New Horizons, da Nasa<br />
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Sobrevoo histórico de Plutão deve acontecer apesar de falha em sonda, diz Nasa</b><br />
06/07/2015<br />
A agência aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês) informou nesta segunda-feira (6) que espera que a espaçonave New Horizons volte a funcionar na terça-feira depois que uma falha no computador no fim de semana ameaçou seu sobrevoo histórico sobre Plutão.<br />
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Ao chegar ao fim de uma jornada de 9,5 anos aos confins inexplorados do Sistema Solar, a New Horizons perdeu contato de rádio com a Terra durante angustiantes 81 minutos no sábado.<br />
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A causa do problema foi uma falha de cronometragem na última leva de softwares carregados nos computadores da espaçonave, disse a Nasa num relatório da situação divulgado na noite de domingo.<br />
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A missão irá proporcionar as primeiras observações próximas de Plutão quando a sonda passar a 12.550 quilômetros do planeta gelado perto das 10h50 (horário de Brasília) de 14 de julho.<br />
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"Agora, com Plutão à vista, estamos prestes a retomar as operações normais", declarou o diretor de ciência planetária da Nasa, Jim Green, em comunicado.<br />
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O diagnóstico e os esforços de recuperação foram dificultados pelo lapso de 9 horas entre a base e a espaçonave, que está a quase 5 bilhões de quilômetros da Terra.<br />
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A pequena sonda não carrega a quantidade necessária de propelente para reduzir sua velocidade e fazê-la entrar na órbita de Plutão.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-0HcHszNaeEw/VZvZHpuNlXI/AAAAAAAACOY/T8DTDp-ZiW0/s1600/Plut%25C3%25A3o3.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-0HcHszNaeEw/VZvZHpuNlXI/AAAAAAAACOY/T8DTDp-ZiW0/s400/Plut%25C3%25A3o3.png" /></a></div><br />
Desde que Mike Brown, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, anunciou ter descoberto um corpo rochoso maior e mais distante do que Plutão, os astrônomos passaram a suspeitar do status do nono planeta do Sistema Solar. Mesmo ganhando do diâmetro de Plutão por apenas 20 quilômetros, Eris era menor do que a Lua para ser considerado um planeta, além de estar muito próximo do cinturão de Kuiper. Foi, então, que a União Internacional Astronômica (IAU, na sigla em inglês) acabou com o problema ao criar a nova categoria "planeta-anão" para descrever corpos celestes bastante massivos (o suficiente para que a própria gravidade possa "moldá-lo" em uma forma quase esférica), mas que são menores que Mercúrio e com muitos objetos próximos de sua órbita. Acima, concepção artística compara os tamanhos da Terra e da Lua com os primeiros planetas-anões descritos pela IAU: Ceres, Eris e Plutão Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-23227417099316273912015-06-30T12:11:00.002-03:002015-06-30T12:26:37.036-03:00NOSSA PEQUENA VILA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-JOBb5nrDzvo/VZKxYWTj1CI/AAAAAAAACIc/MF1iONCeYpc/s1600/sistema%2Bsolar.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-JOBb5nrDzvo/VZKxYWTj1CI/AAAAAAAACIc/MF1iONCeYpc/s400/sistema%2Bsolar.png" /></a></div>Situado em um dos braços da Via Láctea, o Sistema Solar é formado por uma única estrela "o Sol" e por mais de 1.700 corpos celestes menores, entre cometas, asteroides, planetas e seus satélites. A imagem mostra a órbita dos planetas e de Plutão (um planeta anão), em torno do Sol, em alinhamento fictício de caráter didático, que dá noção de suas proporções. Nasa<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-PkKPywMOmHo/VZKxz7cwxFI/AAAAAAAACIk/AA_nC7KN6Xs/s1600/merc%25C3%25BArio.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-PkKPywMOmHo/VZKxz7cwxFI/AAAAAAAACIk/AA_nC7KN6Xs/s400/merc%25C3%25BArio.png" /></a></div>Na mitologia entre os antigos romanos, Mercúrio recebeu o nome do mensageiro dos deuses, porque se move mais rápido do que qualquer outro planeta. Getty Images<br />
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<a href="http://2.bp.blogspot.com/-GWzA-44sc7o/VZKyDZBCDqI/AAAAAAAACIo/ezKThKfSH-w/s1600/V%25C3%258ANUS.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-GWzA-44sc7o/VZKyDZBCDqI/AAAAAAAACIo/ezKThKfSH-w/s400/V%25C3%258ANUS.png" /></a></div>Os astrônomos da Antiguidade consideravam Vênus dois objetos diferentes, por ser possível avistá-lo em dois momentos do dia (de manhã cedo e à tarde). Assim, o planeta teve inicialmente dois nomes: Lúcifer e Vésper. Desfeito o engano, o planeta recebeu o nome de Vênus, a deusa da beleza da mitologia latina, devido à sua luminosidade. Nasa<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-s1ryD1ver-A/VZKyVIS99mI/AAAAAAAACI0/8RzTV3o_I2c/s1600/Terra.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-s1ryD1ver-A/VZKyVIS99mI/AAAAAAAACI0/8RzTV3o_I2c/s400/Terra.png" /></a></div>A Terra é usada como referencial para a comparação com os outros planetas. Até onde se sabe, é o único astro do Sistema Solar com condições de abrigar a vida da forma como a conhecemos. NASA/NOAA<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-CuZuCs-3WCs/VZKyiAsxVGI/AAAAAAAACI8/VwsgVFVaC1c/s1600/Marte.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-CuZuCs-3WCs/VZKyiAsxVGI/AAAAAAAACI8/VwsgVFVaC1c/s400/Marte.png" /></a></div>Devido à coloração avermelhada, este planeta recebeu o nome de Marte, o deus da guerra da mitologia latina. Antes da exploração espacial, acreditava-se na possibilidade de Marte abrigar vida extraterrestre. Os astrônomos pensavam ver linhas retas na sua superfície, o que induziu à crença popular de que ali existiam canais de irrigação construídos por seres inteligentes. Wikimedia Commons<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-4fy3NEYgTHU/VZKyxQLvZzI/AAAAAAAACJE/H7qWVzoYsls/s1600/J%25C3%25BApiter.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-4fy3NEYgTHU/VZKyxQLvZzI/AAAAAAAACJE/H7qWVzoYsls/s400/J%25C3%25BApiter.png" /></a></div>Por ser o maior do sistema solar, o quinto planeta a partir do Sol recebeu o nome do pai dos deuses latinos, Júpiter. Caso este planeta fosse oco, poderiam caber mais de mil Terras dentro dele. Planeta gigante, Júpiter é o centro de um sistema de satélites que parece uma miniatura do sistema solar, só que abriga 63 luas em vez de oito planetas. NASA/ESA/A. Simon<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-hWsPsLZ5kIM/VZKy-rB-C7I/AAAAAAAACJM/xTJ0p2ndMds/s1600/Saturno.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-hWsPsLZ5kIM/VZKy-rB-C7I/AAAAAAAACJM/xTJ0p2ndMds/s400/Saturno.png" /></a></div>Último planeta visível a olho nu da Terra, Saturno foi batizado com o nome do pai de Júpiter, ambos deuses da mitologia latina. Muito do que se sabe sobre este planeta se deve às fotos de alta definição da missão espacial Voyager. Foram elas que permitiram aos cientistas descobrirem o material da composição básica de seus famosos anéis: gelo. NASA/ESA/Hublle Heritage Team<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-hK4dTD0Oieo/VZKzKcRBN3I/AAAAAAAACJU/DliUzHHv0vc/s1600/Urano.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-hK4dTD0Oieo/VZKzKcRBN3I/AAAAAAAACJU/DliUzHHv0vc/s400/Urano.png" /></a></div>A descoberta de Urano se deve ao astrônomo William Herschell. Ele, porém, pensou que se tratasse de um cometa e batizou-o de Georgium Sidus (estrela de Jorge), em homenagem ao rei Jorge III, da Inglaterra. Isso não agradou aos cientistas de outros países, e o alemão Johann Elert Bode passou a chamá-lo de Urano (um deus latino) - nome que se notabilizou. Nasa<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-YF72OX3l4QI/VZKzZN-BzII/AAAAAAAACJc/Q4BQ5ohBruA/s1600/Netuno.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-YF72OX3l4QI/VZKzZN-BzII/AAAAAAAACJc/Q4BQ5ohBruA/s400/Netuno.png" /></a></div>A descoberta de Netuno se deve a cálculos matemáticos e ao trabalho de pelo menos três astrônomos: os franceses Alexis Bouvard e Urbain Le Verrier, e o alemão Johann Gottfried Galle, que o avistou em 1846. O britânico John C. Adams também reivindicou a autoria da descoberta, mas, como se soube em 1998, ele baseava seus cálculos nos do americano Olin J. Eggen. Nasa<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-OeGbI5cp6lU/VZK1IrbjLpI/AAAAAAAACJ4/IlWtJeWGhHM/s1600/Plut%25C3%25A3o.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-OeGbI5cp6lU/VZK1IrbjLpI/AAAAAAAACJ4/IlWtJeWGhHM/s640/Plut%25C3%25A3o.png" /></a></div>Plutão foi descoberto pelo norte-americano Clyde Tombaugh em fevereiro de 1930. Seu nome é o do deus das profundezas da mitologia latina. Até 2006, Plutão era considerado o nono planeta do sistema solar. Novas considerações científicas fizeram que ele perdesse esse status e fosse considerado um planeta anão. Nasa<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-zmH862hpwnA/VZKz8xGG6HI/AAAAAAAACJs/g7PwObkJjmA/s1600/Luas%2Bde%2BJ%25C3%25BApiter.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-zmH862hpwnA/VZKz8xGG6HI/AAAAAAAACJs/g7PwObkJjmA/s400/Luas%2Bde%2BJ%25C3%25BApiter.png" /></a></div>Dos 63 satélites de Júpiter, os quatro primeiros a serem descobertos foram avistados por Galileu Galilei em 1610. Por isso, são chamados de Luas de Galileu ou galileanas. Fotam batizadas como nomes de amores do mitológico Júpiter: Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Ganimedes é a maior delas e tem um diâmetro 20% menor que o do planeta Marte. Nasa<br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-64499673719585055632015-06-14T08:47:00.000-03:002015-06-14T09:13:34.496-03:00CLÁUDIO PTOLOMEU<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-O0WnkBaaE20/VX1npsTIJPI/AAAAAAAACFY/Z3nGK_HTi2s/s1600/ptolomeu.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-O0WnkBaaE20/VX1npsTIJPI/AAAAAAAACFY/Z3nGK_HTi2s/s640/ptolomeu.jpg" /></a></div><br />
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Cláudio Ptolomeu<br />
Cientista greco-egípcio<br />
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90 d.C., Ptolemaida Hérmia (Alto Egito)<br />
168 d.C., Canopo (Oeste do Delta do Nilo)<br />
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Ptolomeu: astrônomo, matemático, físico e geógrafo<br />
Cláudio Ptolomeu é um cientista de origem grega, nascido, talvez em 90 d.C., na cidade de Ptolemaida Hérmia, no Egito sob domínio romano. Morreu em Canopo, também no Egito, por volta do ano 168 d.C. A única informação que temos de sua vida é que ele trabalhou em Alexandria entre 120 e 160 d.C., período esse determinado com base em observações astronômicas anotadas por ele.<br />
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Ptolomeu foi o último dos grandes cientistas gregos, responsável por sintetizar a obra de seus predecessores, estudando não só astronomia, mas também matemática, física e geografia.<br />
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A obra principal de Ptolomeu é A grande síntese, geralmente citada com o título da tradução árabe: Almagesto. Nesse livro, o cientista adota o sistema geocêntrico: a Terra encontra-se no centro do universo, e em torno dela giram Mercúrio, Lua, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno.<br />
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De acordo com Platão e Aristóteles, as órbitas desses astros seriam círculos perfeitos. Mas a observação astronômica forneceu elementos incompatíveis com esse esquema. Por isso, Ptolomeu inventou um complicado sistema de oitenta epiciclos em que se movimentariam esses astros. Segundo Ptolomeu, um epiciclo é a órbita circular descrita por um planeta, enquanto o centro dessa órbita descreve outra, igualmente circular, ao redor da Terra.<br />
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A idéia do astrônomo foi adotada pelos teólogos medievais, que rejeitavam qualquer teoria que não conferisse à Terra o lugar de centro do universo. O sistema de Ptolomeu foi mantido e ensinado durante quase 14 séculos. Só no século 16 Copérnico o substituiu pelo sistema heliocêntrico, depois confirmado por Galileu. No começo do século 17, Kepler removeu as últimas dificuldades, demonstrando que os planetas não giram em círculos, mas em elipses.<br />
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<b>Matemática, física e geografia</b><br />
Ptolomeu também desenvolveu trabalhos matemáticos e foi um notável geômetra. Os cronistas antigos mencionam várias obras de sua autoria, infelizmente desaparecidas: por exemplo, Sobre a dimensão, na qual ele procura provar que só pode haver espaço tridimensional, ou Analemma, em que discute detalhes da projeção ortogonal dos pontos da esfera celeste sobre três planos e propõe nova demonstração para o postulado das paralelas de Euclides.<br />
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Na área da física, temos duas de suas obras: Óptica, em que ele trata da refração, e Harmonias, na qual se refere à acústica e à teoria matemática dos sons empregados na música grega.<br />
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Mas Ptolomeu também foi geógrafo. Sua obra Introdução à geografia exerceu profunda influência nas gerações seguintes. Inúmeras edições foram publicadas. Erasmo de Roterdã editou o texto grego em 1533. Dividida em oito livros, a Introdução contém 27 mapas. Apesar de numerosos erros, foi considerada obra clássica até o século 16.<br />
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Foi através da obra de Ptolomeu que a civilização medieval fez seu primeiro contato com a ciência grega. Os árabes, que o consideravam um grande mestre, traduziram do grego os seus livros e foram os responsáveis pela preservação do Almagesto.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-X3fOLQFth3c/VX1ox0zakgI/AAAAAAAACFg/RHMiK8VAx9M/s1600/claudio_ptolomeu.gif" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-X3fOLQFth3c/VX1ox0zakgI/AAAAAAAACFg/RHMiK8VAx9M/s640/claudio_ptolomeu.gif" /></a></div><br />
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RESUMO</b><br />
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Principais estudos e teorias</b><br />
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- Defendeu o geocentrismo, no qual o planeta Terra encontra-se no centro do Universo, sendo que os planetas e a Lua giram em torno dele.<br />
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- Sistema de Epiciclos – o epiciclo é a órbita feita por um planeta. O centro desta órbita descreve outra que também faz um movimento circular, porém, ao redor da Terra.<br />
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- Propôs nova demonstração para o postulado das paralelas de Euclídes.<br />
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- Defendeu a forma esférica da Terra, provando ser impossível o formato plano.<br />
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- A luz das estrelas sofre um desvio quando passa pela camada de ar terrestre.<br />
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- Os planetas, o Sol e Lua possuíam movimentos naturais. Porém, o planeta Terra ficava em repouso no centro do Universo. Desta forma, Ptolomeu confirmava o sistema astronômico de Aristóteles.<br />
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Principais obras:</b><br />
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- Almagesto (também conhecido como Grande Síntese) - treze livros sobre Astronomia, Geometria e Trigonometria. Nesta grande obra, Ptolomeu fez estudos sobre o movimento do Sol e da Lua, Trigonometria Esférica, descrição do Astrolábio, eclipses da Lua e do Sol, conjunções de planetas e catalogação de estrelas.<br />
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- Hipóteses Planetárias – apresenta um calendário com as horas em que várias estrelas aparecem e desaparecem no céu.<br />
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- Geografia – fez a descrição e medicação do planeta Terra.<br />
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- Harmônica – estudos de acústica e a matemática dos sons da música grega de sua época.<br />
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- Sobre a dimensão – estudos sobre a tridimensionalidade do espaço.<br />
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- Óptica – estudos dos raios luminosos e refracção. <br />
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<b>Você sabia?</b><br />
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- Os estudos geocêntricos de Ptolomeu foram tomados como base por pesquisadores católicos na Idade Média. Estes estudos eram usados para comprovar a teoria geocêntrica defendida pela Igreja Católica no período.<br />
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- Foi somente no século XVI, com Copérnico, que o sistema ptolomaico geocêntrico começou a ser abandonado. A partir de então, o Heliocentrismo foi comprovado cientificamente e aceito, embora a Igreja Católica ainda persistisse na teoria geocêntrica, inclusive perseguindo os que eram contrários.<br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-4301869531932588822015-06-04T09:06:00.000-03:002015-06-04T09:08:36.535-03:00LUAS DE PLUTÃO<br />
03/06/2015<br />
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Luas de Plutão trazem mistérios que ainda não conseguiram ser explicados<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-99fdNYSVOis/VXA_tCadrQI/AAAAAAAACEg/GBKqNi1ZO20/s1600/3jun2015---ilustracao-fornecida-pelo-instituto-seti-da-nasa-agencia-espacial-norte-americana-representa-plutao-e-suas-cinco-luas-de-uma-perspectiva-oposta-ao-sol-a-imagem-foi-adaptada-de-uma-1433386606744_615x470.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-99fdNYSVOis/VXA_tCadrQI/AAAAAAAACEg/GBKqNi1ZO20/s400/3jun2015---ilustracao-fornecida-pelo-instituto-seti-da-nasa-agencia-espacial-norte-americana-representa-plutao-e-suas-cinco-luas-de-uma-perspectiva-oposta-ao-sol-a-imagem-foi-adaptada-de-uma-1433386606744_615x470.jpg" /></a></div><br />
Mark Showalter/JPL/NASA, SETI Institute via AP<br />
Ilustração fornecida pelo Instituto SETI, da Nasa (agência espacial norte-americana) representa Plutão e suas cinco luas de uma perspectiva oposta ao Sol. A imagem foi adaptada de uma ilustração para a missão Voyager I a fim de chamar atenção para as semelhanças entre os sistemas de Plutão e Júpiter<br />
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As luas que orbitam em torno do planeta anão Plutão no nosso sistema solar podem se comportar como "adolescentes teimosas" com movimentos caóticos - de acordo com pesquisadores que analisaram imagens do telescópio Hubble.<br />
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Ao longo dos últimos dez anos, o Hubble descobriu quatro luas minúsculas - Styx, Nix, Kerberos e Hydra - em órbita ao redor de Plutão e Caronte.<br />
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Plutão e Caronte formam um sistema binário de planetas: dois corpos, semelhantes em tamanho, orbitando em torno de seu centro de gravidade comum. As quatro pequenas luas estão orbitando ao redor da dupla Plutão-Caronte.<br />
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Com o apoio de fotografias, os pesquisadores analisaram o brilho destes pequenos planetas. "Nix e Hydra parecem ter uma superfície brilhante como Caronte, enquanto Kerberos é muito mais escura, levantando questões sobre a forma como o sistema plutoniano foi formado", observa o estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.<br />
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"Supunha-se que, no passado distante, um meteorito tenha batido em Plutão e suas luas se formaram a partir da nuvem de detritos (como o sistema Terra-Lua)", explicou à AFP Mark Showalter, do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence) na Califórnia e co-autor do estudo.<br />
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"Nós esperávamos que luas fossem iguais. Agora sabemos que não é o caso", disse o cientista.<br />
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"A formação do sistema de Plutão continua sendo um mistério, mas nós conseguimos fazer algumas descobertas a caminho de mais esclarecimentos", resumiu Mark Showalter. "Nós somos um pouco como arqueólogos que acabam de escavar alguns pedaços de cerâmica antigos, mas que não sabem como juntá-los", explica o pesquisador.<br />
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Os resultados sugerem igualmente que as órbitas de três luas - Styx, Nix e Hydra - estão presas umas as outras.<br />
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O fenômeno lembra o sistema que liga as luas Io, Europa e Ganimedes a Júpiter. Io realiza quatro revoluções ao redor de Júpiter enquanto que Europa faz duas e Ganimedes uma só.<br />
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O estudo mostra que a estes movimentos orbitais surpreendentemente previsíveis e estáveis, estão somados outros movimentos de rotação de luas mais aleatórias, por vezes até caóticas. "As luas de Plutão são como adolescentes teimosos que se recusam a seguir as regras", brinca Douglas Hamilton da Universidade de Maryland, co-autor do estudo.<br />
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Mesmo que os novos dados não permitam desvendar o mistério da criação de Plutão e suas luas, pelo menos agora "qualquer pessoa que apresentar com uma nova explicação deverá levar em conta estas observações", conclui Mark Showalter.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-36427616545451297812015-05-28T09:03:00.000-03:002015-05-28T09:09:00.035-03:00A POLÊMICA DOS EXOPLANETAS<b>Existência ou não de planetas causa atrito entre cientistas</b> <br />
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28/05/2015<br />
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Enquanto o público celebra o fato de que estamos muito perto de completar a marca de 2.000 planetas descobertos fora do Sistema Solar, cientistas travam uma batalha sobre a existência de alguns desses mundos –e da técnica que sugeriu sua existência.<br />
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A polêmica diz respeito aos planetas descobertos pelo método mais tradicional, responsável pelo primeiro achado do tipo, em 1995, e muitos outros desde então: a medição do bamboleio gravitacional da estrela-mãe causado pela presença de corpos menores ao seu redor.<br />
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Não é a mesma técnica explorada pelo satélite Kepler, da Nasa, que a essa altura já descobriu mais da metade de todos os exoplanetas conhecidos e faz as detecções ao medir pequenas reduções de brilho da estrela quando um planeta passa à sua frente.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Glj9dRW-2Tw/VWcEUSduOlI/AAAAAAAACD0/OAt5vfq47vU/s1600/000000estrela.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-Glj9dRW-2Tw/VWcEUSduOlI/AAAAAAAACD0/OAt5vfq47vU/s1600/000000estrela.jpeg" /></a></div><br />
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Ainda assim, a técnica do bamboleio gravitacional –ou, em termos mais técnicos, a medição de velocidade radial– tem importância central no estudo dos exoplanetas, por permitir uma estimativa de sua massa. Os trânsitos planetários detectados pelo Kepler permitem estimar apenas o tamanho.<br />
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O ideal é sempre usar as duas estratégias de forma complementar –o que permite, além de uma detecção confirmar a outra, derivar a densidade dos planetas e ter uma ideia de sua composição.<br />
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Contudo, no fim do ano passado, uma equipe liderada pelo astrônomo Paul Robertson, da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), balançou o barco em que estavam a maioria dos caçadores de exoplanetas.<br />
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Num artigo publicado na “Science”, seu grupo apontou que três dos planetas detectados por velocidade radial (mas sem trânsito), em torno da estrela anã vermelha Gliese 581, eram falsos positivos. Segundo sua análise, a atividade da estrela combinada à sua rotação criavam sinais “fantasmas”, que só pareciam ser planetas, mas não eram.<br />
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Podia ser apenas uma constatação pontual, não fosse um detalhe: Gliese 581 é uma das estrelas mais “calmas”, em termos de atividade, que se conhece. Ou seja, se Robertson tivesse razão, muitos dos sinais planetários detectados em estrelas mais ativas potencialmente eram falsos. Em essência, a maior parte dos planetas de porte similar ao da Terra detectados por velocidade radial podiam não existir.<br />
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REAÇÃO</b><br />
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Alguns cientistas que há anos se especializaram na análise dos dados colhidos por medição da velocidade radial reagiram de forma pouco simpática a Robertson.<br />
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Em 6 de março deste ano, Guillem Anglada-Escudé e Mikko Tuomi, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, publicaram na “Science” um comentário técnico questionando o rigor estatístico da análise de Robertson.<br />
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O americano e seus colegas publicaram na mesma edição uma resposta, dizendo que Anglada-Escudé e companhia “ignoram aspectos da atividade estelar que apresentamos” e que mostrariam como surgem os sinais falsos.<br />
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Uma explicação possível para os atritos é que o grupo da Pensilvânia apontou que não existe uma superterra na zona habitável em torno da estrela de Kapteyn –um mundo que havia sido descoberto por Anglada-Escudé e Mikko Tuomi no ano passado.<br />
<b><br />
O DESAFIO</b><br />
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O grande problema é saber se é possível separar o “ruído” produzido pela atividade estelar de sinais genuínos de planetas. “Um dos resultados interessantes da minha pesquisa –e um em que Anglada-Escudé e eu concordamos– é que o ruído magnético imposto pelas estrelas é um limite à detecção de superterras”, disse à Folha Robertson.<br />
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Enquanto cientistas de ambos os lados procuram novas técnicas estatísticas que permitam separar os planetas reais dos “fantasmas”, a polêmica deve continuar.<br />
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“Colher mais dados é provavelmente o único modo de resolver essa disputa de forma satisfatória para a comunidade inteira”, diz o cientista da Pensilvânia. Veremos quantos planetas de pequeno porte descobertos por velocidade radial resistirão a isso.<br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-87567686798184577272015-05-11T11:40:00.000-03:002016-05-20T12:07:31.940-03:00TYCHO BRAHE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-9IoatlueLFc/VVIe826KGPI/AAAAAAAACBY/nw4usBov1BY/s1600/000000tycho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-9IoatlueLFc/VVIe826KGPI/AAAAAAAACBY/nw4usBov1BY/s640/000000tycho.jpg"></a></div>Nenhum outro astrólogo teve uma vida tão excêntrica quanto TYCHO BRAHE. Verdadeira figuraça da história da astronomia, deu-se o luxo de manter até um bobo da corte em seu castelo e observatório astronômico. Na história da astrologia e da astronomia, segundo David Plant, Tycho é o personagem "mais estranho e pitoresco de todos os filhos de Urânia" . Arthur Koestler qualificou-o como "uma exceção refrescante entre os sombrios, tortuosos, gênios neuróticos da ciência".<br />
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Tycho Brahe (1546-1601), a quem muito deve a ciência moderna. É um personagem quase desconhecido pelos nossos estudantes e professores de Física, ele é mencionado nos livros didáticos de forma esporádica, quase que exclusivamente pelo fato de Kepler haver utilizado os dados de suas observações na busca das três famosas leis do movimento planetário: as leis de Kepler. Mas Tycho é um personagem fascinante, misterioso, a quem a ciência moderna deve as primeiras peças de evidência contra o cosmos aristotélico. Essas peças de evidência pavimentaram o caminho para a aceitação posterior dos trabalhos de Copérnico e de Galileu. Paradoxalmente, Tycho era um adversário ferrenho de Copérnico. Existe pouca coisa escrita em português para nos ajudar a entender toda essa história. A melhor delas é o clássico Os Sonâmbulos, escrito pelo inglês Arthur Koestler nos anos sessenta. Koestler era um jornalista e escritor inglês, que havia estudado Física na juventude. Sua obra é de fácil leitura e as informações ali contidas foram retiradas, principalmente, de obras de maior porte, como por exemplo o clássico livro de Dreyer editado em Edimburgo em 1890 (e reeditado pela Dover em 1963). Desde aquela época muitos trabalhos interessantes têm sido escritos sobre Tycho e a sua obra; o mais notável deles, talvez, seja o livro de Victor Thoren editado em 1990 pela Cambridge University Press. De qualquer modo, essas obras são todas de difícil acesso aos nossos estudantes e professores de Física. Além disso, com exceção do livro de Koestler,as outras obras mencionadas são trabalhos acadêmicos de difícil leitura para aqueles não iniciados nos meandros da história da ciência. <br />
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Tycho revolucionou a Astronomia e com ela toda a ciência, ele fez observações do céu e Kepler depois as usou para chegar às suas leis. Antes de Tycho as observações mais precisas eram feitas até o limite de dez minutos de arco. Com os seus novos instrumentos pode fazer medidas de até um minuto de arco. E tem mais: até então as posições dos planetas e da Lua eram medidas apenas em ocasiões especiais, quando eles estavam em alguns importantes pontos de suas órbitas, como, por exemplo, em oposição ou em quadratura. Com os instrumentos que inventou, pôde-se acompanhar o movimento dos planetas noite após noite, durante anos. A invenção do telescópio é da época de Galileu, depois de Tycho Brahe.<br />
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Pode-se então avaliar a grandeza e a importância do trabalho de Tycho. Mesmo sem telescópio ele conseguia fazer medidas dez vezes mais precisas que as melhores até então disponíveis. Os instrumentos inventados por Tycho eram muito variados havia principalmente quadrantes enormes, algo como um transferidor gigante, que ele e seus auxiliares usavam para melhor observar os deslocamentos angulares dos planetas.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-b-bXRvZPRvs/VVC9hw9GPNI/AAAAAAAAB-8/0Nu7FXAeKcM/s1600/0000Tquadrante.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-b-bXRvZPRvs/VVC9hw9GPNI/AAAAAAAAB-8/0Nu7FXAeKcM/s400/0000Tquadrante.png"></a></div><br />
Havia também esferas armilares uma espécie de globo, com a Terra no centro e os planetas em volta. Era a usada para marcar as posições das observações. Eram todos enormes, isso facilitava as medidas angulares.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-78Gu6SUlZB8/VVC9sgro-zI/AAAAAAAAB_E/4cR3-xjAEdE/s1600/0000TaRMILAR.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/-78Gu6SUlZB8/VVC9sgro-zI/AAAAAAAAB_E/4cR3-xjAEdE/s400/0000TaRMILAR.png"></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-GAYHWMfhtys/VVC99_VWjaI/AAAAAAAAB_M/x-GMOcrWr7E/s1600/0000Tsextante.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-GAYHWMfhtys/VVC99_VWjaI/AAAAAAAAB_M/x-GMOcrWr7E/s400/0000Tsextante.png"></a></div><br />
Tycho Brahe nasceu em 14 de dezembro de 1546, no castelo de Knudstrup, em Skania, na Dinamarca. Hoje o local fica na Suécia. Os dinamarqueses dizem que ele é dinamarquês e os suecos dizem que ele é sueco. O pai chamava-se Otto Brahe e pertencia à nobreza. A família Brahe era muito importante naquela época na Dinamarca, proprietária de vastas extensões de terra. O Pai chegou a ser um dos membros da Câmara Alta, uma junta de vinte nobres que auxiliavam o rei na administração do país. A mãe também tinha sangue azul, ela chamava-se Beate Billie e sua família era tão importante quanto a do pai de Tycho. Vários parentes dela também fizeram parte da Câmara Alta. Seu tio Jorgen, no entanto, é quem tinha mais poder na família, ele chegou a ser Almirante da Armada dinamarquesa, comandando toda a frota na guerra contra os suecos. Foi o tio que o criou desde pequeno.<br />
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Seu tio Jorgen não tinha um filho homem e fez o pai de Tycho prometer que que daria o menino a ele para que este o criasse, mas a promessa não foi cumprida, Tycho teve um irmão gêmeo, que nasceu morto e por causa disso, seu pai voltou atrás na promessa. Quando o irmão mais novo de Tycho nasceu, o tio raptou Tycho e passou a criá-lo. Depois de algum tempo Otto e Jorgen fizeram as pazes e Tycho continuou a morar com seu tio.<br />
<br />
Tycho estudou numa escola paroquial. Desde os sete anos estudou latim. Sendo nobre ele precisaria aprender apenas a caçar e guerrear, mas Jorgen desejava que fosse treinado nas coisas da administração do Estado; queria inseri-lo no jogo do poder. Assim, aos treze anos o tio mandou-o para a Universidade de Copenhague estudar Direito e Filosofia onde passou três anos.<br />
<br />
Durante sua estada na Universidade de Copenhague Tycho observou um eclipse parcial do Sol. O fenômeno havia sido previsto com exatidão pelos astrônomos. E ele achou incrível que o homem pudesse saber o que aconteceria no reino dos céus. Pareceu-lhe algo divino que o homem pudesse conhecer o movimento dos astros e predizer suas posições futuras. <b>Ali passou a se interessar pela Astrologia</b>.<br />
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Não é um erro de grafia, Tycho realmente passou a se interessar em Astrologia, a arte de desvendar os segredos do destino dos homens que estava estampado nos céus. Em prever o futuro, em fazer horóscopos. A Astronomia era uma mera coadjuvante da grande arte da Astrologia. A Astronomia apenas cuidava de estudar os esquemas matemáticos que descrevessem os movimentos planetários e de observar a posição e o movimento dos astros.<br />
<br />
Ao comprar uma edição em latim do Almagesto, o livro que Ptolomeu havia escrito sobre o movimento dos astros, Tycho percebeu que as suas previsões estavam baseadas em dados observacionais muito falhos. Mesmo as correções feitas pelos astrônomos árabes não haviam contribuído muito para melhorar a qualidade das observações e sem boas observações não me seria possível exercer bem a nobre tarefa de predizer o futuro dos homens.<br />
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Então, de início, foi mesmo por isso que Tycho começou a se dedicar ao aperfeiçoamento das observações. Depois, no entanto, o fervor pela observação o tomou de tal modo que, mesmo sem abandonar jamais a pretensão de fazer bons horóscopos, eles foram relegados a um segundo plano.<br />
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<b>Em verdade, nenhum historiador jamais estabeleceu com clareza se Tycho abandonou a Astrologia. Graças a ela ele ganhou cargos e prestígio social. Através da Astrologia Tycho fez grandes contribuições à Astronomia, também fez contribuições importantes a Agrimenssura e novas tabelas para posições dos movimento dos astros, os reis na época pagavam por seus serviços de astrólogo.</b><br />
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Tycho saiu da Universidade de Copenhague e fui para a Universidade de Leipzig, na atual Alemanha, e continuou a estudar Direito, ou a freqüentar as aulas, como queiram. Seu tio arranjou-lhe um tutor, um jovem chamado Anders Vedel, que depois viria a se tornar o primeiro historiador famoso da Dinamarca. Vedel deveria manter o jovem Tycho , na época com 16 anos, na linha que seu tio havia traçado: estudar Direito. Mas Tycho já estava obcecado pelos mistérios dos céus. Comprou vários livros de Astronomia e instrumentos para fazer observações. Passou várias noites observando os céus. Foi então que observou Júpiter e Saturno passarem muito perto um do outro. Aquilo foi um acontecimento memorável. Isso se deu, precisamente, em 17 de agosto de 1563. Lendo as melhores tabelas astronômicas disponíveis naquela época, entretanto, Tycho constatou uma enorme disparidade entre o instante do acontecimento e o instante previsto. As tabelas Afonsinas, devidas aos astrônomos árabes, haviam errado a data do fenômeno observado por algo em torno de um mês, e mesmo as tabelas elaboradas por Copérnico também erravam sua previsão por vários dias. Aquilo tudo pareceu inaceitável. Tycho decidiu então construir novas tabelas das posições dos astros e isso implicaria na determinação daquelas posições com uma precisão até então nunca alcançada. Tycho nasceu três anos após a morte de Copérnico, mas a grande obra de Nicolau , o De Revolutionibus, foi publicada logo após a sua morte. Portanto, naquela época, as idéias de Copérnico eram ainda bem recentes e causavam muita polêmica. <br />
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Tycho havia decidido construir novas tabelas e sabia que precisaria fazer observações cuidadosas por um longo período de tempo. Por essa época Vedel desistira de ser o seu tutor; ele já percebera que as coisas dos céus haviam-no conquistado definitivamente e que Tycho jamais seria um bom estudante de Direito. Mesmo assim, continuaram amigos pelo resto da vida. Tycho passou a assistir regularmente as aulas de Astronomia dadas por Scutetus. Nessa época seu tio havia morrido de pneumonia e Tycho foi seu herdeiro. Tycho não herdou apenas a fortuna do seu tio, mas sobretudo a gratidão que o Rei Frederico II tinha para com Jorgen, na comemoração de uma vitória sobre os suecos o Rei Frederico II caiu ao mar e a água estava congelada. Jorgen, vendo aquilo, pulou na água e conseguiu salvar o Rei, mas contraiu uma pneumonia que rapidamente levou-o à morte. Isso está no livro do Vedel sobre a história da Dinamarca. O Rei Frederico II transferiu aquela sua gratidão para com seu tio para Tycho. Nessa ocasião Tycho voltou para a Dinamarca, mas sua família não via com bons olhos a idéia dele se dedicar ao estudo dos céus. Tycho voltou então para a Alemanha, indo para Augsbug. Lá, conheceu alguns astrônomos amadores muito ricos, ficou claro que era necessário construir grandes e caros instrumentos de observação para que a Astronomia pudesse ser aperfeiçoada.<br />
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Os grandes quadrantes. Foi ali que começou a tarefa de realizar observações cada vez mais precisas. Sem elas a Astronomia nunca teria saído do estado em que se encontrava. De Augsburg foi estudar na Universidade de Wittenberg, em 1566. Apesar de não haver se matriculado oficialmente, passou a assistir Física na Escola e regularmente às aulas de Astronomia de Caspar Peucer. A peste negra assolou Wittenberg e ainda naquele mesmo ano e Tycho foi para a Universidade de Rostock.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-ikQAswEz8xw/VVC84t1yaHI/AAAAAAAAB-0/qCWmuHgiRIg/s1600/00000Tycho_Brahe1.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-ikQAswEz8xw/VVC84t1yaHI/AAAAAAAAB-0/qCWmuHgiRIg/s400/00000Tycho_Brahe1.JPG"></a></div>Em Rostock brigou com um colega que dizia ser melhor de matemático do que ele. Tycho desafiou-o para um duelo e acabou por perder o nariz. Ttcho passou o resto da vida usando uma prótese de metal, era necessário untar a peça para mantê-la sempre no lugar. No ano seguinte Tycho ainda tentou retornar Rostock, mas a justiça aplicou-me uma multa devido ao tal duelo. Em 1568 foi para a Universidade da Basiléia, na Suíça. A cidade linda e bastante civilizada junto ao rio Reno. Tycho ficou pouco tempo por lá, mas guardou ótimas lembranças do local. Voltou para lá tempos depois. <br />
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Aos vinte e seis anos, em 1570, voltou para a Dinamarca e foi morar com meu tio por parte de mãe, Steen Bille. Ele era um sujeito dinâmico, havia fundado a primeira fábrica de papel da Dinamarca. Ele era também o único na família, na época, que apoiava seu amor pelos astros.<br />
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Em 1572 aconteceu algo que transformou definitivamente Tycho, ele havia passado a noite em claro no laboratório de Alquimia de Steen Bille e olhando para o céu se deparou com uma estrela muito brilhante na constelação de Cassiopéia; ela era mais brilhante do que Vênus. Imaginem só, ela brilhava até durante o dia! Tycho observou a supernova e ficou tão impressionado com aquele fenômeno que chamou outras pessoas para testemunharem a fim de se certificar que não se tratava de uma alucinação.<br />
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O aparecimento de um novo objeto nos céus provocou um intenso debate: ele estaria localizado abaixo ou acima da Lua? Se estivesse abaixo, tudo bem, mas se estivesse acima . Teríamos uma mudança no céu antes tido como imutável.Os astrônomos todos correram para determinar o local da tal estrela Nova. Todos tentavam determinar a paralaxe, o deslocamento aparente daquele objeto em relação às demais estrelas. A idéia era medir o ângulo de visada entre a estrela Nova e uma outra estrela, mudar de local e medir novamente. Se a tal estrela Nova estivesse próxima da Terra ela deveria apresentar um deslocamento angular aparente, uma paralaxe. Maestlin de Tubingen, que foi professor do Kepler mediu e não encontrou paralaxe nenhuma; Thomas Diggs, na Inglaterra também. Mas as medidas deles eram muito imprecisas, de forma que quando Tycho mediu a tal paralaxe com os meus novos instrumentos, toda a Europa voltou sua atenção para o seu trabalho. Aquilo o colocou na vitrine.<br />
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Tycho Também não encontrou qualquer paralaxe. A questão é que dentro da precisão das medidas haviam sido feitas a tal estrela Nova deveria, no mínimo estar para além da oitava esfera das estrelas. Isso foi um golpe tremendo no dogma da imutabilidade do Cosmos aristotélico que havia se tornado a visão da Igreja Católica.<br />
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Tycho era luterano! Não muito convicto, é claro, pois sempre foi um místico e, além disso, dado a bebedeiras, mas ainda assim um luterano. Ele hesitou publicar seus estudos porque não ficava bem para um nobre publicar livros na época. Mas decidido a romper com o preconceito no ano seguinte publicou um livro sobre a estrela Nova, o título era:Sobre a Nova Estrela Nunca Vista Antes.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-wxcqbFUidF4/VVIfjmc1lCI/AAAAAAAACBk/GPQJjbcgBvg/s1600/0000sn.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-wxcqbFUidF4/VVIfjmc1lCI/AAAAAAAACBk/GPQJjbcgBvg/s640/0000sn.png"></a></div>Visão atual da SN 1572.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-HZh0bYZurp8/VVIMLJtaD0I/AAAAAAAACAI/TjV--CqpmDQ/s1600/000cassiop%C3%A9ia.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://4.bp.blogspot.com/-HZh0bYZurp8/VVIMLJtaD0I/AAAAAAAACAI/TjV--CqpmDQ/s400/000cassiop%C3%A9ia.png"></a></div><br />
Acima do centro do " W " da constelação Cassiopeia surgiu a SN1572 relatada por Tycho.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-jGs4BBGe6Rs/VVITmcSIoSI/AAAAAAAACAg/QSIpAE02HXw/s1600/0001572.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-jGs4BBGe6Rs/VVITmcSIoSI/AAAAAAAACAg/QSIpAE02HXw/s400/0001572.png"></a></div><br />
Logo após esse evento, em 1574, alguns nobres mais jovens da corte em Copenhague pediram que Tycho lhes desse aulas de Astronomia e que falasse sobre a descoberta a respeito daquela estrela Nova. Mais uma vez, Tycho hesitou. Dar aulas não era coisa para nobres. Ensinar era coisa para os pobres; neste ponto a coisa não mudou muito; Tyson deu as tais aulas na Universidade de Copenhague. No íntimo ele se sentia feliz por falar sobre coisas que nenhum outro poderia falar, pois ninguém tinha a possibilidade de fazer medidas tão precisas quanto as dele. O próprio Rei pediu-lhe para dar as tais aulas, Tycho não tinha mais como escapar. No ano seguinte, em 1576, ele já era famoso por toda a Europa. Decidiu, então, desfrutar da fama e fazer uma longa viagem encontrou-se com astrônomos por todo continente. Aproveitou para rever a Basiléia e pensou mesmo em se estabelecer por lá. O Rei, Frederico II, ficou muito preocupado com a possibilidade de perder os serviços do astrólogo real e ofereceu-lhe vários castelos para que ele voltasse à Dinamarca. Tycho recusou todos eles, mas quando o rei lhe ofereceu,em 1576, a posse da ilha de Hven e muitos recursos materiais para construir um castelo e um observatório, do modo que Tycho desejasse, este resolveu aceitar. Hven, que atualmente é chamada apenas de Ven, significava a ilha do céu. Ela fica no meio da baia que se estende entre a Dinamarca e a Suécia. Na época pertencia à Dinamarca, hoje pertence à Suécia.<br />
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<b>Tycho recebeu do rei muito dinheiro para viabilizar seu projeto do observatório na ilha, a quantia equivaleria a aproximadamente 10% do orçamento da Dinamarca. Nem o projeto Apolo dos americanos para chegar à Lua, mobilizou, proporcionalmente, tantos recursos de uma nação.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ubGhiDZeQa0/VVC-1sKbgTI/AAAAAAAAB_s/3ejj_Os37Fw/s1600/0000Tesbo%C3%A7o2.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-ubGhiDZeQa0/VVC-1sKbgTI/AAAAAAAAB_s/3ejj_Os37Fw/s400/0000Tesbo%C3%A7o2.png"></a></div>Tycho Construiu Uraniborg, o “Castelo dos Céus”, um imenso palácio de três andares especialmente projetado,sob sua supervisão, por um arquiteto alemão, para ser o maior observatório astronômico do mundo. Ele tinha uma ótima biblioteca e uma grande quantidade de instrumentos de madeira e bronze, como quadrantes, astrolábios, réguas de paralaxe, esferas armilares e relógios dos mais precisos. Tudo gigantesco e em dobro. Uraniborg era suntuoso, tinha instalações luxuosas para Tycho e acomodações para vários estudantes de Astronomia e para toda uma equipe de ajudantes. Tinha jardins, laboratório de alquimia no porão, tinha uma gráfica, uma fábrica de papel e tinha até enormes salões de festa. Tycho dava festas incríveis, às quais compareciam nobres, príncipes e até reis. Havia um anão para fazer graças nas festas e um alce de estimação. O Alce caiu de uma escada e isto entristeceu muito a Tycho, todo o dinheiro na verdade vinha, principalmente, das riquezas que haviam sido expropriadas da Igreja com a Reforma Protestante. Sem ela, não teria havido Uraniborg. Uraniborg era uma festa em todos os sentidos, dos prazeres intelectuais aos prazeres da vida. Lá Tycho teve muitos filhos, deu festas,e, sobretudo, observou atentamente o céu, com a ajuda dos seus instrumentos e de seus auxiliares. Uraniborg era mais que um observatório era uma verdadeira escola de Astronomia. Foram seus discípulos em Uraniborg, dentre outros, Peder Jacobsen Flemlose, John Hammond, Elias Olsen Morsing, Gellius Sascerides, Paul Wittich, Willem Janszoon Blaeu e, acima de todos, Christian Sorensen, conhecido como Longomontanus, seu principal auxiliar.<br />
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Kepler nunca foi propriamente aluno de Tycho, mas apenas um ajudante, Tycho o conheceu perto de sua morte, quando já estava morando em Praga. Ele havia estudado com o Maestlin, em Tubingen. Tycho não tinha muita simpatia por Kepler, ele o considerava teimoso. Na verdade Tyson só aceitou Kepler como seu ajudante em Praga, porque confiava nos seus dotes matemáticos e, estando no fim da vida, acreditava precisar da sua ajuda para estabelecer a veracidade do meu modelo do Cosmos. Longomontanus havia falhado naqueles cálculos para ajustar a órbita de Marte. E Kepler, por seu lado, queria mesmo era botar a mão nos seus dados para tentar provar as idéias dele, que eram bem diferentes das de Tycho, sobre o Cosmos. Na ótica de Tycho Kepler era um interesseiro e um chato.<br />
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Os livros didáticos dizem que Tycho deixou os seus dados para Kepler e insinuam que ele continuou a sua obra. Mas não foi bem isto que ocorreu. Kepler pensava bem diferentemente de Tycho. Kepler precisava dos dados que ficaram com a família de Tycho. Kepler se apossou de boa parte dos dados após a morte deste.<br />
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<b>O MODELO DE TYCHO</b><br />
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Quando ainda morava em Uraniborg em 1577 surgiu um cometa nos céus (Halley) e Tycho se lançou à tarefa de medir a sua posição, tentou determinar se ele estava no mundo sublunar e se era, portanto, um fenômeno atmosférico, como muitos pensavam, ou se estava no mundo supralunar. Àquela época Tycho levava em conta a correção da posição dos astros devido à refração da luz e com os seus muitos e gigantescos instrumentos pode medir tudo com bastante precisão. Uraniborg tinha dois conjuntos separados de instrumentos, de modo que as medidas eram sempre feitas, simultaneamente, em dobro. As observações levaram-no a concluir que o tal cometa não apenas era um fenômeno supralunar, assim como antes havia constatado para aquela estrela Nova de 1572. Descobriu também que ele cruzava as várias esferas celestes. Isso abalou muito as crenças cosmológicas da época. A Igreja não respondeu às observações de Tycho, mas as tais esferas de cristal que sustentavam os planetas foram caindo em desuso. Passou-se a falar desde então em órbita dos planetas, não mais em esferas.<br />
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Tycho na verdade nunca rompeu totalmente com o dogma aristotélico, ele sempre foi, no fundo, um aristotélico. Ele acreditava que os corpos que caiam, caiam porque precisavam realizar seu intentode buscarem o centro do Universo, o centro da Terra. Se por um lado ele já não aceitava o modelo de Ptolomeu, que conduzia a enormes falhas nos cálculos das posições dos astros, por outro lado, ele ainda era, no fundo, um geocentrista que não aceitava de modo algum o modelo copernicano, Porém contra a sua vontade havia contribuído para desafiar o velho cosmos aristotélico. <br />
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Tycho desavisadamente havia desafiado a crença aristotélica da imutabilidade dos céus, de certo modo pode-se dizer que ele criou um clima propício para a aceitação das idéias de Copérnico e posteriormente das de Galileu. <br />
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Contra a sua vontade realmente, pois ele tinha boas razões para não ser um copernicano. Qualquer astrônomo da época teria duvidado. Não haveria como ser copernicano tendo acesso aos dados que Tycho teve. <br />
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Tycho estava empenhado em determinar a paralaxe das estrelas. Se o sistema copernicano fosse verdadeiro então a Terra se moveria ao redor do Sol, certo? Pois bem, se a Terra se movesse em torno do Sol, como afirmava Copérnico, nós deveríamos ver as estrelas sofrerem deslocamentos aparentes, paralaxes,? Lembrem-se que após aproximadamente seis meses, entre o periélio e o afélio, estaríamos do outro lado da órbita da Terra em torno do Sol, certo?<br />
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Tycho mediu com a maior precisão possível as posições das estrelas com seis meses de intervalo. E qual a paralaxe que achou? Nenhuma, absolutamente nenhuma! Então Tycho na época só poderia concluir duas coisas, ou uma ou a outra. A primeira, é que a falta de paralaxe indicava que a Terra não se movia, como queria Ptolomeu; e a segunda, é que as estrelas estivessem tão distantes que o Universo deveria ser praticamente infinito, como queria Copérnico. <br />
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Hoje é fácil pender para a segunda hipótese mas admitir que o Universo fosse praticamente infinito pareceu absurda, como pareceu a quase todo mundo naquela época. Por outro lado, admitir que a Terra estava parada no centro do Universo era muito convidativo. Tycho optou por essa resposta. Apesar de haver abalado as estruturas do edifício aristotélico, de chegar a formular duas possibilidades de resposta para Quadrante construído por Tycho.<br />
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Tycho escolheu a mais conservadora das duas possibilidades. A outra pareceu-lhe uma loucura. Tycho ficou com um enorme problema para resolver: encontrar um outro modelo, uma terceira via,nem Ptolomeu, nem Copérnico.<br />
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Por volta de 1583 que eu me inspirado no antigo modelo de Heráclides do Ponto, um antigo pitagórico meio esquecido, que Tycho criou seu próprio modelo. O seu modelo era muito semelhante ao dele. Sem explicar agora os detalhes técnicos, a coisa era mais um menos um compromisso entre o melhor dos dois sistemas, o de Ptolomeu e o de Copérnico. Os planetas giravam em torno do Sol, não mais da Terra, como queria Copérnico; no entanto, o Sol e os planetas com ele, giravam todos juntos em redor da Terra. Aquele modelo de compromisso parecia esteticamente perfeito, ele só precisava encontrar as peças de evidência. Foi ai que ele mergulhou febrilmente na coleta de dados observacionais que apoiassem o meu sistema.<br />
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Existiam vantagens desse sistema em termos explicativos, em relação aos outros dois. O modelo de Tycho veio depois do de Copérnico. Ele, claro, havia lido as coisas do Copérnico e suas medições eram bem mais precisas que as de Copérnico naquele momento.<br />
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Na verdade o modelo do Copérnico só ficou mais preciso depois que Kepler enunciou suas leis, e a aceitação das idéias do Copérnico, depois de modificadas pelo próprio Kepler, a certeza só veio também após a nova Física de Galileu e de Newton darem à teoria de Copérnico um respaldo que a Física de Aristóteles não podia dar. Mas na época a teoria de Tycon tinha mais lógica que a de Copérnico.<br />
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No no 2000 o European Journal of Physics publicou um artigo da Forinash e do Rumsey sobre um curso da história da ciência para estudantes de Física que fala sobre o modelo de Tycho. Tycho considerava o sistema de Copérnico uma loucura. Como os corpos deveriam cair para o centro do Universo, segundo Aristóteles, se a Terra não estivesse no centro do mesmo, como dizia o Copérnico, nós veríamos os corpos caírem na direção do tal centro, o Sol, por exemplo, e não como vemos na realidade, em direção ao centro da Terra. Tycon rejeitava a idéia de Copérnico e tentava contradizê-la baseado em observações da realidade da queda dos corpos, e descrevia a concepção aristotélica de que cair significa dirigir-se ao centro da Terra.<br />
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Além da loucura de imaginar que os corpos deveriam cair em direção ao Sol, no seu modo aristotélico de ver as coisas, tinha também o fato de que se a Terra estivesse girando os corpos não cairiam aos pés dos locais em que haviam sido soltos, como sabemos que caem, mas para trás destes pontos. Os pássaros não conseguiriam voar devido ao vento da Terra se deslocando no espaço. São coisas dessa natureza, e para completar tinha o fato de que ele não havia achado qualquer paralaxe para as estrelas, o que ao menos para Tycho indicava que a Terra deveria estar parada no centro do Universo.<br />
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Tycon estava coberto de razão, vendo as coisas do seu ponto de vista aristotélico. Suas observações, interpretadas com os olhos teóricos do aristotelismo, só poderiam tê-lo levado às conclusões que chegou. O problema não estava nas suas observações, mas na necessidade de uma outra Física, radicalmente diferente da de Aristóteles, para dar um sentido completamente diverso naquilo que estava observando. E isso só veio com o Galileu e com o Newton.<br />
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<b>TYCHO CRUEL</b><br />
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Tycho era maldoso com os camponeses na ilha de Hven. Era mesmo cruel e explorava os camponeses a um ponto que até um Rei se revoltou. A Construção do observatório foi feita por um arquiteto alemão sob sua supervisão e marcou época na história da arquitetura escandinava. Na sua base havia uma tipografia alimentada por uma fábrica de papel própria, uma farmácia e a fornalha de alquimia. Além disso, Tycho mandou construir uma prisão para encarcerar súditos insubordinados e inquilinos que deixassem de pagar os aluguéis... ali Tycho viveu por vinte anos como um verdadeiro senhor feudal, presidindo banquetes formidáveis a visitantes ilustres. Não faltava nem mesmo o bobo da corte, um anão chamado Jepp que ficava sentado aos seus pés, tagarelando sem cessar no meio da confusão geral. Esse estranho personagem, que recebia bocados ocasionais de comida da mão de seu mestre, era também um vidente talentoso. Sempre que alguém caía doente em Uraniborg, o anão fazia previsões sobre o destino do doente, cuja a recuperação ou morte ele sempre acertava. Entre companhia de Tycho de criados, estudiosos e assistentes havia também uma camponesa, Christine, que viveu com ele durante 26 nos e teve oito filhos.Eles não puderam se casar formalmente por causa das origens humildes de Christine, mas Tycho obrigava todos a tratá-la com deferência e cortesia devidas à mistress de Uranienborg.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-wEf-a8MK5uM/VVC_KvwqRuI/AAAAAAAAB_0/isD3LWn9wAE/s1600/000000uraniborg2.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-wEf-a8MK5uM/VVC_KvwqRuI/AAAAAAAAB_0/isD3LWn9wAE/s400/000000uraniborg2.jpeg"></a></div>Após a morte de do Rei Frederico II que morreu de bebedeira conforme Vedel conta no livro sobre a história da Dinamarca. A Vida de Tycho mudou radicalmente. Frederico sempre o havia apoiado, Tycho havia lhe prestado bons serviços. Previsões astrológicas diárias, além de todo ano uma espécie de prognóstico astrológico do que poderia acontecer. Em 1577, ano que o cometa apareceu, Tycho fez um prognóstico especial. Além disso como um discípulo de Paracelsus, que sempre foi, preparava remédios no seu laboratório de Alquimia. Foram aquelas coisas que garantiram o apoio do Frederico. Tycho também fez os horóscopos de todos os filhos do rei ao nascerem, até o de do Cristiano IV.<br />
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Cristiano IV era o filho mais velho do Frederico, que assumiu o trono em 1588 com a morte do pai. Ele era muito jovem e não gostava de Tycho. A coisa foi degenerando. Tycho não era lá nenhuma flor, mas tinha uma competência reconhecida mundialmente, enquanto o Cristiano IV que era um jovem rei tomando posse de seu reino, vivia lhe mandando cartas com reclamações. Cristiano ficava exigindo satisfação para tudo. Tycho era então uma figura odiada em toda a Dinamarca, devido aos seus desmandos. Tratava seus inquilinos de maneira cruel, exigindo deles trabalho e bens aos quais não tinha direito e os prendia quando desobedeciam. Era rude com todos os que o desagradavam e entrou em atrito com o jovem rei Christian IV. a gota d'água foi quando desafiou as decisões dos tribunais da província, mantendo preso um arrendatário e sua família. Chegou ao ponto que Tycho não podia mais trabalhar em suas observações. Foi então que em 1597 Tycho resolveu por um fim naquilo tudo. Arrumou todas as suas coisas, desmontou e empacotou meus gigantescos instrumentos e saiu pela Europa procurando um lugar onde pudesse trabalhar em paz. Mas antes de sair deu conselhos para as próximas gerações. "um cientista tem que ter uma mente cosmopolita, pois não pode esperar jamais que autoridades ignorantes apreciem o valor do seu trabalho".<br />
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Tycho procurou um local de trabalho baseado em uma idéia central: "minha pátria é onde eu me sinta bem e tenha um céu por cima para ser observado".<br />
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Tycho em 1597, então com 51 anos, vagou pela Europa com sua família e com seus instrumentos.<br />
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A história de Tycho contém detalhes que podem não parecer convenientes. Porque, geralmente, o que se conta são mitos e não história.<br />
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Tycho não é muitas vezes convidado a entrar na história nos livros didáticos se me encaixar em uma linha de continuidade da história dos que venceram. Mas, mesmo levando em conta seus pontos de vistas vencidos, eles ainda assim são fundamentais para entender porque o trabalho do Galileu, após a sua morte, foi tão necessário para a aceitação das idéias de Copérnico. Sem compreender o seu pensamento, fica um certo hiato em relação ao todo.<br />
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<b>As pessoas não se dão conta de que inicialmente as idéias de Copérnico pareciam coisas de doido. Tycho deu um impulso monumental à Astronomia. A moderna Astronomia é construída em um jogo entre observações quantitativas e teorias que possam ser testadas e que tentem explicar aquelas observações segundo algum raciocínio matemático. Pois bem, essa atitude observacional rigorosa começa com Tycho.<br />
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Tycho não poderia raciocinar interpretando a realidade observada com a Física do Galileu e do Newton já que eles nasceram depois de sua morte.<br />
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Tycho saiu pela Europa, em 1597, com sua família e os meus instrumentos. Passou por várias cidades alemãs, dentre elas Wandsbech, perto de Hamburgo. Lá teve uma idéia brilhante: dedicar o seu novo livro ao Imperador Rodolfo II. Autoridades adoram esse tipo de homenagem. No fundo as autoridades se sabem insignificantes e com um pouquinho de jeito, fingindo que eles são pessoas admiráveis, consegue-se chegar lá. Foi em Wandsbech que Tycho escreveu o livro sobre os seus famosos instrumentos. Chamava-se: Instrumentos para a Astronomia Restaurada. Aquela dedicatória surtiu efeito e ano seguinte de 1599 o Imperador Rodolfo II convidou-me para estabelecer-me em Praga como Matemático Imperial. Ofereceu-me um salário anual de 3000 florins e um castelo a sua escolha. Tycho aceitou na hora e mudou-se para Praga.<br />
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O matemático imperial gastava o tempo, essencialmente, com três coisas: fazer os horóscopos que o Imperador esperava, tentar ajustar o meu modelo cosmológico às observações coletadas e beber. Tycho tentava a todo custo fazer cálculos que ajustassem as suas observações ao meu modelo cosmológico, pois àquela altura já tinha um calhamaço de anotações compiladas. Mas havia problemas, principalmente com os dados da órbita de Marte. Eles não se encaixavam direito no seu modelo e ele tinha certeza de que as observações estavam corretas. Longomontanus, que era um grande matemático e havia ido com ele para Praga, vinha trabalhando há muito naquilo, sem obter sucesso. Em desespero Tycho retornou às observações, para corrigir possíveis falhas, pois não sabia mais o que fazer, mas ele já havia perdido a energia, já não era mais o mesmo dos tempos de Uraniborg. Foi então que decidiu, com o apoio do Imperador, contratar novos auxiliares. A Longomontanus vieram juntar-se novos e talentosos astrônomos: David Fabricius, Johannes Mueller, Melchior Joestelius e Kepler.<br />
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Kepler era muito talentoso e teimoso, Tycho indicou a ele o problema da órbita de Marte, pois ele parecia incansável, dedicando-se de corpo e alma a tentar resolver o problema com o qual estivesse envolvido. Kepler tinha umas idéias interessantes, mas que pareciam meio loucas; acreditava que as órbitas dos planetas se encaixavam segundo esferas dentro dos sólidos platônicos. Inicialmente ele era bem mais pitagórico do que Tycho, acreditava também no fogo central do Filolau, mas foi se tornando aos poucos um copernicano. Tycho esperava que Kepler tomasse os seus dados e ajustasse os mesmos ao seu modelo e não àquela sua antiga maluquice de esferas centradas em sólidos platônicos ou ao modelo copernicano, mas Tycho não viveu o suficiente para ver os resultados. Tycho tinha muito receio que com a sua morte Kepler usasse os seus dados para detratar seu o modelo e para tentar provar algumas daquelas suas loucuras. Por isso, Tycho jamais teria deixado os dados para Kepler. Depois da morte de Tycho, Kepler virou tudo pelo avesso. Pegou os dados, mas os dados pegaram ele. Àquela altura Kepler já era mesmo um copernicano convicto e usou os dados para tentar validar o modelo de Copérnico, mas a maldição da órbita de Marte também o perseguiu. Passou muitos anos atormentado até chegar na idéia da elipse. Kepler fazendo justiça à precisão das medidas de Tycho, foi forçado a abandonar as órbitas circulares copernicanas, assim como já havia abandonado antes o seu modelo de sólidos platônicos e também o modelo de Tycho. Sem os dados de Tycho não haveria as leis de Kepler.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-LC3Wgs1hMi4/VVIVFS9ZIKI/AAAAAAAACAs/8cjml0k4qHg/s1600/Brahe_kepler.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-LC3Wgs1hMi4/VVIVFS9ZIKI/AAAAAAAACAs/8cjml0k4qHg/s400/Brahe_kepler.jpg"></a></div><br />
Tycho morreu em Praga no dia 24 de outubro de 1601. As versões oficiais contam Tycho bebeu muito e ficou envergonhado de sair para urinar, na presença de nobres, e continuou bebendo. Aquilo teria causado uma ruptura da bexiga e uma infecção urinária que o levou à morte.<br />
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Mas existe outra versão para sua morte, recentemente pesquisadores analisando fios de cabelo de Tycho detectaram traços de chumbo e concluíram que ele poderia ter sido envenenado ou o chumbo provinha do grude que ele usava para colar o nariz.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-w0Xfu67G7yg/VVC-QpZBxzI/AAAAAAAAB_U/XcwOgCbSMEM/s1600/0000Tanota%C3%A7%C3%B5escometa.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-w0Xfu67G7yg/VVC-QpZBxzI/AAAAAAAAB_U/XcwOgCbSMEM/s400/0000Tanota%C3%A7%C3%B5escometa.png"></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-y4wfEwT7uZU/VVC-ZvXBLhI/AAAAAAAAB_c/4YWdbbcE-SQ/s1600/0000TBusto.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://3.bp.blogspot.com/-y4wfEwT7uZU/VVC-ZvXBLhI/AAAAAAAAB_c/4YWdbbcE-SQ/s400/0000TBusto.png"></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-tjTMDAsSTAE/VVC-j57pE3I/AAAAAAAAB_k/5Hhm6HyTsXA/s1600/0000TESBO%C3%87O.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://2.bp.blogspot.com/-tjTMDAsSTAE/VVC-j57pE3I/AAAAAAAAB_k/5Hhm6HyTsXA/s400/0000TESBO%C3%87O.png"></a></div>Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-23215483562318140882015-05-06T10:15:00.001-03:002015-05-06T10:22:45.813-03:00SONDA SE ESPATIFA COM SUCESSO EM MERCÚRIO<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-LrWuOyK_KzE/VUoVMAkdTZI/AAAAAAAAB-Q/n33zXykITaM/s1600/000000sonda15125431.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-LrWuOyK_KzE/VUoVMAkdTZI/AAAAAAAAB-Q/n33zXykITaM/s1600/000000sonda15125431.png" /></a></div><br />
06/05/2015<br />
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O fim da missão Messenger, na semana passada, marcou o encerramento do primeiro reconhecimento completo do planeta Mercúrio.<br />
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Apesar do sabor agridoce que envolve o inevitável fim de qualquer missão espacial, a Nasa preferiu realçar o enorme sucesso da sonda.<br />
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Ao longo dos últimos quatro anos, a Messenger transformou o que até então era o "patinho feio" do Sistema Solar em um planeta cheio de mistérios, guardião de segredos sobre os processos de formação planetária e quiçá da origem da vida na Terra.<br />
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Até então, apenas uma outra espaçonave havia passado por lá –a americana Mariner-10–, e ainda assim sem chegar a entrar em órbita do pequeno mundo.<br />
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Para que se tenha uma ideia, tudo que tínhamos sobre Mercúrio antes da Messenger equivalia a um mapeamento de cerca de 45% da superfície, feito em baixa resolução.<br />
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Observá-lo com telescópios também não é a coisa mais fácil do mundo. Como ele é o planeta mais próximo do Sol, sua posição no céu nunca se distancia muito da do astro-rei. E aí o problema é grande.<br />
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O Telescópio Espacial Hubble, por exemplo, nunca pôde ser apontado para Mercúrio, pelo risco de que a luz solar danificasse sua delicada óptica.<br />
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Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-15102130872145455702015-03-25T15:19:00.000-03:002015-03-25T15:33:45.382-03:00OS PLANETAS PERDIDOS DO SISTEMA SOLAR<br />
25/03/15 <br />
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Você já reparou como muitos dos sistemas planetários descobertos até agora têm vários planetas localizados em órbitas bem pequenas, bem menores que as da Terra? Pois bem. Agora uma dupla de astrônomos nos Estados Unidos está propondo que o Sistema Solar também pode ter sido assim nos seus primórdios, com vários planetas maiores que o nosso ocupando órbitas mais internas.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-_w4ULcBt10Y/VRL69ony17I/AAAAAAAAB6g/Qc6p0s7Gzkc/s1600/000001.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-_w4ULcBt10Y/VRL69ony17I/AAAAAAAAB6g/Qc6p0s7Gzkc/s400/000001.png" /></a></div><br />
Será que o Sistema Solar já foi parecido com Kepler-11, sistema que tem seis planetas maiores que a Terra em órbitas próximas de sua estrela? Uma dupla de pesquisadores acredita que sim. (Crédito: Nasa)<br />
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Certo, fácil falar. Mas onde estão esses planetas agora? De acordo com simulações realizadas por Greg Laughlin, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e Konstantin Batygin, do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), esses mundos primordiais teriam sido destruídos por um evento cataclísmico, e foi isso que viabilizou o posterior surgimento da Terra. Se os pesquisadores estiverem certos, mundos de pequeno porte e com atmosferas modestas, como o nosso, podem ser bem mais raros do que antes se imaginava.<br />
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A conclusão é bombástica, porque enfatiza que muitos dos planetas detectados fora do Sistema Solar que, pelo porte, se assemelhariam à Terra podem na verdade ser completamente diferentes. “Dramaticamente, nosso trabalho implica que a maioria dos planetas com massa similar à terrestre é fortemente enriquecida em elementos voláteis e é inabitável”, escrevem os pesquisadores em seu artigo, publicado na última edição do periódico “PNAS”.<br />
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<b>DE ONDE VEIO ISSO?</b><br />
Parece uma conclusão extraordinária. E é mesmo. Estamos falando de eventos hipotéticos ocorridos há 4,6 bilhões de anos, dos quais há praticamente nenhuma evidência. O trabalho é altamente especulativo e explora tudo que temos descoberto sobre a formação de planetas nas últimas duas décadas. Vamos recapitular esses passos, e aí a história da pesquisa vai se assemelhar muito à clássica desculpa de bêbado: “Sabe como é, uma coisa levou a outra…”<br />
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Tudo começa em 1995, quando o primeiro planeta em torno de outra estrela similar ao Sol, 51 Pegasi b, foi descoberto. Ele era um gigante gasoso, como Júpiter. Até aí tudo bem. O problema é que ele completava uma volta em torno de sua estrela em coisa de quatro dias. Era algo simplesmente impossível, a julgar por tudo que achávamos que sabíamos sobre formação de planetas. Bastou essa única e solitária descoberta para colocar nossos frágeis modelos em xeque, inspirados unicamente pela arquitetura do nosso próprio sistema. Vamos a ela.<br />
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Ao redor do Sol, os planetas estão distribuídos confortavelmente em longas órbitas, com os mundos rochosos e menores na região interna do sistema e os gigantes gasosos na região externa. O mais interno dos planetas, Mercúrio, é também o menor, e completa uma volta em torno do Sol em 88 dias.<br />
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Compare isso à bizarrice de 51 Peg b — um planeta gigante praticamente colado à sua estrela. Os cientistas estavam convencidos de que aquele mundo jamais poderia ter se formado ali, pois a estrela recém-nascida teria “soprado” todo o gás daquela região antes que o planeta pudesse acumulá-lo em sua volumosa atmosfera. Com isso, os astrônomos começaram a levar a sério a noção de migração planetária — o fato de que interações entre mundos recém-nascidos e o disco de gás e poeira que circunda a estrela e dá origem a eles poderia fazer com que suas órbitas se deslocassem.<br />
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No fim das contas, duas décadas e mais de mil exoplanetas depois, já sabemos que o caso de 51 Peg b era mesmo extremo — menos de 1% das estrelas têm um “Júpiter Quente” como ele. Contudo, também restava conclusivamente demonstrado que a migração planetária, em diferentes escalas, era um fenômeno bem possível e comum.<br />
<br />
Ao mesmo tempo, com o aumento da amostra de sistemas, descobrimos que o nosso Sistema Solar também não era lá a coisa mais comum do Universo. Muitos dos exoplanetas menores que Júpiter se distribuem em órbitas bem mais próximas de suas estrelas que as vistas nos nossos quatro mundos rochosos — Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.<br />
<br />
Laughlin e Batygin citam em seu artigo o caso emblemático do sistema Kepler-11, descoberto em 2011, que tem seis planetas, todos eles com diâmetros entre duas e quatro vezes o da Terra, distribuídos por uma região apenas um pouco maior que a órbita de Mercúrio. Ou seja, onde aqui temos apenas um mundo com meio décimo da massa terrestre, lá existem seis planetas com uma massa total equivalente a pelo menos 40 Terras. E o detalhe sinistro: o Sol e a estrela Kepler-11 são bem parecidos, o que faz supor que talvez ambos tenham tido mais ou menos a mesma quantidade de material ao seu redor para formação planetária. Para onde foi essa joça toda em nosso Sistema Solar, considerando que os nossos quatro planetas rochosos não somam nem três massas terrestres?<br />
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<b>REFINANDO O SISTEMA SOLAR</b><br />
Enquanto isso, os modelos de formação do Sistema Solar encontravam suas próprias dificuldades. Mesmo modulando a quantidade de material para acabar com uma massa compatível com a dos planetas que temos por aqui, as simulações não produziam de jeito nenhum um Marte com o tamanho certo. Ele sempre saía “maior que a encomenda”, mais ou menos como a Terra.<br />
<br />
Isso até 2011, quando um grupo de pesquisadores publicou na “Nature” um artigo sugerindo uma solução. A resposta estaria na migração de Júpiter. Suponha que ele tenha se formado a 3,5 UA de distância do Sol (uma unidade astronômica é a distância média Terra-Sol, cerca de 150 milhões de quilômetros) e depois migrado para dentro até uma posição a cerca de 1,5 UA, perturbando o disco de gás e poeira naquela região, para finalmente migrar para fora, até 5,2 UA (sua posição atual), puxado por Saturno, recém-nascido. Se tudo isso aconteceu, as simulações resultantes produzem Marte no tamanho certo e também explicam a distribuição dos objetos do cinturão de asteroides e a presença de água nos planetas rochosos.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-ydN9jrbvJuQ/VRL7R2MWKLI/AAAAAAAAB6o/gAuxh3dKFf8/s1600/000002.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-ydN9jrbvJuQ/VRL7R2MWKLI/AAAAAAAAB6o/gAuxh3dKFf8/s400/000002.png" /></a></div><br />
A farra do Grand Tack, a migração temporária de Júpiter e Saturno (Crédito: Kevin Walsh et al.)<br />
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Desde então, essa hipótese, conhecida como “Grand Tack”, tem sido levada bastante a sério. Afinal, os exoplanetas mostram que migração planetária é um fenômeno mais que comum. Por que não poderia ter acontecido em nosso próprio sistema?<br />
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E foi aí que “uma coisa levou a outra” no trabalho de Laughlin e Batygin. Eles pensaram: e se o nosso Sistema Solar também começou com um monte de planetas na região interna do disco, que teriam se formado na mesma época de Júpiter, o que o Grand Tack teria causado em suas órbitas?<br />
<br />
<b>DEVASTAÇÃO</b><br />
O resultado foi basicamente um massacre. As órbitas são bagunçadas, os planetas acabam colidindo uns com os outros, produzem uma reação em cadeia, tudo vira um monte de pedregulhos novamente e a maior parte desse material acaba caindo na direção do Sol. O que sobra acaba formando novos planetas — dessa vez bem menores e mais espaçados. Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Nós.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ygcRII6IVDo/VRL7mCEtGYI/AAAAAAAAB6w/qOTPCP_6RWI/s1600/000003.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-ygcRII6IVDo/VRL7mCEtGYI/AAAAAAAAB6w/qOTPCP_6RWI/s400/000003.jpg" /></a></div><br />
Imagem de uma das simulações de Batygin e Laughlin do que teria acontecido no nosso Sistema Solar — uma bagunça. (Crédito: Konstantin Batygin et al.)<br />
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Uma pergunta que pode ter ocorrido a você a essa altura: foi isso mesmo que aconteceu? Atenção para a resposta mais honesta que se pode dar em ciência: não sabemos.<br />
<b><br />
ALTERNATIVA</b><br />
Em contrapartida, outra hipótese tem sido defendida em trabalhos recentes pelo astrônomo brasileiro André Izidoro, pesquisador da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Universidade de Nice, na França. Em 2014, ele publicou um artigo no “Astrophysical Journal” mostrando que o Grand Tack não era realmente necessário para a formação de Marte — em vez disso, uma mera flutuação na densidade do disco na região poderia explicar o surgimento do planeta vermelho com seu tamanho observado.<br />
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“Ou seja, não pode ser assumido como verdade absoluta que Júpiter de fato migrou tanto para as regiões mais internas e voltou depois para uma região mais externa”, disse o astrônomo Jorge Meléndez, da USP (Universidade de São Paulo), que não participou de nenhum dos trabalhos. “O que eu não gostei do artigo da ‘PNAS’ é que ele não discute muito explicações alternativas, como a do trabalho do Izidoro”, completa.<br />
<br />
Mas, se não houve Grand Tack, por que o Sistema Solar não tem lá suas superterras? Em parceria com alguns dos proponentes originais do Grand Tack, Izidoro acaba de mostrar que as superterras podem ser planetas originários das regiões mais externas que então migram para dentro — exceto se houver um gigante gasoso no meio do caminho para barrá-los. Em seu mais novo artigo, submetido em janeiro deste ano e aceito para publicação no “Astrophysical Journal Letters”, ele apresenta essa hipótese, sugerindo que Urano e Netuno — e possivelmente Saturno — talvez tivessem migrado para dentro e se tornado superterras ou mininetunos (terminando menores que seu tamanho atual por viajarem para regiões com menos gás durante sua formação), se Júpiter não estivesse no meio do caminho para impedi-los de passar.<br />
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Ou seja, Izidoro e seus colegas preveem que sistemas com muitas superterras próximas à estrela devem não ter gigantes gasosos afastados. E isso fornece um meio de testar a hipótese. No momento, apesar de quase 2 mil planetas descobertos, ainda nos faltam estatísticas confiáveis para apontar em qualquer direção. Se encontrarmos muitas superterras em sistemas com gigantes gasosos, saberemos que Izidoro está errado e Laughlin e Batygin devem estar na trilha certa. Por outro lado, se encontrarmos gigantes gasosos com no máximo uma superterra mais interna (as simulações mostram que, em algumas raras ocasiões, a superterra consegue “pular” o gigante gasoso e migrar para dentro sem ser ejetada do sistema), e mais frequentemente nenhuma, então saberemos que Izidoro e seus colegas acabaram acertando o alvo. Nesse caso, poderemos concluir que o Sistema Solar provavelmente nunca teve as superterras primordiais que a dupla da Califórnia propõe.<br />
<br />
Talvez essa história toda seja cifrada demais para quem espera da ciência respostas claras e inequívocas. Mas hoje fizemos uma visita aos “porões da astronomia”, por assim dizer. Tiramos os esqueletos do armário e mostramos muito mais o que não sabemos do que o que de fato compreendemos. É aquele estágio de confusão que antecede os consensos, em meio a debates de hipóteses conflitantes, todas passíveis de teste por experimentos (no caso, simulações) e observações (no estudo de exoplanetas). E essa na verdade é a grande força da ciência. Ela não permite que as ideias — por mais belas que sejam — se sobreponham aos fatos. E, no processo, ainda ganhamos um lampejo mais claro da incrível força criativa da natureza. Ainda não sabemos com que receita exata se produzem as arquiteturas dos exoplanetas. Mas já temos a convicção de que elas são mais variadas do que sequer conseguimos imaginar. Que bom!<br />
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<b>PARA IR MAIS FUNDO</b><br />
Em tese, o texto acabou aí em cima. Mas, se você ainda não se cansou do tema, logo abaixo vai a entrevista que fiz com o russo Konstantin Batygin, um dos autores da hipótese das superterras solares, sobre seu trabalho na “PNAS”. Com 28 anos, ele é professor assistente do Caltech e foi eleito um dos “30 abaixo de 30″ da revista “Forbes”, que destaca os cientistas que despontam ainda jovenscomo expoentes acadêmicos. (Aviso aos navegantes: o papo é tão cabeludo quanto ele.)<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-z-EqVgwmGRw/VRL7yL-CCII/AAAAAAAAB64/Is9L4kLKv7U/s1600/000004.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-z-EqVgwmGRw/VRL7yL-CCII/AAAAAAAAB64/Is9L4kLKv7U/s400/000004.jpg" /></a></div><br />
O astrônomo russo Konstantin Batygin, autor do artigo das superterras solares. (Crédito: Caltech)<br />
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Pergunta – É interessante propor que o Sistema Solar tinha mais planetas mais internos que Mercúrio, mas isso não entra em conflito com nossos modelos mais aceitos de formação planetária quando aplicados ao Sistema Solar? A maioria dos pesquisadores tende a explicar exoplanetas próximos à estrela por meio de migração, em vez de formação in-situ. Por que vocês acharam que deviam inverter isso?<br />
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Konstantin Batygin - O modo exato de formação planetária, aplicado a sistemas planetários compactos, permanece uma questão controversa, mas de fato não é muito crucial para o modelo que apresentamos. Se nosso entendimento de formação de planetas gigantes está correto, então a formação de planetas sólidos, como superterras e netunos, deve acontecer antes da formação de Júpiter e Saturno, porque eles agem como núcleos que mais tarde acretam gás para se tornar gigantes. Além disso, formação de planetas gigantes é fundamentalmente não muito eficiente, de forma que o número de núcleos provavelmente excedeu o número de gigantes gasosos por uma fração substancial (as estatísticas extra-solares confirmam isso). Portanto, independentemente de as superterras terem se formado in-situ ou distantes e depois carregadas para dentro por migração extensa, é provável que elas tenham existido no Sistema Solar antes que Júpiter e Saturno tenham se formado e iniciado sua jornada.<br />
<br />
Pergunta – Eu pensei que neste momento a maioria dos pesquisadores concordasse com a ideia de que os planetas gigantes (Júpiter e Saturno, no nosso caso) se formassem antes, porque eles precisavam acretar rápido o suficiente de forma que o gás não tenha ainda sido inteiramente dissipado pela estrela nascente. Esse é um problema antigo dos estudos de acreção de núcleos, mas eu estava com a impressão de que a maioria dos cientistas hoje já favorece modelos em que Júpiter vem primeiro, e os planetas terrestres têm mais tempo de crescer até seus tamanhos finais. Não é isso? A maioria dos cientistas planetários não acredita que Júpiter veio primeiro em nosso Sistema Solar?<br />
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Batygin - Bem, esse é um assunto complicado. No Sistema Solar, a formação de planetas evidentemente aconteceu em duas ondas — a primeira gerou os planetas massivos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Essa primeira onda levou menos de 10 milhões de anos para se completar. A segunda onda ocorreu numa escala de 100 milhões de anos e gerou os planetas de baixa massa: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. É convencionalmente presumido que a maioria dos exoplanetas em órbitas compactas participou de migração induzida pelo disco (embora, como eu disse antes, esse ponto seja discutível). Então eles devem ter sido gerados enquanto o gás estava por aí, e portanto deveriam pertencer ao mesmo grupo de planetas que Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Note que até mesmo no Sistema Solar, Urano e Netuno representam núcleos que fracassaram em acretar quantidades substanciais de gás (eles têm apenas cerca de uma massa terrestre de hidrogênio e hélio cada um). O que o nosso estudo faz é sugerir que Urano e Netuno não foram os únicos núcleos fracassados do Sistema Solar. Em vez disso, sugerimos que antes que Júpiter tivesse se formado (de acordo com modelos de formação convencionais, a acreção de Júpiter leva cerca de 3 milhões de anos), o Sistema Solar gerou vários núcleos que eram parte do mesmo processo dominante de formação planetária que é comumente responsável por planetas com órbitas compactas que observamos em torno de outras estrelas.<br />
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Pergunta – Se vocês estiverem certos, então planetas do tamanho da Terra encontrados em órbitas mais compactas em torno de outras estrelas deveriam ser fundamentalmente diferentes da Terra. Contudo, para a maioria dos planetas com massa e tamanho similares aos da Terra que tiveram sua densidade medida, encontramos valores entre os da Terra e de Mercúrio. Isso não entra em conflito com sua expectativa de que esses planetas mais internos tivessem maior quantidade de material volátil e fossem menos densos que a Terra?<br />
<br />
Batygin - Na verdade, medidas de densidade de superterras extra-solares variam enormemente. Algumas são consistentes com a densidade de rocha, outras com gelo, enquanto outras são muito mais baixas, indicando que devem ser enriquecidas em hidrogênio e hélio. Há um viés, contudo: é mais fácil medir as massas de planetas com densidades maiores, então eles tendem a ter barras de erro melhores. Mas geralmente composições de planetas extra-solares sugerem que planetas como a Terra (aqueles sem atmosferas apreciáveis) são uma exceção à regra, em vez da norma.<br />
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Pergunta – Eu sei que as densidades variam bastante para planetas do tipo superterra, mas estudos mais recentes, apresentados na última reunião da AAS, parecem mostrar que há uma forte correlação com tamanho: menos que 1,6 raio terrestre tende a ser planeta rochoso, mais que 1,6 raio terrestre tende a ser mininetuno. Isso não derruba a ideia de que é a história do sistema, em vez de suas propriedades intrínsecas, o que determina quem acaba se parecendo com planeta gigante ou não?<br />
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Batygin - Essa é uma pergunta excelente, mas a resposta a essa questão não é trivial por duas razões. Primeiro é que a evaporação importa. Deve existir algum tamanho crítico de objeto numa dada órbita aquém do qual, mesmo que você comece com uma atmosfera rica em hidrogênio, ela acaba soprada durante os estágios iniciais de formação planetária (porque o fluxo extremo de UV pode ser muito alto). Esse tamanho pode ser muito bem 1,6 raio terrestre para órbitas típicas de exoplanetas. Segundo é que uma vez que frações significativas de gás são introduzidas, as relações de massa-raio dos planetas podem se tornar bem complicadas. Ou seja, torna-se difícil traduzir o que um objeto de 1,6 raio terrestre significa em termos de massa. Pode ser um objeto rochoso com 4 massas terrestres ou um objeto rico em gás com 1,5 massa terrestre. Ambos podem produzir o mesmo raio. No fim das contas, parece que uma fração substancial dos exoplanetas observados (na classe das superterras) se formou enquanto havia gás, o que é a premissa inicial do nosso trabalho.<br />
<br />
Pergunta – Por fim, não temos de lidar com o fato de que temos um viés observacional forte em favor de sistemas compactos, seja qual for o método, velocidade radial ou trânsito? Isso não deveria contar para determinarmos quão estranho nosso próprio sistema planetário parece ser?<br />
<br />
Batygin - Com certeza sim, e esse viés observacional é cuidadosamente levado em conta. Considerando isso, cálculos estatísticos sugerem que cerca de metade das estrelas similares ao Sol observadas possuem planetas em órbitas compactas menos massivos que 20 massas terrestres. Isso deveria ser comparado com a taxa de ocorrência de gigantes gasosos como Júpiter e Saturno, que é de apenas cerca de 10%. Então, embora a formação de planetas seja comum, seu modo dominante gera preferencialmente objetos sub-jovianos em órbitas compactas.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-59793481350355614052015-03-23T08:59:00.001-03:002015-03-24T11:54:48.696-03:00OS PONTOS BRILHNTES DE CERES<b><br />
Pontos brilhantes em Ceres parecem ser plumas de água, diz Nasa</b><br />
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23/03/15<br />
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É a pergunta que eu mais ouço por esses dias: e os pontos brilhantes na superfície de Ceres, o planeta anão? Ainda aguardamos a resposta definitiva, mas Andreas Nathues, líder da equipe da câmera da sonda Dawn e pesquisador do Instituto Max Planck, na Alemanha, apresentou as conclusões iniciais da Nasa, durante a 46a Conferência de Ciência Lunar e Planetária, nos Estados Unidos: provavelmente, são plumas de vapor d’água emanando de gelo localizado no fundo da cratera.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-2uwBaCdQXzQ/VQ__t0utCQI/AAAAAAAAB58/8Igq6yYS8Cs/s1600/00000ceres.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-2uwBaCdQXzQ/VQ__t0utCQI/AAAAAAAAB58/8Igq6yYS8Cs/s400/00000ceres.jpg" /></a></div>Imagem de Ceres obtida pela Dawn a 46 mil km do planeta anão revela dois misteriosos pontos brilhantes na superfície. (Crédito: Nasa)<br />
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Antes que alguém questione: ainda não há imagens disponíveis que sejam muito melhores do que as divulgadas até agora. E isso não é motivos para alimentar teorias da conspiração. Desde que a Dawn chegou a Ceres, no último dia 6, a espaçonave tem usado seus motores iônicos para suavemente espiralar na direção do maior membro do cinturão de asteroides, até atingir sua primeira órbita de trabalho, a 13.500 km de altitude, no fim de abril. Antes disso, no dia 10 de abril, haverá outra sequência de capturas de fotos, mas apenas 17% do planeta anão aparecerá iluminado. A coisa só ficará boa mesmo quando chegarmos ao final do mês e a Dawn desligar seus motores para a primeira bateria de observações científicas.<br />
<br />
Contudo, ao analisar cuidadosamente as imagens já colhidas, os cientistas começam a apresentar suas interpretações e a produzir trabalhos científicos. E duas coisas estranhas marcam os pontos brilhantes. Por um lado, a topografia local parece indicar que eles emanam do fundo de uma cratera de 80 km de diâmetro e não estão numa elevação. Por outro lado, a análise do brilho conforme Ceres avança em sua rotação mostra que ele é fruto de reflexão de luz solar, mas que ainda permanece visível quando o fundo da cratera já está sob a sombra, além do chamado terminador — a linha que divide o lado iluminado do escuro.<br />
<br />
“Durante o dia, o ponto evolui: ele fica mais brilhante. No anoitecer ele fica menos brilhante e na noite ele desaparece completamente”, disse Nathues em sua apresentação, segundo Emily Lakdawalla, blogueira da ONG Planetary Society que esteve no evento.<br />
<b><br />
COMO EXPLICAR ISSO?</b><br />
De acordo com Nathues, a melhor hipótese é que plumas de vapor d’água estejam emanando do fundo exposto de gelo da cratera. A coluna de vapor mais alta acaba refletindo luz solar quando o fundo já está no escuro, o que explica o padrão de luminosidade observado.<br />
<br />
As imagens colhidas até agora são incapazes de “resolver” qualquer dos dois pontos brilhantes, ou seja, delineá-los com algum nível de resolução. Isso significa que o maior deles deve ter diâmetro menor que quatro quilômetros. A partir disso, os cientistas também puderam estimar o quanto de luz é refletido pela superfície (o chamado albedo) no ponto brilhante. Resultado: pelo menos 40% — mas pode ser muito mais. Esse nível de refletividade é consistente com uma superfície de gelo, mas não se trata da única explicação possível.<br />
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Juntando todas as peças, a confirmação de que Ceres tem algum tipo de atividade capaz de emanar plumas de vapor d’água — como já sugeria o Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia — parece estar mais próxima. Ainda falta compreender o que está produzindo essa atividade. Foi um impacto de asteroide que expôs o gelo no fundo da cratera? Criovulcões que expelem água, movidos pela pressão interna no interior de Ceres?<br />
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Aguarde cenas do próximo capítulo, conforme a Dawn se instala em sua órbita científica para transformar nossa compreensão do único planeta anão existente entre Marte e Júpiter.Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-74450052349962178882015-03-13T08:45:00.000-03:002015-03-13T08:45:41.312-03:00OCEANO EM GANÍMEDES<br />
<b>Nasa confirma oceano em Lua de Júpiter</b><br />
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12/03/2015<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-O0XZtmzYrU4/VQLLj-lkQdI/AAAAAAAAB5A/NNkIXAYDazw/s1600/00000Ganimedes%2Bvida.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-O0XZtmzYrU4/VQLLj-lkQdI/AAAAAAAAB5A/NNkIXAYDazw/s400/00000Ganimedes%2Bvida.jpg" /></a></div><br />
Cientistas que utilizam o Telescópio Espacial Hubble confirmaram que a lua Ganímedes, na órbita de Júpiter, possui um oceano por baixo de uma crosta superficial de gelo, elevando a probabilidade da presença de vida, afirmou a Nasa nesta quinta-feira (12).<br />
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A descoberta resolve um mistério relacionado à maior Lua do sistema solar após a nave Galileo, já aposentada, ter fornecido pistas sobre a existência de um oceano abaixo da superfície de Ganímedes enquanto cumpria uma missão exploratória ao redor de Júpiter e de suas luas, entre 1995 e 2003.<br />
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Assim como a Terra, Ganímedes possui um núcleo de ferro fundido que gera um campo magnético, embora o campo magnético de Ganímedes seja amalgamado ao campo magnético de Júpiter. Isso dá origem a uma interessante dinâmica visual, com a formação de duas faixas de auroras brilhantes nos pólos norte e sul de Ganímedes.<br />
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O campo magnético de Júpiter se altera com sua rotação, agitando as auroras de Ganímedes. Cientistas mediram tais movimentos e descobriram que os efeitos visuais se mostravam mais restritos do que deveriam.<br />
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Usando modelos gerados por computador, eles chegaram à conclusão de que um oceano salgado, capaz, portanto, de conduzir eletricidade, abaixo da superfície da Lua se contrapunha à atração magnética de Júpiter.<br />
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"Júpiter é como um farol cujo campo magnético muda conforme a rotação do farol. Isso influencia a aurora", explicou o geofísico Joachim Saur, da Universidade de Colônia, na Alemanha. "Com o oceano, a agitação fica significativamente reduzida."<br />
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Os cientistas testaram mais de 100 modelos computadorizados para observar se qualquer outro elemento poderia ter impacto sobre a aurora de Ganímedes. Eles também reprocessaram sete horas de observações ultravioletas do Hubble e analisaram dados sobre ambos os cinturões de aurora da Lua.<br />
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O diretor da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, Jim Green, classificou a descoberta como "uma demonstração surpreendente".<br />
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"Eles desenvolveram uma nova abordagem para se observar a parte interna de um corpo planetário com um telescópio", disse Green.<br />
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Ganímedes se junta agora a uma crescente lista de luas localizadas nas partes mais afastadas do sistema solar que possuem uma camada de água abaixo da superfície.<br />
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Na quarta-feira (11), cientistas disseram que a lua de Saturno, Encélado, possui correntes quentes de água abaixo de sua superfície gélida. Entre outros corpos ricos em água estão Europa e Callisto, também luas de Júpiter.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-6Jpl3zhiOCw/VQLMWdrTw3I/AAAAAAAAB5I/J9v_4zx4b3Y/s1600/0000venus%2Be%2Bjupiter.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-6Jpl3zhiOCw/VQLMWdrTw3I/AAAAAAAAB5I/J9v_4zx4b3Y/s400/0000venus%2Be%2Bjupiter.png" /></a></div>Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1747055960946745276.post-16677986888839432932015-03-06T12:16:00.000-03:002015-03-06T12:16:08.516-03:00A SONDA DAWN CHEGA A CERES, O PLANETA ANÃO<br />
A sonda americana Dawn entra em órbita do planeta anão Ceres nesta sexta-feira (6) e a pergunta que está na cabeça de todo mundo é: o que são os pontos brilhantes no interior de uma cratera vistos em sua superfície durante a aproximação? A Nasa já tem uma possível explicação, mas ainda aguarda imagens mais próximas para confirmar a hipótese. Tudo parece indicar que se trata mesmo de gelo exposto no fundo da cratera.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-gpCcVOeVD4s/VPnDUeVjFaI/AAAAAAAAB2g/TIPzm4Z54Zo/s1600/000ceres.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-gpCcVOeVD4s/VPnDUeVjFaI/AAAAAAAAB2g/TIPzm4Z54Zo/s400/000ceres.jpg" /></a></div><br />
Concepção artística da sonda Dawn se aproximando de Ceres (Crédito: Nasa)<br />
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Claro, talvez isso seja menos emocionante do que uma base alienígena abandonada ou algo do tipo, mas trata-se de uma descoberta muito importante, caso seja confirmada: ela corrobora a desconfiança dos cientistas de que boa parte — uns bons 25% — da massa de Ceres seja água, a boa e velha H2O. Os pesquisadores especulam até que o planeta anão possa ter tido um oceano líquido no passado, a exemplo das luas Europa, de Júpiter, e Encélado, de Saturno, numa época em que Ceres tinha mais calor interno para derreter a água no subsolo. Hoje provavelmente não há mecanismo capaz de elevar a temperatura a ponto de liquefazer a água, mas nada impede que o maior dos membros do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter tenha sido amigável à existência de vida nos primórdios da formação do Sistema Solar.<br />
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Espera-se que a chegada da Dawn não sofra nenhum contratempo. A manobra de inserção orbital é bem menos emocionante do que costumam ser as chegadas de espaçonaves a Marte, por exemplo. Normalmente, uma sonda é enviada da Terra em alta velocidade, com praticamente todo o impulso dado nos primeiros minutos de viagem, e então precisa disparar seus propulsores a toda potência na hora certa para frear e, assim, ser capturada pela gravidade do planeta-alvo, sem “passar lotada”. Mas não é o caso da Dawn, que usa motores iônicos para se deslocar por aí.<br />
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O lema de um motor iônico podia bem ser “devagar e sempre”, pois ele dá uma aceleração muito suave à espaçonave, bem inferior à dos foguetes convencionais, mas gasta bem pouco combustível, o que permite mantê-lo ligado por anos a fio. Depois de tanto tempo acelerando de pouco em pouco, a sonda acaba acumulando grande velocidade. E por poder permanecer manobrando ativamente no espaço, a aproximação de Ceres é feita de forma a praticamente equalizar as velocidades do planeta anão e da nave em suas jornadas ao redor do Sol. Assim, é muito mais fácil deixar que ela seja simplesmente capturada pela gravidade do astro, sem requerer uma brusca freada na reta final. O resultado é uma manobra sem emoção — que inclusive será feita num momento em que Ceres irá se interpor entre a Terra e a Dawn. O resultado é uma interrupção momentânea das comunicações, que só será restabelecida depois que a sonda já estiver em órbita.<br />
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As últimas imagens divulgadas pela Nasa ainda fazem parte das manobras de aproximação e representam apenas uma fração da qualidade esperada para o fim de abril, quando a Dawn estará na órbita certa para o início das observações científicas. A partir do momento da captura orbital, a sonda acionará seus motores iônicos para reduzir a distância entre ela e a superfície de Ceres a meros 13,5 mil km. Para que se tenha uma ideia, até agora, as melhores imagens foram obtidas a 40 mil km de distância.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-YYNU2XGs5Xo/VPnEE67O1GI/AAAAAAAAB2o/zguPxm9R5EY/s1600/000CERES1.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-YYNU2XGs5Xo/VPnEE67O1GI/AAAAAAAAB2o/zguPxm9R5EY/s400/000CERES1.png" /></a></div><br />
Um mapa completo da superfície de Ceres feito pela Dawn, com os pontos brilhantes (Crédito: Nasa)<br />
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E a qualidade também deve continuar subindo ao longo da missão científica, que deve ir até junho de 2016 e passará por quatro órbitas diferentes, cada uma menor que as demais. Na última etapa, a Dawn estará a meros 400 km do solo — mais ou menos a mesma altitude da Estação Espacial Internacional em torno da Terra. Depois que o trabalho estiver terminado, ela permanecerá em órbita de Ceres, desativada, por mais algumas centenas de anos.<br />
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O MISTÉRIO DOS PONTOS BRILHANTES</b><br />
Mesmo sabendo que as imagens ainda irão melhorar muito, é impossível não especular: o que são os pontos brilhantes? “Eles são extremamente surpreendentes, intrigantes para todos”, disse Carol Raymond, cientista da missão, durante entrevista coletiva promovida pela Nasa no início da semana. “Seu brilho aparente estourou a escala.”<br />
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No momento, os pesquisadores trabalham com a hipótese de que possa ser um depósito de gelo e sais subterrâneo que acabou revelado pelo calor do impacto que gerou a cratera.<br />
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Uma hipótese alternativa, de que se tratasse de um fenômeno de criovulcanismo — um vulcão que expele água, em vez de lava –, não está descartada, mas também não está no topo da lista dos pesquisadores. “Um criovulcão resultaria em alguma formação de construção — algum tipo de deposição em torno do duto central, ou uma rachadura”, diz Raymond. “No caso dessa cratera, o ponto mais brilhante não está associado com uma formação de revelo positiva.”<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-949_SkujJVs/VPnEjhI2KmI/AAAAAAAAB2w/xhlxTWOcMjs/s1600/000CERES2.gif" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-949_SkujJVs/VPnEjhI2KmI/AAAAAAAAB2w/xhlxTWOcMjs/s400/000CERES2.gif" /></a></div><br />
Uma rotação completa de Ceres, planeta anão visitado pela sonda Dawn (Crédito: Nasa)<br />
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Contudo, uma das coisas surpreendentes revelada conforme a Dawn registrou imagens de uma rotação completa de Ceres — um dia lá dura pouco mais de nove horas — é que o brilho dos pontos ainda se mantém depois que a cratera já entrou na sombra. Não seria essa uma evidência de que o relevo é mais alto ali? Raymond explica que os dados ainda não foram completamente calibrados e por isso preferiu não especular mais. “É surpreendente que possamos vê-lo no terminador [a faixa que divide o dia da noite]. Não temos informação sobre a inclinação do terreno. Então vou parar por aí.”<br />
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Uma das evidências que reforçam que o brilho vem mesmo de gelo de água é o fato de que a posição dos pontos é compatível com as medições feitas remotamente pelo Observatório Espacial Herschel, da Agência Espacial Europeia, que no ano passado detectou suaves emissões de vapor d’água emanando de algumas regiões de Ceres.<br />
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A solução definitiva do mistério, contudo, ainda está adiante de nós, conforme a Dawn inicia para valer seu estudo científico do misterioso planeta anão. Não saia daí!Fernando Fonsecahttp://www.blogger.com/profile/11114019954081189481noreply@blogger.com0