terça-feira, 28 de junho de 2011

O AGLOMERADO DE PANDORA




Cientistas investigam Aglomerado de Pandora, resultado de colisão galática


22/06/2011

Uma equipe de cientistas estudou o aglomerado de galáxias Abell 2744, conhecido como Aglomerado de Pandora, e reconstruiu a história violenta e complexa deste aglomerado utilizando telescópios no espaço e no solo, incluindo o Very Large Telescope do ESO e o Telescópio Espacial Hubble. O aglomerado Abell 2744 parece ser o resultado de uma junção simultânea de, pelo menos, quatro aglomerados de galáxias separados. Desta complexa colisão resultaram efeitos estranhos, que nunca antes tinham sido observados juntos.

Quando grandes aglomerados de galáxias chocam uns com os outros, o resultado é um tesouro de informação para os astrônomos. Ao investigar um dos mais complexos e incomuns aglomerados em colisão no céu, uma equipe internacional de astrônomos reconstruiu a história de uma colisão cósmica que ocorreu durante um período de 350 milhões de anos.

Julian Merten, um dos cientistas líderes deste novo estudo sobre o aglomerado Abell 2744 explica: “Tal como um investigador que ao estudar uma colisão descobre a causa de um acidente, nós podemos utilizar observações destes empilhados cósmicos para reconstruir os acontecimentos que tiveram lugar durante um período de centenas de milhões de anos. Este estudo revela-nos como se formam estruturas no Universo e como interagem diferentes tipos de matéria ao chocar uns com os outros.”

“Demos-lhe o apelido de Aglomerado de Pandora devido aos fenômenos tão diferentes e estranhos que resultaram da colisão. Alguns destes fenômenos nunca tinham sido observados anteriormente,” acrescenta Renato Dupke, outro membro da equipe.

O aglomerdo Abell 2744 foi estudado com mais detalhe do que nunca, combinando dados do Very Large Telescope do ESO (VLT), do telescópio japonês Subaru, do Telescópio Espacial Hubble da Nasa/Esa e do Observatório de Raios-X Chandra da Nasa.

As galáxias do aglomerado são facilmente visíveis nas imagens do VLT e do Hubble. As galáxias, embora brilhantes, correspondem na realidade a menos que 5% da massa do aglomerado. O resto é gás (cerca de 20%), tão quente que brilha apenas em raios-X, e matéria escura (cerca de 75%), que é completamente invisível. Para compreender o que estava a acontecer durante a colisão, a equipe precisou mapear as posições dos três tipos de matéria no Abell 2744.

A matéria escura é particularmente difícil de observar uma vez que não emite, absorve ou reflete radiação (daí o seu nome). Apenas se torna aparente através da sua atração gravitacional. Para determinar a localização desta substância misteriosa a equipe utilizou o efeito conhecido como lente gravitacional. Trata-se da curvatura que sofrem os raios de luz de galáxias distantes quando passam através dos campos gravitacionais presentes no aglomerado. O resultado é uma série de distorções observadas nas imagens de galáxias de campo nas observações do VLT e do Hubble. Ao analisar cuidadosamente a forma como estas imagens estão distorcidas, é possível mapear de modo muito preciso onde é que a massa escondida - e portanto a matéria escura - se encontra.

Por comparação, encontrar o gás quente no aglomerado é bem mais fácil, já que o Observatório de Raios X Chandra da NASA o pode observar diretamente. Estas observações não são apenas cruciais para determinar onde se encontra o gás, mas também nos mostram os ângulos e as velocidades às quais as diferentes componentes do aglomerado se juntaram.

Quando os astrônomos estudaram todos estes resultados descobriram muitos fenômenos curiosos. “O Abell 2744 parece ter-se formado a partir de quatro aglomerados diferentes envolvidos numa série de colisões durante um período de cerca de 350 milhões de anos. A distribuição irregular e complicada dos diferentes tipos de matéria é extremamente incomum e fascinante,” diz Dan Coe, o outro autor principal do estudo.

Parece que a colisão complexa separou parte do gás quente e da matéria escura de tal maneira que estes se encontram atualmente afastados um do outro e também das galáxias visíveis. O Aglomerado de Pandora combina vários fenômenos que apenas tinham sido observados de forma individual em outros sistemas.

Próximo do centro do aglomerado encontra-se uma “bala”, onde o gás de um enxame colidiu com o de outro criando uma onda de choque. A matéria escura passou pela colisão sem ser afetada.

Em outra parte do aglomerado parece haver galáxias e matéria escura, mas nenhum gás quente. O gás pode ter sido varrido durante a colisão, deixando apenas um fraco rastro.

Estruturas ainda mais estranhas podem ser observadas nas regiões mais exteriores do aglomerado. Uma região contém muita matéria escura, mas nenhuma galáxia luminosa ou gás quente. Um nódulo de gás difuso e isolado foi ejetado, o qual precede, em vez de seguir, a matéria escura associada. Esta distribuição enigmática pode estar a dizer aos astrônomos algo sobre como a matéria escura se comporta e como os vários ingredientes do Universo interagem entre si.

Os aglomerados de galáxias são as maiores estruturas no cosmos, contendo literalmente bilhões de estrelas. O modo como se formam e se desenvolvem através de colisões repetidas tem profundas implicações no nosso conhecimento do Universo. Estão em progresso mais estudos do aglomerado de Pandora, o objeto em fusão mais complexo e fascinante já encontrado.

FACES DA LUA




Nasa divulgou recentes imagens da superfície da Lua. São três visões complementares do lado mais próximo da Lua: os contornos da paisagem ou topografia (à esquerda), juntamente com novos mapas dos valores superfície inclinada (meio) e da rugosidade da topografia (direita). Todas as três visões estão centradas na cratera de impacto relativamente recente Tycho, com a bacia Oriental, no lado esquerdo. A magnitude de encosta indica a inclinação do terreno, enquanto a rugosidade indica a presença de grandes blocos, sendo que ambos são importantes para se entender a superfície do satélite.

Nasa/Goddard/Massachusetts Institute of Technology

A GALÁXIA CENTAURUS





Telescópio Espacial Hubble mostra a visão mais detalhada já registrada da galáxia Centaurus.

AFP/Nasa/ESA/Hubble Heritage

HELENA, A LUA GELADA DE SATURNO


Cassini divulga imagens de lua gelada de Saturno, Helena

Esta imagem não processada da lua gelada de Saturno, Helena, foi tirada pela sonda Cassini da Nasa em 18 de junho e recebida em 20 de junho na Terra. A sonda completou com sucesso seu segundo encontro mais próximo com o satélite de Saturno, ficando a 6.968 quilômetros da superfície do pequeno astro.

NASA/JPL/Space Science Institute

Cassini passou pelo lado da noite de Helena para o lado iluminado da lua de Saturno. Ela capturou imagens do lado voltado para o planeta iluminado pela luz do Sol, uma região que só recebeu luz refletida de Saturno na última aproximação da sinda em março de 2010. Estas imagens irão permitir que os cientistas criem um mapa global de Helena, para assim entender melhor a história dos impactos na lua.

NASA/JPL/Space Science Institute

ETA CARINAE



Supernova deixaria Hemisfério Sul sem noite por um mês

25 de junho de 2011

A estrela Eta Carinae pode se tornar uma supernova e sua explosão transformaria a noite em dia. Contudo, os cientistas não sabem quando isso pode ocorrer

Foto: Nasa/Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics/Divulgação

Entre todos os fenômenos descritos na Ciência, a explosão de uma supernova está entre os mais potentes no que diz respeito à liberação de energia. Ao explodirem, essas estrelas produzem objetos extremamente brilhantes, os quais declinam até se tornarem invisíveis, passadas algumas semanas ou meses. Se muito próxima da Terra, uma supernova poderia liberar radiação gama e X suficiente para aquecer a superfície do nosso planeta e fazer a atmosfera e os oceanos evaporarem.

Contudo, conforme explica o astrônomo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Kepler Oliveira, essa possibilidade não representa uma ameaça, já que as explosões realmente perigosas teriam que ocorrer a menos de 30 anos-luz de distância e não existe nenhuma candidata a supernova tão perto do nosso planeta. Por outro lado, explosões a uma distância bem maior podem acontecer e, mesmo longe, o brilho seria tão intenso que praticamente faria a noite virar dia por um mês inteiro.

Eta Carinae
A próxima explosão de uma supernova a ser observada na nossa vizinhança pode ser a de Eta Carinae, uma estrela a 7,5 mil anos-luz do nosso planeta. Visível apenas no Hemisfério Sul, ela chegou a rivalizar com Sirius no ano de 1843 como uma das estrelas mais brilhantes do céu.

Décadas depois, foi observado que Eta Carinae estava perdendo sua luz até que, surpreendentemente, ela dobrou de brilho. Graças às pesquisas realizadas pelo professor do Instituto de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP) Augusto Damineli foi possível provar que a estrela é na realidade um sistema duplo e passa por eventos de baixa excitação, algo como "apagões", a cada 5 anos e meio. E o próximo já tem data: será no inverno de 2014.

Felizmente, quando Eta Carinae explodir, a maior parte da energia liberada será espalhada ou absorvida pela imensidão do espaço. Por estarmos a uma distância suficientemente grande da estrela, a explosão de raios gama também não atingirá a Terra. Não é possível prever com exatidão quando isso vai acontecer, mas quando o astro se for, a luminosidade será como a de 10 luas no Hemisfério Sul. "Seria praticamente um mês sem noite", diz Damineli.

Supernovas no passado
Enquanto supernovas foram observadas em galáxias vizinhas, elas são eventos raros na Via Láctea, e as que observamos nem fizeram um "espetáculo" como o que pode ser causado por Eta Carinae. "Nos anos 1054, 1572 e 1612 explodiram como supernovas estrelas dentro de um raio de cerca de 7500 anos-luz, que foram visíveis durante o dia, mas como o planeta Venus, que é a estrela D'alva", diz Oliveira.

Tipos
Há dois tipos básicos de Supernova, o tipo I e o II. O tipo II é uma estrela de massa maior que o Sol, que exaure seu combustível nuclear. Quando isso acontece, a região central da estrela colapsa devido à sua alta gravidade. Forma-se um núcleo muito compacto, que será o seu remanescente, como uma estrela de nêutrons ou até um buraco negro. Quando o resto da estrela cai em direção a esse núcleo, ele ricocheteia com alta energia. Daí acontece a explosão.

Acredita-se que a Supernova tipo I seja um remanescente estelar de massa mais baixa, como uma anã branca que ganha matéria de uma estrela companheira, num sistema duplo. Ao atingir certo limite de massa, iniciam-se reações nucleares de forma explosiva, que antes a estrela não tinha condições de iniciar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A INFÂNCIA DO UNIVERSO




Astrônomos detectaram fracos sinais de raio-x que teriam sido emitido por gigantes buracos negros bilhões de anos atrás, quando o Universo era uma criança, segundo estudo publicado na Nature. Os pesquisadores olharam para mais de 250 galáxias, a mais longe a 13 bilhões de anos luz da Terra, o que significa que as emissões foram de apenas 700 milhões de anos após o Big Bang. Esta imagem é uma impressão artística liberada pela Nasa que mostra um olhar aproximado de um buraco negro supermassivo. A imagem mostra o material que circunda o buraco, que irá ser atraído para a região central liberando raios-x.

AFP/Nasa/ CXC/ A.HOBART

A NEBULOSA ÓMEGA




Novo telescópio super potente do Observatório Europeu do Sul divulga imagens em alta resolução da Nebulosa Ómega.

ESO

A NEBULOSA ESMERALDA




Telescópio Spitzer da Nasa registou a imagem desta brilhante nebulosa com cor de esmeralda. Astrônomos acreditam que anéis como este são esculpidos pela poderosa luz das gigantes estrelas "O". Estas são as estrelas mais massivas que se conhece. Chamada de RCW 120, a região de ar quente e poeira brilhante pode ser encontrada entre as nuvens escuras cercadas pela cauda da Constelação de Escorpião. O anel de poeira está crescendo em cores infravermelhas que não são captadas pelo olho humano, mas sim pelo telescópio. No centro do anel, há um par de estrelas gigantes cuja intensa luz ultravioleta tem esculpido bolhas.

AP /NASA

ESTRELA SUGADA POR BURACO NEGRO




Estrela sugada por buraco negro

Impressão artística fornecida pela Universidade de Warwick mostra uma estrela sendo distorcida por sua passagem próxima a um buraco negro supermassivo no centro da galáxia.

Segundo cientistas, cerca de 10% da massa da estrela se transformou em energia irradiada, como raios-X e gama. Concepção artística mostra como teria ocorrido a colisão
Foto: EFE


A colisão entre uma estrela e um enorme buraco negro provocou uma das maiores explosões espaciais jamais registradas, cujo brilho viajou por 3,8 milhões de anos luz até chegar à Terra, segundo estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science.

No momento da descoberta, os cientistas estudaram a origem de um feixe de raios gama observado a partir de um satélite da Nasa (a agência espacial americana) e, inicialmente, pensaram que podia se tratar de uma explosão de raios gama, mas a persistência da luminosidade e o fato de ter se reativado três vezes em apenas 48 horas, levou os pesquisadores a buscar outra hipótese.

"Era algo totalmente diferente de qualquer explosão que tivéssemos visto antes", disse em comunicado Joshua Bloom, cientista da Universidade de Berkeley e um dos principais autores do estudo. Bloom sugeriu que a causa poderia ser a queda de uma estrela do tamanho do Sol em um buraco negro 1 milhão de vezes maior, o que gerou "uma quantidade tremenda de energia ao longo de muito tempo", em um fenômeno "que ainda persiste dois meses e meio depois", acrescentou.

"Isso acontece porque o buraco negro rasga a estrela, sua massa gira em espiral e este processo libera muitíssima energia", explicou o cientista. Cerca de 10% da massa dessa estrela se transformou em energia irradiada, como raios-X e gama, que podiam ser vistos na Terra, uma vez que o feixe de luz apontava para a Via Láctea, segundo o estudo.

Ao repassar o histórico de explosões na Constelação de Draco, onde foi observado o fenômeno, os cientistas determinaram que o acontecimento foi "excepcional", já que não encontraram indícios de outras emissões de raios-X ou gama.

O mais fascinante, segundo Bloom, é que o fenômeno começou em um buraco negro em repouso, que não estava atraindo matéria. "Isto poderia acontecer em nossa própria galáxia, onde há um buraco negro que vive em quietude e que fervilha ocasionalmente, quando absorve um pouco de gás", garantiu. No entanto, Bloom ressaltou que seria uma surpresa ver outro fenômeno similar no céu "na próxima década".

A explosão é algo "nunca visto" até agora na longitude de onda dos raios gama, por isso o mais provável é que só aconteça "uma vez a cada 100 milhões de anos, em qualquer galáxia", calculou o cientista. O estudo estima que as emissões de raios gama, que começaram entre os dias 24 e 25 de março em uma galáxia não identificada a cerca de 3,8 milhões de anos luz, vão se dissipar ao longo do ano.

"Acreditamos que o fenômeno foi detectado em seu momento de maior brilho, e se realmente for uma estrela destruída por um buraco negro, podemos dizer que nunca voltará a ocorrer nessa galáxia", concluiu Bloom.


AP Photo/University of Warwick, Mark A. Garlick

quinta-feira, 16 de junho de 2011

MEIA MANHATTAN







Nasa tira fotos de cometa do tamanho de meia Manhattan

15/02/2011

DA ASSOCIATED PRESS

A Nasa (agência espacial americana) cumpriu sua missão de fotografar o Tempel 1 na última segunda-feira --data do Dia dos Namorados nos EUA (o Valentine's Day).

O cometa, de tamanho equivalente a meia Manhattan, centro de Nova York, estava a uma velocidade de 39 mil km/h e, em determinado momento, ficou a apenas 180 km de distância da sonda Stardust-NExt --mais perto do que os cientistas calcularam.

A previsão inicial era de que 72 fotos seriam feitas, mas os controladores da missão em terra ficaram mesmo intrigados com a ordem das imagens, que deu errado. As primeiras seriam cinco closes do núcleo do Tempel 1. No lugar, surgiram fotos do cometa como se fosse somente um minúsculo ponto no espaço.

"Nós ainda não entendemos completamente por que isso não funcionou da maneira que planejamos", disse Chris Jones, diretor associado do Jet Propulsion Laboratory, que acompanhou a missão.

Todas as imagens foram armazenadas a bordo do voo rasante feita pela Stardust-NExt. "Elas não estão perdidas", informou Jones.

Os cometas são como arquivos vivos do espaço, porque podem conter material que daria indícios de como se processou o nascimento do Sistema Solar.

MUITA CALMA NESSA HORA



Estudos preveem que o Sol ficará calmo por longo período
14 de junho de 2011


O sol deve experimentar um prolongado período de calma, segundo três estudos publicados nesta terça-feira e baseados em várias observações que levam a uma mesma conclusão. Astrônomos têm notado especialmente uma diminuição das manchas solares - indicadores de atividade magnética - e uma lentidão da atividade perto dos polos, sinais de que o Sol se dirige a um período prolongado de calma, segundo cientistas do Observatório Solar Nacional (NSO, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e do Laboratório de Pesquisas da Força Aérea.

Enquanto o ciclo atual do Sol - ciclo 24, iniciado em 2008 - começa a acelerar sua atividade para um máximo que se mede em quantidade de manchas, pesquisas sobre a atividade interna do astro, sua superfície visível e sua coroa, que corresponde à alta atmosfera, levam a crer que o próximo ciclo poderia ser extremamente calmo ou até mesmo não acontecer.

"Isto é muito incomum e inesperado", afirmou Frank Hill, diretor adjunto do NSO, ao comentar os resultados dos estudos, e principal autor de um deles. "O fato de que três observações totalmente distintas do Sol apontem na mesma direção é uma indicação sólida de que o ciclo das manchas solares poderia se encaminhar para uma hibernação", acrescentou.

O resultado dos estudos foi revelado na conferência anual da divisão de física solar da Sociedade de Astronomia americana, reunida esta semana na Universidade de Novo México em Las Cruces. O número de manchas solares e outras manifestações do Sol aumentam e diminuem a cada 11 anos, aproximadamente, um período que corresponde à metade do tempo ao fim do qual se invertem os pólos magnéticos, um fenômeno que ocorre na Terra a cada 250 mil anos, em média.

A primeira questão que vem à tona é saber se esta lentidão da atividade solar pressagia um segundo "Mínimo de Maunder", um período de 70 anos, de 1645 a 1715, sem nenhuma mancha solar, destacam os cientistas.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

BOLHAS MAGNÉTICAS




No limite do Sistema Solar, sondas acham bolhas magnéticas


09 de junho de 2011


Sondas Voyager são os objetos feitos pelo homem mais distantes da Terra.

Sondas estão a cerca de 160 bilhões de km da Terra


Foto: Nasa/Divulgação


Os confins do Sistema Solar têm uma zona de turbulência repleta de bolhas magnéticas, indicam observações realizadas pelas sondas americanas Voyager. Os pesquisadores utilizaram um novo modelo computacional para analisar os dados transmitidos pelas sondas e determinaram que o campo magnético solar mede aproximadamente 160 milhões de km de diâmetro.

As "bolhas" magnéticas se formam quando as linhas curvas do campo magnético se reorganizam, explicaram os astrônomos no jornal Astrofísico de 9 de junho. O novo modelo mostra que as linhas se quebraram para formar "bolhas" desconectadas do campo magnético do Sol.

"Este campo magnético se estende até os confins do Sistema Solar", explicou Merav Opher, astrônomo da Universidade de Boston e um dos autores do estudo. As sondas Voyager se encontram a cerca de 160 bilhões de km da Terra.

ROSETTA DESLIGADA ATÉ 2014



Sonda que explora origens do Sistema Solar é desligada até 2014
09 de junho de 2011 • 11h23 • atualizado às 11h47

A Rosetta está programada para despertar novamente no dia 20 de janeiro de 2014. Foto:

ESA/Divulgação

A sonda espacial Rosetta, que está programada para entrar na órbita de um cometa em 2014, foi colocada em modo de hibernação nesta semana. A Rosetta está em uma missão que pode ajudar a revelar as origens do Sistema Solar.

O centro de controle na cidade de Darmstadt, na Alemanha, enviou sinais para que todos os aparelhos a bordo da nave sejam desligados ¿ com exceção de sistemas de aquecimento e uma espécie de "despertador". Nenhum sinal será emitido pela sonda nos próximos dois anos e meio.

A Rosetta está programada para despertar novamente no dia 20 de janeiro de 2014. Se tudo funcionar como o planejado, a nave estará a poucos meses de seu encontro com o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, na proximidade do planeta Júpiter. A sonda vai então entrar na órbita do cometa - que é uma massa de gelo e poeira de quatro quilômetros de largura. O objetivo é observar a formação da cauda do cometa, na medida em que ele se aproxima do Sol.

Além disso, uma sonda menor vai aterrissar no corpo celeste. Acredita-se que os cometas possuem elementos que não sofreram mudanças desde a formação do Sistema Solar há 4,6 bilhões de anos. Os dados podem ajudar a explicar como o espaço evolui ao longo do tempo e até como a vida chegou ao planeta Terra - que sofreu uma chuva de cometas há 2,2 bilhões de ano.

Adormecida
"A nave pode estar adormecida agora, mas a equipe terá bastante trabalho para preparar o encontro com o cometa", disse Gerhard Schwehm, diretor de ciência planetária da Agência Espacial Europeia.

"Eu imagino que estarei um pouco nervoso no dia 20 de janeiro de 2014, e talvez eu não durma na noite anterior, mas eu também estarei bastante feliz", ele disse à BBC. Os instrumentos científicos a bordo da sonda já haviam sido desligados nos últimos meses. O centro de controle manobrou a Rosetta para que os seus painéis solares fiquem apontados para o Sol e para que a nave não dependa mais dos seus propulsores para manter uma rota estável.

O sinal definitivo que determina a hibernação foi enviado às 9h58 no horário de Brasília de quarta-feira. A mensagem deve ter demorado 30 minutos para chegar a Rosetta, devido à grande distância. Uma hora depois, as estações de recepção de sinais na Austrália obtiveram confirmação de que os aparelhos foram desligados.

Nos 31 meses de hibernação, a Rosetta voará em um arco que vai de 660 milhões de km de distância do Sol a 790 milhões de km. A sonda já é a nave com painéis solares que voou mais longe da Terra. Ela foi lançada em 2004 e entrou em órbita de diferentes planetas para ganhar velocidade suficiente para colocá-la na rota do cometa. A sonda já gerou informações inéditas ao passar perto de dois asteróides - as rochas Steins, em 2008, e o Lutetia, em 2010.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O MISTÉRIO DOS EXOPLANETAS






















Estudo resolve mistério de planetas que giram "ao contrário"

12/05/2011

DE SÃO PAULO

Um mistério da astronomia está perto de terminar. Cientistas dizem ter conseguido explicar por que alguns planetas gigantes giram no sentido oposto ao das estrelas que orbitam, contrariando teorias de formação planetária.

Embora não haja exemplos assim no Sistema Solar, o Universo está cheio deles.

Normalmente, são planetas gasosos muito grandes e bem próximos às suas estrelas. Esse tipo de planeta foi batizado de Júpiter Quente.

Com modelos projetados em computador, analisando órbita, massa e outros dados, os cientistas da Universidade Northwestern (EUA) concluíram que os astros desse tipo "nasceram" com órbitas que não eram opostas às seguidas por suas estrelas.

Eles ficaram "ao contrário", na verdade, pela influência gravitacional de um outro planeta gigante que orbita a mesma estrela.
Editoria de Arte/Folhapress

Os dois astros interagem gravitacionalmente e, algumas vezes, com essa influência, a órbita daquele que está mais próximo à estrela começa lentamente a se alongar, ficando quase com a forma de uma agulha.

Nesse ponto, a estrela e o planeta passam a interagir de tal forma que acontecem pequenos puxões gravitacionais.

É aí que existe uma espécie de fricção que faz a órbita encolher e, em alguns casos, mudar totalmente. Estima-se que 25% de todos os planetas do tipo Júpiter Quente já registrados tenham órbitas inversas.

"Achávamos que nosso Sistema Solar era típico do Universo, mas tudo pareceu muito estranho nos sistemas extrassolares desde o início. Nós somos, na verdade, atípicos. Entender os outros sistemas nos dá um contexto de como o nosso é especial", disse Frederic Rasio, astrofísico que é coautor do trabalho, publicado na "Nature".

IO, LAVA NA LUA DE JÚPITER



Nasa confirma lava em uma lua de Júpiter

13/05/2011

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO


Confirmado: a Terra não está sozinha no Sistema Solar quando o assunto são erupções vulcânicas de magma em superfícies rochosas.


Dados da sonda Galileo, da Nasa (agência epacial americana), deixam claro que existe um "oceano" de magma por baixo das rochas de Io, uma das luas de Júpiter, e a quantidade de material liquefeito não é pouca.

Essa lua libera cerca de cem vezes mais magma do que todos os vulcões da Terra. Com isso, o manto magmático de Io, estimam os cientistas, alcançaria mais de 50 quilômetros de espessura --ou o mesmo que cerca de 10% de seu volume. A temperatura estimada do manto é de cerca de 1.200 graus Celsius.

O achado, publicado na última edição da revista americana "Science", deriva do trabalho de pesquisadores de três universidades dos EUA.

"Estamos animados porque finalmente conseguimos explicar algumas das informações obtidas pela Galileo", disse Krishan Khurana, da UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles).
Nasa
Lua Io de Júpiter, onde pesquisadores da agência espacial dos EUA encontraram erupções vulcânicas de magma
Lua Io de Júpiter, onde pesquisadores da agência espacial dos EUA encontraram erupções vulcânicas de magma

A sonda Voyager, da Nasa, já havia indicado a possibilidade da presença de vulcões em Io em 1979.

Desde então, de acordo com Khurana, os cientistas acreditavam que a lua tivesse erupções com lava (basicamente magma que sai para a superfície). Mas a hipótese ainda não estava completamente confirmada.

ELETRICIDADE


Como a instalação de aparelhos na superfície dessa lua seria inviável, as erupções foram percebidas por um sinal eletromagnético que o interior de Io emite conforme a movimentação do magma.

Esse sinal é percebido porque, quando derretidas, as rochas de Io (assim como outras) são capazes de transmitir eletricidade.

Isso já tinha sido levantado por trabalhos recentes na física dos minerais. Um grupo de rochas, conhecidas como "ultramáficas", possui essa propriedade. Alguns exemplos desse tipo de rocha são encontrados aqui na Terra, na Suécia.

Mas, no caso de Io, o magma é ainda mais potente. "Nessa lua, ele é milhões de vezes melhor na condução de eletricidade do que as rochas da Terra", diz Khurana.

O sensor da Galileo mostrou ainda que o campo magnético de Júpiter continuamente rebate os sinais das rochas derretidas nessa lua. E é esse sinal ricocheteado que o sensor "enxergava".

Diferentemente do que acontece na Terra, os vulcões de Io ficam espalhados por toda a sua superfície. Por aqui, a concentração vulcânica é maior perto do oceano Pacífico. Mas os cientistas acreditam que a Terra e Io tenham magma de origem similar.

Agora, na próxima fase, os cientistas vão projetar alguns modelos de interação entre o campo magnético de Júpiter e o da lua "vulcânica".

SONDA ORBITOU PLANETA DE 1995 a 2003

A sonda Galileo, que leva o nome do astrônomo italiano que descobriu a lua Io no século 17 (o célebre Galileu Galilei), foi lançada em 1989. A nave robótica começou a orbitar Júpiter em 1995. No final de 1999, a sonda começou a receber sinais magnéticos de Io.

Depois de uma longa e brilhante carreira científica, a Galileo foi intencionalmente destruída ao entrar na atmosfera de Júpiter em 2003. A intenção do "suicídio" foi proteger de contaminação o oceano de Europa, outra lua de Júpiter.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A OUTRA VIA LÁCTEA



Observatório identifica galáxia parecida com a Via Láctea

01 de junho de 2011


A grande diferença entre a Via Láctea e a NGC 6744 é o tamanho


Foto: ESO/Divulgação


O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira a imagem de uma galáxia parecida com a Via Láctea. Os astrônomos utilizaram o telescópio MPG (de 2,2 m) para localizar a NGC 6744, que fica cerca de 30 milhões de anos-luz de distância na Constelação Pavão.

A galáxia possui uma forma com braços espirais em torno de um denso e alongado núcleo e um disco de poeira. A grande diferença entre a Via Láctea e a NGC 6744 é o tamanho. Enquanto a primeira tem 100 mil anos-luz de diâmetro, a outra tem quase duas vezes este tamanho.

A NGC 6744 é uma das maiores galáxias espirais próximas da Via Láctea e possui um brilho de cerca de 60 sóis - sendo que pode ser identificada com um pequeno telescópio. A imagem foi obtida através de quatro filtros diferentes que mostraram as luzes azul, amarela-esverdeada, vermelha e o brilho do gás hidrogênio.

A GALÁXIA DISTORCIDA




Telescópios da Nasa e ESO captam imagem de galáxia distorcida


04 de maio de 2011


Nesta imagem a galáxia NGC 2442 está localizada ao centro. Muitas outras galáxias são visíveis na imagem


A imagem da galáxia NGC 2442, obtida pelo telescópio do ESO, mostra uma visão muito mais ampla do que a imagem do Hubble, embora menos detalhada, que inclui toda a galáxia e o céu ao redor

Foto: ESO/Divulgação