quarta-feira, 24 de agosto de 2011

BRANCA DE NEVE




Gelo e metano são encontrados em planeta anão

23 de agosto de 2011


Cientistas encontraram gelo e metano no Branca de Neve. Esta imagem é uma concepção artística do planeta anão

Foto: Nasa/Divulgação


Astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) descobriram que o planeta anão 2007 OR10 - o Branca de Neve - é um mundo gelado, com cerca de metade de sua superfície coberta de gelo, que pode ter sido derivada de erupções vulcânicas. Também observaram que o planeta anão tingido de vermelho pode ser coberto por uma fina camada de metano.

"Você começa a ver esta bela imagem do que já foi um mundo pequeno ativo com vulcões e uma atmosfera, e é agora apenas algo congelado, morto, com uma atmosfera que está lentamente desaparecendo", diz Mike Brown, professor de astronomia planetária e autor principal de um artigo a ser publicado no Astrophysical Journal Letters.

O planeta anão
Branca de Neve, que foi descoberto em 2007 por Meg Schwam, orbita o Sol na borda do Sistema Solar e é aproximadamente metade do tamanho de Plutão, o que o torna o quinto maior planeta anão conhecido. Na época, Brown tinha suposto que o planeta anão era um corpo gelado que tinha quebrado ao colidir com outro planeta anão chamado Haumea, sendo então apelidado de Branca de Neve em função de sua cor presumida.

Observações posteriores revelaram que Branca de Neve não é branco e sim um dos mais vermelhos objetos do Sistema Solar. Além disso, foi verificado que sua superfície estava coberta de gelo de água. "Isso foi um grande choque", diz Brown. "Gelo de água não é vermelho". Ainda que seja comum gelo no Sistema Solar, ele é quase sempre branco.

Quaoar, descoberto em 2002 também com a ajuda de Brown, é outro planeta anão que é vermelho e coberto de gelo de água. Ligeiramente menor do que o Branca de Neve, ele ainda é grande o suficiente para ter tido uma atmosfera e uma superfície coberta de vulcões. Contudo, não poderia manter compostos voláteis - como metano, monóxido de carbono ou nitrogênio - por tanto tempo.

"Essa combinação vermelho-e-água é que me disse: metano", explica o pesquisador.

O último suspiro de Branca de Neve
"Estamos basicamente olhando para o último suspiro de Branca de Neve. Por 4,5 bilhões de anos, Branca de Neve tem estado sentado lá fora, perdendo lentamente a sua atmosfera e agora existe apenas um pouco dela à esquerda", afirma Brown.

Embora Branca de Neve mostre claramente a presença de gelo de água, a evidência da existência do metano ainda não é definitiva. Para descobrir, os astrônomos terão de usar um telescópio maior. Outra tarefa, diz Brown, é dar ao planeta anão um nome oficial, uma vez que Branca de Neve foi apenas um apelido, que agora não faz mais sentido para descrever esse objeto muito vermelho.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MONTANDO O CÉU

















Foram necessários mais de seis meses para que o telescópio espacial conseguisse montar o mapa do céu


imagem de telescópio mostra 'luz mais antiga' do universo

05 de julho de 2010

ESA

Satélite Planck envia primeira imagem do conjunto do Universo. Ao fundo, em magenta e amarelo, vê-se a luz mais antiga do Universo, formada 380 mil anos após o Big Bang




O Planck, lançado ao espaço em maio do ano passado, já está montando uma segunda versão do mapa. A ideia é que ele faça pelo menos quatro versões






segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MISTÉRIOS DE JÚPITER



Missão Juno buscará resolver mistérios sobre a formação de Júpiter

04 de agosto de 2011

Juno vai investigar como aconteceu a formação do planeta Júpiter

Foto: Nasa/Divulgação

Alguns dos grandes mistérios sobre a origem do maior planeta do Sistema Solar podem estar perto de serem resolvidos pela missão Juno, que será lançada amanhã. Júpiter é o um gigantesco planeta de gás, que contém o dobro da massa de todos os outros planetas juntos do nosso Sistema Solar. A missão da Juno é justamente entender como esse imenso corpo de gás foi formado e se desenvolveu até os dias de hoje, segundo a FoxNews.

"Júpiter foi provavelmente o primeiro planeta a ser formado e descobrindo mais sobre sua formação e origem, nós poderemos entender um pouco mais sobre nosso próprio planeta", afirma Scott Bolton, chefe da missão espacial e diretor de Ciências Espaciais da Southwestern Research Institute, em San Antonio, Estados Unidos. "Compreendendo os primeiros instantes do planeta, poderemos saber como o nosso se desenvolveu", complementa.

De acordo com o site Space, entender o funcionamento dos planetas gasosos - caso de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - é importante porque o modo como o Sistema Solar opera é influenciado por eles. Estes podem ter dado origem a outros planetas, como Marte.

Cientistas acreditam que Júpiter é um dos mais antigos planetas de nosso sistema, pois, assim como o Sol, sua atmosfera é em sua maior parte composta por hidrogênio é hélio, tendo capturado para si o resto das substâncias presentes depois do nascimento da estrela e antes do surgimento dos outros planetas. Como isso aconteceu, ainda não foi descoberto.

A missão, que partirá amanhã e demorará cinco anos para chegar no imenso planeta de gás, irá tentar descobrir como aconteceu a formação deste planeta.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

AGLOMERADOS





Telescópio flagra 96 aglomerados de estrelas escondidos na Via Láctea
Imagens do Vista devem ajudar a entender formação da galáxia.
Pesquisa reuniu astrônomos de diversos países, incluindo o Brasil.


03/08/2011

O telescópio Vista, do Observatório Europeu do Sul (ESO), flagrou o maior número de aglomerados estelares abertos já encontrado na Via Láctea. São 96 conjuntos que estavam escondidos atrás da poeira cujas imagens foram divulgadas nesta quarta-feira (3) pelo observatório.

“Os aglomerados ajudam a entender a evolução da Via Láctea. Essa descoberta vai complementar, e muito, as varreduras que já existem, porque vai muito mais fundo”, afirma Bruno Dias, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, brasileiro que faz parte do subgrupo de pesquisa desses aglomerados.

Segundo Dias, são estrelas jovens, entre 5 milhões e e 100 milhões de anos, que estão em regiões de formação de estrelas. “É a maior amostra já feita de uma só vez e mais homogênea. Isso é muito útil para tirar as conclusões e ter uma estatística.”
Imagens do telescópio Vista mostram aglomerados de estrelas que devem ajudar a entender formação da Via Láctea (Foto: J. Borissova/ESO)Imagens do telescópio Vista mostram aglomerados de estrelas que devem ajudar a entender formação da Via Láctea (Foto: J. Borissova/ESO)

A descoberta ocorre um ano após o início do programa de observação da Via Láctea pelo Vista(VVV). O resultado da pesquisa, de astrônomos de diversos países, incluindo o Brasil, será publicado na revista Astronomy & Astrophysics. Esta é a primeira vez que tantos aglomerados pequenos e pouco brilhantes foram encontrados de uma só vez.

“Ela mostra o potencial do Vista para achar aglomerados de estrelas, especialmente esses escondidos em poeira de regiões de formação de estrelas na Via Láctea. O Vista vai mais profundamente do que outras buscas”, afirma Jura Borissova, autora principal do estudo.

A maioria das estrelas com mais da metade da massa de nosso Sol se forma em grupos, chamados aglomerados. Esses aglomerados são os blocos que formam as galáxias e vitais para sua evolução. Em regiões de poeira, eles são invisíveis, mas não para o infravermelho do Vista.

O maior telescópio dedicado ao mapeamento do céu foi montado no Observatório Paranal, no deserto do Atacama, norte do Chile. “Para rastrear os aglomerados de estrelas jovens, nos concentramos nas áreas de formações de estrelas. Em regiões que pareciam vazias em uma visualização prévia o Vista conseguiu detectar muitos novos objetos”, complementa o cientista Dante Minniti, do VVV.

Por meio de um software específico, a equipe conseguiu remover o primeiro plano de estrelas para poder contar as realmente pertencentes aos aglomerados. “Descobrimos que a maioria dos aglomerados é muito pequeno e têm apenas entre 10 e 20 estrelas”, explica o cientista Radostin Kurtev, também membro do grupo de pesquisadores.

Cerca de 2.500 aglomerados foram encontrados até hoje na Via Láctea, mas astrônomos estimam que outros 30 mil permaneçam escondidos entre poeira e gás.