
O Observatório Europeu do Sul divulga a imagem do NGC 346, a região de formação estelar mais brilhante na pequena galáxia vizinha à Via Láctea, a Pequena Nuvem de Magalhães, a cerca de 210 mil anos-luz na direção da constelação de Tucano.
ESO
Existem muitas publicações sobre o cosmo em inglês e versões em espanhol. Sinto falta deste material reunido em bom português.
Foto: AFP
A Nasa, agência espacial americana, realiza os últimos ajustes para o lançamento da nova sonda espacial cuja missão será a de transmitir fotografias do Sol para desvendar seus mistérios. O Observatório Dinâmico Solar (SDO, na sigla em inglês) será lançado a bordo de um foguete Atlas V nesta quarta-feira 09/02/2010, do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, às 13h26 de Brasília (10h26 local e 15h26 GMT).
A missão, que deve durar cinco anos e custar US$ 848 milhões, vai permitir o fornecimento contínuo de uma massa de dados e de imagens do Sol sem precedentes, que possibilitará desvendar o seu complexo funcionamento interno e, em particular, o de seu campo magnético.
Segundo os cientistas, o Sol é a próxima fronteira para a pesquisa espacial e o SDO será especialmente útil para observar como as alterações nos níveis de radiação e energia deste astro podem afetar o Sistema Solar.
"O observatório SDO é a base das pesquisas solares da próxima década", ressalta Richard Fisher, diretor da divisão de heliofísica da Nasa. O satélite de 3,2 t, que será colocado em órbita geossincronizada a cerca de 35 mil km da Terra, deverá permitir determinar a duração do próximo ciclo do sol - que é em média de 11 anos - e saber se é possível prever quando os ventos solares violentos carregados de partículas de forte energia afetarão o nosso planeta.
Esses ventos podem perturbar o funcionamento dos satélites, dos sistemas de distribuição de energia elétrica, e podem também ser perigosos para os astronautas no espaço. "O sol afeta nossa vida quotidiana cada vez mais, já que dependemos muito de diversas tecnologias" como os sistemas de transmissões de rádio em alta frequência e o GPS para a navegação, explica Dean Pesnell, cientista do Centro de Voos Espaciais Goddard da Nasa.
"A maior parte dos efeitos provenientes do campo magnético do sol, que muda constantemente, e os instrumentos a bordo do satélite SDO foram concebidos para estudar esse campo magnético e a maneira como afeta a Terra", acrescenta. Três instrumentos vão permitir analisar e medir as atividades solares.
O telescópio Atmospheric Imaging Assembly (AIA) vai produzir imagens em alta resolução do Sol e de sua atmosfera. O Helioseismic and Magnetic Imager (HMI) é capaz de ver o interior do Sol para medir os movimentos de plasma que geram os campos magnéticos.
Já o Extreme Ultraviolet Variability Experiment (EVE) medirá a quantidade de energia emitida pelo sol em seus raios ultravioletas extremos, que são absorvidos pela atmosfera terrestre e não podem ser medidos a partir do sol. Esses instrumentos permitirão estudar as relações entre a atividade magnética interna do sol e os efeitos em sua superfície, assim como em nosso planeta, indica Madhulika Guhathakurta, diretor científico do SDO da Nasa.
"Esses avanços produzirão dados científicos que permitirão compreender melhor o funcionamento do sol e vão conduzir à elaboração de instrumentos capazes de prever seu comportamento", acrescenta Liz Citrin, do Centro de Voos Espaciais Goddard. O SDO poderá também ajudar a saber se uma longa inatividade solar corre o risco de mergulhar a Terra em um período prolongado de resfriamento.
Plutão, o corpo celeste mais excêntrico do Sistema Solar, tem uma atmosfera que fica de cabeça para baixo se comparada à da Terra. As temperaturas sobem, em lugar de cair, com a altitude, no planeta anão, de acordo com um novo estudo.
Astrônomos conseguiram recentemente realizar as medições mais precisas já obtidas quanto à concentração do metano, um dos gases causadores do efeito-estufa, na atmosfera de Plutão, utilizando um telescópio de grandes dimensões do Observatório Meridional Europeu.As medições demonstraram que o metano é o segundo mais abundante dos gases na atmosfera de Plutão, e que o gás na verdade sobe de temperatura à medida que a altitude se eleva com relação à gélida superfície plutônica. Como resultado, as camadas mais elevadas da atmosfera de Plutão são cerca de 50 graus mais quentes que a superfície do planeta.
A equipe de astrônomos, comandada pelo francês Emmanuel Lelouch, do Observatório de Paris, especula que é possível que exista uma fina camada congelada, ou porções congeladas, de metano e de outros gases na superfície de Plutão.
Quando a órbita de Plutão o conduz para mais perto do sol, os gases congelados se vaporizam. O processo, conhecido como sublimação, resfria a superfície de Plutão e aquece a atmosfera do planeta.
Leslie Young, é subdiretor científico de projeto da sonda New Horizons, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), que deve entrar em órbita em torno de Plutão por volta de 2015. Young disse que a nova descoberta é animadora, especialmente porque indica a possibilidade de futuras observações inesperadas pela New Horizons. "Sabemos agora que Plutão muda com o tempo, à medida que se desloca em torno do Sol", disse Young.
Assim, combinar observações realizadas da Terra com dados obtidos pela New Horizon em órbita do planeta anão oferecerá novas pistas sobre o comportamento desse corpo celeste. As descobertas foram anunciadas em artigo publicado pela revista científica Astronomy and Astrophysics Letters.
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Novos dados da superfície terrestre de Plutão coletados por astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) possibilitaram aos cientistas um melhor entendimentos sobre o atual estado da sua atmosfera. Os pesquisadores detectaram inesperadamente grandes quantidades de metano na esfera gasosa que envolve o planeta anão e descobriram que a região é cerca de 40°C mais quente que a sua superfície, ainda que a temperatura fique em torno de -180°C.
De acordo com os astrônomos, estas propriedades se devem à presença de manchas de metano puro ou de uma rica camada desse gás cobrindo a superfície. Em comparação com a Terra, a atmosfera de Plutão é submetida a uma inversão de temperatura, sendo mais quente no alto, com variação de 3 a 15°C/km. Na Terra, em circunstâncias normais, a temperatura diminui na atmosfera cerca de 6°C/km.
Em sua página eletrônica, o ESO divulgou uma concepção artística de como seria a superfície do planeta, com o Sol ao fundo, brilhando cerca de mil vezes mais fraco do que na Terra. "Com a grande quantidade de metano na atmosfera, fica claro porque ela é tão quente", disse Emmanuel Lellouch, responsável pelo estudo.
Apesar da maior temperatura nos céus, Plutão está longe de ser um planeta ameno. Distante do Sol 40 vezes mais do que a Terra, o frio no solo chega a -220°C. O planeta é composto principalmente por rocha e gelo e tem cerca de um quinto do tamanho da Terra (em torno de 510 milhões de km²).
Os especialistas sabem desde a década de 1980 que a sua superfície tênue é composta por uma fina camada de nitrogênio em grande parte da extensão, mas também contém pequenos traços de metano e, provavelmente, dióxido de carbono. A medida que Plutão se afasta do Sol - movimento de translação que dura 248 anos -, a atmosfera congela gradualmente e o gelo se espalha pelo solo. Nos períodos de maior distância do Sol - como o atual-, a temperatura aumenta e transforma o gelo em gás.
As observações foram possíveis graças ao espectógrafo em infravermelho conhecido como Cryogenic InfraRed Echelle Spectrograph (CRIRES), que está acoplado ao Very Large Telescope, telescópio utilizado pelo ESO.
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O telescópio Very Large Telescope (VLT), do Observatório Paranal, situado no norte do Chile, mostrou detalhes da atmosfera de Plutão, informam pesquisadores nesta terça-feira. Cientistas chilenos e de outros países encontraram grandes e inesperadas quantidades de metano na atmosfera de Plutão, e descobriram que ela é cerca de 50 Cº mais quente que a superfície do planeta anão.
Estas propriedades da atmosfera de Plutão podem ser resultado da presença de nuvens de metano puro ou de uma camada rica em metano cobrindo a superfície do planeta anão, assinalaram os cientistas. "Com tanto metano, fica claro por que a atmosfera de Plutão é morna", assinalou Emmanuel Lellouch, que liderou a pesquisa.
Plutão, que tem um quinto do tamanho da Terra e está, em média, 40 vezes mais distante do Sol, é composto fundamentalmente por rocha e gelo e sua temperatura superficial é calculada em -220 Cº. Ao observar as ocultações estelares - fenômeno que ocorre quando um corpo do Sistema Solar bloqueia a luz de uma estrela situada em segundo plano - os astrônomos do Paranal foram capazes de demonstrar que a atmosfera superior de Plutão é cerca de 50 graus mais quente que a superfície, ficando em torno de 170ºC.
"Em contraste com a atmosfera terrestre, a de Plutão está sofrendo uma inversão térmica: quanto maior a altitude, maior a temperatura que se observa na atmosfera. A elevação é de entre três e 15 ºC por quilômetro". A existência de uma atmosfera em Plutão explica por que sua superfície é tão fria. "Tal como o suor refresca o corpo humano, ao evaporar na superfície da pele, a sublimação do gelo na superfície tem o efeito de enfriá-la", assinalaram os pesquisadores de Paranal.
Plutão é um planeta anão dinâmico, que passa por mudanças atmosféricas dramáticas
Foto: Divulgação 05/02/2010
A superfície do planeta anão Plutão fica mais vermelha de acordo com suas mudanças da estação, afirmam cientistas da Nasa. De acordo com as fotografias mais detalhadas já tiradas pelo telescópio espacial Hubble, o planeta ficou 20% mais vermelho do que costumava ser, no período entre os anos 2000 e 2002.
Segundo a Nasa, isso se deve a mudanças no gelo da superfície de Plutão, no momento em que o planeta anão iniciava uma nova translação em volta do sol - que dura 248 anos, bem mais longa que da Terra, que dura um ano.
As novas imagens mostrariam nitrogênio congelado brilhando no norte do planeta, e escurecendo no sul. "Essas mudanças, provavelmente, são consequência do gelo derretendo na superfície no polo iluminado pelo sol (norte), e congelando novamente no polo oposto", declarou o Instituto de Ciência Telescópica Espacial da Nasa.
As fotos do Hubble confirmam que Plutão é um planeta dinâmico, que passa por mudanças atmosféricas dramáticas, e não apenas uma bola de gelo e rocha, afirma a Nasa.
Essas mudanças são causadas não apenas pela órbita elíptica do planeta em torno do sol, como também pela inclinação de seu eixo. Na Terra, as mudanças de estação são causadas pela inclinação do planeta em relação ao sol. Em Plutão as estações são assimétricas por conta de sua órbita elíptica.
Mas alguns astrônomos se mostraram surpresos com o fenômeno. "É uma surpresa ver essas mudanças tão grandes ocorrendo tão rapidamente", disse Marc Buie, do Southwest Research Institute, dos Estados Unidos. "Isso não tem precedentes".
Em 2006, astrônomos rebaixaram a classificação de Plutão, que deixou de ser um planeta para se tornar um planeta anão. O planeta mais distante em nosso sistema solar, e consideravelmente menor do que os outros planetas, Plutão, com diâmetro de cerca de 2.390 quilômetros, é menor do que muitas luas.
Mas aparentemente, a cor não representa uma mudança na temperatura do planeta anão: apesar da vermelhidão, a temperatura média da superfície continua extremamente gelada, de 233º Celsius negativos.
Reprodução de um exoplaneta gasoso que gira em torno de uma estrela fora do Sistema Solar
Foto: Getty Images
04 de fevereiro de 2010
Cerca de 430 planetas que giram em torno de estrelas que não o Sol foram descobertos desde 1995, mas a maioria é de gigantes gasosos como Júpiter e não planetas rochosos como a Terra. Até agora, para analisar a composição química da atmosfera destes corpos celestes chamados exoplanetas, assim como buscar moléculas que mostraram presença de vida, era necessários telescópios espaciais ou grandes telescópios em terra.
Mark Swain, da Nasa, e seus coelgas americanos, britânicos e alemães utilizaram em 2007 um telescópio terrestre de 3 metros, com base no Havaí, para analisar a pequena radiação infravermelho emitida pelo exoplaneta JD 189733b, um gigante gasoso situado a 63 anos-luz da Terra. Inclusive puderam observá-lo em longitudes de onda não acessíveis para telescópios espaciais.
Graças a uma técnica que permite evitar as turbulências da atmosfera terrestre, que podem interferir na imagem dos telescópios, os cientistas descobriram a presença de metano na atmosfrea deste exoplaneta. O exoplaneta JD 189733b, tal como se vê da Terra, passa às vezes diante de sua estrela ou se eclipsa atrás dela. Os astrônomos comparam seu espectro luminoso antes e depois de cada eclipse.
"Com a nova técnica de calibração, podemos distinguir as variações da luz devido ao eclipse do planeta, variações devidas as turbulências atmosféricas e aos próprios detectores", explicou um dos autores Jeroen Bouwman, do Instituto Max Planck para Astronomia (Alemanha), em um comunicado.
Os resultados obtidos com telescópios relativamente pequenos em terra são excitantes, segundo o Swain. "Isso significa que, com telescópios maiores em terra, utilizando essa técnica, será possível estudar a atmosfera de planetas similares na Terra", explicou Mark Swain.
Foto: Nasa/Reprodução
04 de fevereiro 2010
Astrônomos da Agência Espacial Americana (Nasa) encontraram a solução para um dos enigmas seculares da astronomia: a estela que desaparece a cada 27 anos. Usando o Telescópio Espacial Spitzer, eles descobriram que a nuvem de poeira que gira em torno do objeto que acompanha a estrela é a responsável por este "eclipse". As informações são da Nasa.
A brilhante estrela Epsilon Aurigae é acompanhada por um pequeno objeto cercado por um denso disco de poeira que, a cada 27 anos, a encobre por um período de dois anos.
A descoberta aconteceu graças à visão infravermelha do Spitzer que revelou o verdadeiro tamanho do disco de poeira e da estrela que antes se acreditava ser supergigante. Em vez disso, a Epsilon Aurigae é uma estrela brilhante com muito menos massa do que se imaginava.
A imagem inédita da Via Láctea foi captada pela câmera em infravermelho do telescópio espacial Hubble em conjunto com a sonda Spitzer
Foto: Nasa/Divulgação
A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta terça-feira uma nova fotografia do centro da Via Láctea, a galáxia onde está localizada a Terra. A imagem, captada pela câmera em infravermelho do telescópio espacial Hubble em conjunto com a sonda Spitzer, é a mais nítida já feita do núcleo galáctico.
Segundo a Nasa, a foto registra também uma nova população de estrelas massivas e novas estruturas complexas de gás quente ionizado que circulam pelo local, distante a 300 anos-luz da Terra. Para os cientistas, a nova observação pode ser útil para explicar como as estrelas maciças se formam e influenciam o violento núcleo de outras galáxias.
A Nasa informou que a foto é o resultado de um mosaico com 2.304 captações de luz obtidas entre 22 de fevereiro e 5 de junho de 2008.
Foto: ESO/Divulgação
O Observatório Europeu do Sul (ESO, sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira uma imagem que mostra um ângulo panorâmico da Via Láctea, a galáxia da Terra. A fotografia, tirada como se o observador estivesse fora da Via Láctea, foi captada pelos observatórios La Silla e Paranal, no Chile, e um observatório nas Canárias (Espanha), para comemorar o Ano Internacional da Astronomia em 2009.
Ela foi produzida pelo astrofotógrafo e escritor francês Serge Brunier e seu colega Frédéric Tapissier, em colaboração com o ESO. Para realizá-la, Brunier passou várias semanas nos observatórios La Silla e Paranal entre agosto de 2008 e fevereiro de 2009. Além disso, o pesquisador viajou para o observatório de las Palmas, nas Canárias, para fotografar o céu do Hemisfério Norte.
Depois de captadas 1,2 mil fotos, as imagens foram tratadas por Tapissier e especialistas do ESO que obtiveram a fotografia panorâmica original. Brunier utilizou uma câmera Nikon D3 digital equipada com um dispositivo de alta precisão para manter o foco em cada campo de estrelas a medida que se moviam devido à rotação terrestre.