quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

EXPLOSÃO DE RAIOS GAMA



Concepção artística mostra uma explosão de raios gama



Estudo explica baixa luminosidade das explosões de raios gama



16/12/2010


As explosões de raios gama estão entre os fenômenos mais energéticos do Universo, mas algumas parecem curiosamente fracas quando observadas na radiação visível. O maior estudo já realizado sobre o fenômeno, conhecidas como explosões de raios gama escuras, com ajuda do telescópio de La Silla, no Chile, mostrou que a explicação para a baixa luminosidade é simples. A principal delas é a presença de poeira entre a Terra e o local onde as explosões ocorrem.

As explosões de raios gamas (ERG), são fenômenos que podem durar menos de um segundo ou no máximo alguns minutos. Elas são detectadas por observatórios em órbita que captam a sua elevada radiação. No entanto, há cerca de 13 anos, os astrônomos descobriram uma quantidade de radiação menos energética originária dessas explosões violentas, que se prolonga por algumas semanas ou até mesmo anos depois da explosão inicial, o chamado brilho residual.

Enquanto todas as explosões de raios gama têm brilhos residuais nos raios X, apenas cerca de metade emite esses brilho na luz visível. O resto fica escuro. Alguns astrônomos suspeitavam que esses brilhos residuais escuros poderiam ser exemplos de uma classe nova de explosões de raios gama, enquanto outros pensavam que se poderia tratar de objetos muito distantes. Estudos anteriores sugeriram ainda que este fenômeno poderia ser explicado pela poeira situada entre a Terra e a explosão, que seria responsável por obscurecer a radiação emitida.

Segundo o principal autor do estudo, o cientista Jochen Greiner, do Instituto Max Planck para a Física Extraterrestre, na Alemanha, o estudo dos brilhos residuais é fundamental para entender os objetos que dão origem às explosões de raios gama. E o fenômeno fornece informações preciosas sobre a formação estelar no Universo primordial.

A Nasa (agência espacial americana) lançou o satélite Swift, no final de 2004, capaz de detectar explosões de raios gama e comunicar imediatamente as suas posições a outros observatórios de modo a que os brilhos residuais possam ser estudados. Neste novo estudo, os astrônomos combinaram dados do Swift com novas observações do Grond, instrumento instalado no telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO).

Com a combinação, foi possível determinar a quantidade de radiação emitida pelo brilho residual a comprimentos de onda distintos, o que permitiu medir a quantidade de poeira que obscurece a radiação no seu percurso em direção à Terra. Antes, os astrônomos tinham que contar com estimativas aproximadas do conteúdo de poeira.

O resultado da investigação mostrou que a maioria das explosões de raios gama escuras são explicadas pela poeira, que absorve a radiação visível antes que ela chegue até nós.

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